entre o filosofar e o sofismar sobre Arte

POR UMA ONTOLOGIA DO ESPIRITO

Para além da antropologia e da história, o trabalho vem se colocando para o homem como um elemento ontológico a natureza humana. É indiscutível o papel do trabalho, ação do homem sobre a natureza, para sua autoreprodução no mundo.

Esta experiência humana identifica uma relação entre este modo (físico) de operar as e/ou nas coisas e o pensamento (cognitivo). É do entendimento humano que esta forma de ser o faz distinto dos outros animais, mesmo reconhecendo, nesta contemporaneidade, que os demais animais demonstram ações e atitudes contidas não só de sentimentos e afetos, como manifestam formas de agir e de se portar que pressupõe a manifestação do pensamento.

Esta Experiência (fazer-pensar) Humana se apresenta ainda na forma evolutiva. Saímos do fazia e pensava e passamos a pensar mesmo que não venhamos a fazer. Mesmo que fazendo não dê certo. Até mesmo, ainda, fazendo sem pensar. De lá para cá o homem passou a desenvolver estas duas pertinências de formas mais elaborada e organizada chegando alcançar níveis complexo de pensamento e de fazer.

O produto desta osmose, manifestação ontológica, esta na base da produção da coisa. Dessa forma temos a relação {a coisa procede do pensar-fazer} enquanto que {a coisa precede do interesse} de forma que temos {a coisa é igual ao interesse} por tanto {a coisa move o homem}.

A COISA PRECEDE A OBRA

Para tanto, identificamos o processo “da criação elementar à criação complexa” como aquele que descreve as condições e os modos de produção de uma obra observando as ações e atitudes assumidas pelo criador para dar forma final, acabamento, à coisa (obra) que “a priori” era apenas uma abstração.

Nesta perspectiva de criação o autor vai se descobrindo no processo, mediado pelas relações sociais e culturais, de forma que a própria Obra, em si fazendo, vai formando aquele que dá forma ao imaginado.

A COISA. [ “para que possamos ser algo, já é preciso ser algo” ]

Do nada não se faz nada. Antes de ser Obra, antes mesmo de ser uma ideia, uma criação elementar, existe uma (precedência de) experiência. Esta experiência, nomeada aqui de “a coisa”, é o ponto de partida que, estando aprisionado na mente, se pretende tornar-se (livre) Obra.

O que passa a existir dentre a Coisa e a Obra se expressa na forma de processo de transformação. Do pensado ao produzido, o “de algo se faz uma coisa” está permeado deste que é um processo criador, e que por sua vez, é a ponte: dialética, d’onde ocorre o imbricando entre o Imaginado (retido na mente) e as Reais Condições de Produção daquele que a produz, enquanto Obra.

Até ser Obra, a Coisa, anunciando aquela que antes só existia na Imaginação, e que se pretende Obra, carece de “determinados procedimentos”.

Em síntese, a teoria do reflexo em Lukács esclarece a origem e a função social do Trabalho, da Ciência, da Arte e da Educação na cotidianidade capitalista, ou seja, todos estes fenômenos nascem de um solo comum – a vida cotidiana, e a ele retornam, o enriquecendo ou o empobrecendo. Nisso consiste a perspectiva ou não da emancipação humana, da superação ou da reprodução social. Essa escolha é de ordem valorativa, ideológica ou teleologicamente orientada. O Performance, como ser social, transita entre esses dilemas, optando ora por um trabalho alienado e subsumido à lógica do capital, ora por uma obra consciente e comprometida com a transformação social.

A OBRA

A Obra é linguagem, o que falar e como falar, conteúdo e forma em harmonia, se constituindo como um elemento filosófico, estético e artístico. Refletindo em proporção ao nível sócio e cultural da sociedade humana.