A CONQUISTA DO SERTÃO DE CAPIM PUBA

A Conquista do Sertão de Capim Puba

*Wesley Silas

(Editor do Jornal Atitude)

 

O notável escritor José Mendonça Teles, conterrâneo do autor, afirmou: “Moura Lima, goiano de Itaberaí, nasceu no antigo engenho Capim Puba, na época, município da Antiga Vila Boa (Goiás), mas, em razão da dificuldade de acesso, foi registrado em Itaberaí, o povoado de Capelinha (Heitoraí) estava nascendo”. Com estes predicativos atávicos da vida campestre, no território goiano, Moura Lima seguiu os seus conterrâneos: Hugo de Carvalho Ramos, Bernardo Élis e Eli Brasilense, e tornou-se consagrado escritor regionalista brasileiro, como atesta a crítica autorizada, nos ensaios de Assis Brasil, Clóvis Moura, Moema de Castro, e também, de Francisco Miguel de Moura.

 

Portanto, para a nossa satisfação de seu leitor, o autor do monumental romance Serra dos Pilões, traz agora, um novo livro: A conquista do Sertão de Capim Puba. A obra no introito nos revela o ensaio histórico — Heitoraí: Do engenho Capim Puba ao Povoado de Capelinha, que é um verdadeiro resgate profícuo da história de Heitoraí, numa ampla cosmovisão do sertão de dentro do Vale de São Patrício. O ensaio é robustecido, ainda mais, pelo autor, como testemunha presencial do nascimento do município.

 

Na segunda parte do livro, o autor insere os contos Heitoraienses: Meu povo, Minha terra, que retrata os costumes e os mutirões campestres da região. Outro conto bastante hilariante é Canga pé no adversário, que mostra a politicalha do local, como protagonista Zé Martim Preto e o deputado Tercio Caldas, o conhecido abacate roxo no linguajar regional. O escritor registrou também, o folclore do burgo, como o Urubu-Rei, que tanto encanto a infância do autor na fazendo do pai à beira do Rio Uru. As figuras da cultura espontânea, Pagaio-Rolé, Doroteu e o famoso benzedor de cobras da região — Chico Honório. Os outros contos são fascinantes, como: O interdito-A excomunhão de Barro-Preto, Maria Pequetita, A tapera da Caveira, O salto da onça-pintada, Uma viagem de carro de bois, Do corte de faca veio à salvação, os Prateados, uma família secular.

 

Entretanto, vale ressaltar, que o livro em si, enriquece a cultura do Centro Oeste, e acima de tudo, contribui para a identidade cultural do município de Heitoraí, como polo de progresso de Goiás.

• Publicado no Jornal Atitude-Tocantins – www.atitude.com.br