VIRALATISMO

Mesmo sendo em 1950 que; Nelson Rodrigues (o maior dramaturgo do Brasil) intitularia o "viralatismo". Fato pelo qual o brasileiro se auto coloca voluntariamente, ficando assim subalterno, nadando na inferioridade em face do resto do mundo. Entretanto, esse trauma sempre anda sendo perpetuado; começou na Copa do Mundo sofrendo a derrota para o Uruguai; nisso permanece o complexo de vira-lata como toda coisa que é má fé, na qual a tendência é continuar... Visto que evolução não é sinal de algo ou alguma coisa melhorar definitivamente.

Talvez por essa e pelo Vestido de Noiva (1943) Nelson seja imortal. Mas permita continuar essa visão do Nelson: não demora muito quando atentamos nitidamente o cotidiano e, damos atenção aos pequenos detalhes dentro da família, do trabalho, nas ruas, escolas, ou onde mais seja nosso ambiente de presença (querendo ou não), se quisermos fazer um ser humano pleno, se destacando "importante", "imortal", e responsável cabe a nós dar tarefas, o mínimo possível basta como então dar uma chave de um estabelecimento em suas mãos, e a ordem para fechar tal local em tal horário, nisso ele já sentirá parte do negócio, vai julgar e conjugar o nome dele à tudo o que a chave o faz pertencer como a maçaneta da porta, o trinco da porta e a cor da madeira compensada da porta. A tudo o que as portas fechem ou abrem em sua vida ele (a) leva como gratidão e uma forma divina de escolha que coube a ele e mais ninguém poderia realizar.

Nisso, você torna o humano satisfeito quando ele é útil, você quebra qualquer viralatismo quando impõe isso à qualquer um, as tarefas fazendo ele se sentir dentro de algo ou reitero alguma coisa. Seria o brasileiro um narcísico às avessas. Por isso tanto coaching, tantos motivacionais, dizem para você sair da caixinha mas se você sair quem vai encher o bolso desses charlatões, vendem mediocridade agora como água e álcool em gel e a maioria anda tomando banho disso tudo e se esfregando na boa e velha canalhice, não é infelizmente o canalha honesto! Esta aí mais uma vez a velha questão; somente denominamos humildes e não soberbos, crentes e não céticos, compreensíveis e não desprezíveis, o lado negativo do jogo é sempre no outro e esse outro nunca sou eu.