Quarentena(parte1).

Bom,não fico impressionando com isso,e ao mesmo tempo,fico meio gélido.A gente meio que vê as ruas vazias,sem vida,a TV falando sem parar.Aí você sabe como é: no fundo,a gente sempre sonhou com o fim do mundo.Mas ao mesmo tempo,quantas vezes já ficamos próximos?Próximos ao fim óbvio e tudo mais?

Sonhamos,mas não temos tutanos,essa é a verdade.Ver a economia cair,o pessoal indo ao desespero,até chegar na forma mais Dantesca.Aí sabe como é,não dá pra julgar: temos que pegar o otimismo mesmo e ir pra frente.

Se isso é ou não uma arma de Zeus,não preciso pensar muito disso.Uma armadilha,as vezes, é a única coisa que posso agarrar.

Bebop.

Fascinante o som do Jazz.Falo do Jazz das antigas.Nesses últimos vinte anos,esse gênero ficou conhecido por ser "música de elevador",o que é lamentoso.Mas o Jazz das antigas prestava,e muito.

Tinha uma vivência,e não era nada acolhedor.O que mais existe são histórias sinistras.Como a do baterista de estúdio que jogou um prato em direção ao Charlie Parker,quase cortando a cabeça do então jovem músico.Tem histórias de brigas feias.Sangue e lágrimas.Parker errou a nota,então o baterista jogou o prato.Hoje em dia o cara seria preso.

Mas a música é muito boa,por mais que eu seja um estrangeiro ainda.

Gosto particularmente do Jazz Bebop,o que de fato foi uma evolução muito madura dentro da música moderna.Um som rápido,ágil,e as vezes brutal.Você ouve esse tipo de som e já percebe isso.Você percebe que os caras estão suando,dando o máximo de si e tudo mais.As vezes tem cheiro de suor,cigarro e outras coisas.

E o improviso que eles tinham era admirável. Você não ouve isso na música barroca,nem da clássica ou romântica,mas sim do Jazz.E cada minuto,parece ser um sopro novo de vida.O baterista dá uma nova virada,o baixista brinca com a situação mas segura a onda,o trompetista lança algumas melodias ao ar...e assim se vai.Se a gente pensar,o Jam é o fluxo infinito de composição.No Jazz acontece isso,os caras estão sempre compondo,a música esta sempre fervendo.

Hoje eu vejo alguns caras que são bons,mas as vezes são músicos de cifras.Vê algum site como cifra club(nada contra) e tende a tocar o solo da mesma maneira que o guitarrista tocou.Não vejo nada errado disso,mas parece que tem que tomar cuidado.

Muitos não saem disso,não saem das cifras.O que eles tocam é a tentativa de parecer com o som original,com o solo original cifrado,e as vezes é lamentoso.

As vezes tem o improviso,mas o cara já tem os teus clichês.Os fraseados que sabemos que ele vai tocar ou coisa do tipo.As vezes,sinto que eu tenho os meus clichês.Desde a forma de olhar pras escalas,desde a forma de tocar o bend no tal momento e assim por diante.

Gosto do Frusciante,e muito porque ele sabe improvisar.Engraçado,já que ele fazia vários shows com o RHCP,e improvisava os solos.Depois que o RHCP lançou o Blood Sugar Sex Magic,a banda virou um fenômeno pop.Os outros discos são mais pop ainda,principalmente o "Californication" e "By The Way".Mas mesmo assim,nos shows,ele improvisava.A banda improvisava.Tinha uns bons Jams.

Se você procurar,vai achar alguns vídeos do Flea tocando com o Chad,improvisando sem parar.O lado legal é que eles não tocam nenhuma música da banda ou coisa do tipo,eles apenas improvisam.Criam músicas lá no exato momento.

CaiqueM
Enviado por CaiqueM em 26/03/2020
Reeditado em 26/03/2020
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