UBORIT ALADIL*

Sexta, 21 de setembro de 2007

[Não sei mais o que é esse sentimento]

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[Não consigo entender o porque de tudo]

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[Porque não somos mais como éramos antes?]

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[Porque você teve que fazer tudo isso?]

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[será que você pensou em mim pelo menos?]

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[Será que sabia das possiveis conseqüências?]

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[É, acho que não]

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[Entretanto, vamos começar]

Nesses ultimos meses estamos distantes.

Não trocamos mais mensagens misteriosas e e-mails como antes.

Bip: message for you.

Não mandamos mais mensagens carinhosas pelo celular no fim da noite.

Não passamos mais horas e horas pendurados no telefone.

Não sinto mais aquele friozinho na barriga quando você fica on line.

Não nos vemos como amigos, cúmplices, amantes: somos dois desconhecidos.

Para onde foi todo aquele sentimento?

O sentimento mais fantástico que ja existiu...

...e se acabou.

Incrível como alguns gestos acabam com nossas expectativas.

Como algumas palavras mechem com o nosso emocional.

E como certas decisões podem acabar com tudo.

Tudo aquilo que minuciosamente construimos juntos.

As vezes, o melhor a fazer quando se está em dúvida é nem retroceder, e nem seguir a diante.

Simplesmente ficar aonde está, ate decidir oque fazer.

Eu estava em dúvida sobre tudo. Sobre nós.

Alias, não existe mais "nós". Mas acho que um dia, mesmo que por uma fração de segundos, existiu.

Existiu e o passado não volta mais. Você fez suas escolhas, eu fiz as minhas, e amadurecemos com elas.

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Domingo, 23 de setembro de 2007

ás 03h30 a.m - insonia

[Não aguento mais essa situação. Estou pirando! Porque voce esta fazendo isso comigo? porque?]

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[Estava esperando voce entrar. Queria muito falar com voce]

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[Voce entrou]

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[Antes não tivesse entrado]

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[Mantenha a calma. Não faça nenhuma bobagem. Respire fundo]

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[Vai nessa!]

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Jurei pra mim mesma que ia ficar calma, que não ia me alterar e nem agir precipitadamente.

Tudo em vão. Começou a correr em minhas veias um veneno quente, escaldante, louco a procura da sua vítima.

Ele estava seguindo o seu curso, espalhando veneno pelo corpo todo, dando os primeiros sinais de reação.

Começamos a discurtir, não aguentei ficar na defensiva, parti pro ataque.

E o veneno circulando nas veias.

Ataquei e fui atacada. E tudo começou a virar um círculo vicioso: ataque, defesa, ataque, defesa...

Estava prestes a explodir, de raiva, de odio, de mágoa, de dor.

Ploc. Saiu.

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Maldita a hora em que resolvi falar com voce.

Odeio-te.

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Eu sabia que seria mais uma noite em claro. Mais uma noite em que meu cérebro iria trabalhar incessantemente.

Era estranho, eu não sentia sono, nem sinais de cansaço. Eu estava elétrica,220 volts.

Era a insonia. Era voce. Voce me perturbando.

Era perguntas e mais perguntas, seu rosto, seu cabelo, seus olhos...

Era voce.

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Arrepios, pensamentos e escolhas...oque fazer?

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Voce conseguiu me derrubar. Estava arrasada! Puxa, e como!

Mas voce não ia desistir tão facilmente. Obvio que não.

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E eu pensei que ia morrer com tanto odio em meu peito.

Eu sentia que cada nervo do meu corpo pulsava freneticamente.

Eu me olhei no espelho e vi um monstro.

Um monstro que não se parecia comigo.

Não era eu.

Mas, estava dentro de mim.

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Estava decidido.

Tudo iria acabar.

Da forma mais drástica possivel.

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Me bateu uma vontade de chorar.

Meu nariz começou a coçar, meus olhos ficaram úmidos...

Minha respiração mais ofegante, e meu coração mais acelerado.

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Estava te perdendo.

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Voce estava me perdendo.

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E nenhum dos dois fingia se importar.

Alias, se importavam, mas fingiam que não.

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Decidi deletar voce.

Libertá-lo de mim.

Deixar-me livre tambem.

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Vá, vá embora!

Deixe-me sozinha.

Deixe-me com a minha dor.

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Vá, vá para longe!

Não volte nunca mais!

Eu vou apagar voce de mim.

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Não, Não fale comigo.

-Não consigo dormir.

-Não conseguimos dormir.

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Vá para casa.

Vá para cama.

E não se incomode.

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Estou aqui ainda.

Mas não quero falar com voce

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Não quero mais sangrar por voce.

Voce pisou em mim. Voce mentiu pra mim.

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É muito sofrer pra um só coração.

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Deixe como esta.

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Com o coração partido te desprezo agora.

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Vá dormir, não seja Rebeca** como eu.

Não pegue o vírus da insonia.

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Vá, vá embora.

Odeie-me.

Mate-me.

Mas não se esqueça:

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Eu sangrei por voce.

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[...]

*O TÍTULO REFERE-SE A UM NOME, MAS QUE FOI ALTERADO PARA NÃO VIOLAR A PRIVACIDADE DA PESSOA.

**Personagem de Cem Anos de Solidão (Gabriel Garcia Márquez), que surge no Romance, como portadora do "Vírus da Insonia".