Crítica de arte de Miss Hide Dandy

Conheci a artista Natasha Lins em uma das festas darks da cidade de Fortaleza-Ce. A primeira impressão crítica que tive foi superficial sobre sua pintura, pois notei os tons escuros, negros e esfumaçantes, que é resultado do preto com branco que faz este noir que é o estilo apreciado pela pintora. Um dia em sua casa a vi pintar o “fly”, ou seja, o cartaz do evento “Gotham”. Suas pinceladas eram concentradas e suaves como deve ser a alma feminina. Figuras fantasmagóricas saltavam desse cartaz e podia-se encontrar caveira e morcego. No entanto, o que mais chamava a atenção era a atmosfera de cemitério no cartaz. Parecia que os mortos tinham se levantado para ir ao “Gotham”. Contudo, o momento certo do brilho, da nitidez e de ser opaco é onde pode estar guardado o segredo dessa pintura do cartaz.

Outro dia em minha casa, Natasha apareceu com uma colagem artística que lhe tinha comprado. Todavia, o que chamou atenção foi outra tela de estilo diferente do noir que ela costumava fazer. Esta tela era clara e retratava o dia. Com tons de luz que mudavam conforme o espaço da paisagem de monte, árvores e um tom de azul claro e límpido. Esta tela em particular mostra o quanto a artista é versátil em sua sensibilidade por conseguir sair do noir e ir a mais pura claridade do dia que lembra a escola do Impressionismo.

Neste último evento gótico da cidade chamado “O Sarau dos Malditos”, da Underdark Produções, ela mostrou outras obras, onde se encontra umas figuras em preto e branco em estilo infantil. E uma mulher abraçando uma garota ambas de tons sombrios, mas com faces em prazer de harmonia e nelas o brilho causado pela mescla do preto e branco é a beleza da pintura. E o que dizer da caveira pintada também em noir? A não ser que passa de um mistério que intriga o espectador. O mesmo mistério que Odilon Redon passa por meio do simbolismo da morte.

Se neste ensaio não existe argumento de uma crítica negativa das obras da artista, é por falta da memória e não por omissão crítica do esteta, que fez o texto conforme a Estética sensualista, ou seja, por meio dos sentidos.