Afinal, quando Jesus voltará??

Em todas as épocas,  os cristãos sempre têm tentado especular datas para a volta de Jesus. Não obstante,  em todas essas épocas como era de se esperar,  eles terminam falhando em suas previsões e aí tem que remarcar novas datas.  Aguardam por um suposto Arrebatamento da igreja que nunca acontece e uma segunda vinda de Jesus  que de acordo com o calendário cristão  já está bem atrasado.  Diante dos atuais  acontecimentos que a humanidade  vem enfrentando nesses últimos tempos como é o caso dessa pandemia da Covid-19,  os cristãos acreditam que seja o fiel cumprimento das profecias,  ou seja de que realmente estamos no final dos tempos.

É interessante observarmos que desde os tempos mais  remotos em todas as épocas,  a humanidade sempre enfrentou momentos difíceis.  Já tivemos 2 grandes guerras mundiais,  diversos conflitos no Oriente Médio,  enfrentamos também momentos de pandemia em períodos anteriores como foi o caso da Peste Negra, da Gripe espanhola e tantas outras pandemias que dizimaram milhões de pessoas.  Em todas essas épocas os cristãos  acreditavam que Jesus estava voltando.  Hoje em pleno século XXI a crença continua, mas a pergunta permanece: Afinal,  quando esse Jesus vai voltar?

Se formos analisar à luz das escrituras, o que diz a Bíblia a respeito do fim dos tempos, podemos encontrar vários versículos  em que  o próprio Jesus menciona os sinais que antecederiam à sua vinda tais como terremotos, guerras e rumores de guerras,  pestes, apostasia nas igrejas dentre outros. Sinais esses descritos no Livro de Mateus no capítulo 24. 

É comum os cristãos dizer que as nossas interpretações são equivocadas e que  estamos lendo os versículos bíblicos  isolados ou fora de contexto.  É o caso por exemplo daquele  versículo bíblico em que Jesus disse:  " Esta geração não passará sem que antes todas essas coisas aconteçam". Jesus estava se referindo à geração de seu tempo. Através de um sermão profético no capítulo 24 de Mateus,  ele mencionou vários sinais apocalípticos que antecederiam a sua vinda, no entanto tais sinais foram direcionados à geração de seu tempo.  Seria aquela geração que iria presenciar esses sinais bem como o seu retorno triunfal.  Como nós sabemos todas aquelas profecias falharam, nenhum dos discípulos presenciaram a vinda do seu mestre.

Para justificar os cristãos afirmam que a palavra geração teria uma interpretação atemporal e se refere aos judeus ou aos cristãos,  no entanto, o argumento não é válido. A medida que vamos lendo as escrituras  nos deparamos com vários  versículos em que Jesus promete voltar ainda no seu tempo para a sua geração e não para gerações futuras,  séculos ou milênios adiante.

Assim vejamos:

Mateus 16:27–28 : "Porque o Filho do homem há de VIR NA GLÓRIA de seu Pai, com os seus anjos; E ENTÃO RETRIBUIRÁ a cada um segundo as suas obras. Em verdade vos digo, alguns DOS QUE AQUI ESTÃO NÃO PROVARÃO A MORTE ATÉ QUE VEJAM VIR O FILHO DO HOMEM no seu REINO." (Também em Marcos 8:38–9:1 e Lucas 9:26–27)

Outra passagem atribuída a Jesus se refere ao prazo para a sua segunda vinda.

Mateus 10:23 — "Quando pois vos perseguirem nesta cidade, fugi para outra; porque em verdade vos digo que NÃO ACABAREIS DE PERCORRER AS CIDADES DE ISRAEL SEM QUE VENHA O FILHO DO HOMEM."

Todos os discípulos saíram para evangelizar em todas aquelas cidades levando à "Boa nova" e nada desse Jesus voltar. 

Também CAIFÁS deveria presenciar a vinda de Jesus do céu:

Mateus 26:64 — Respondeu-lhe Jesus: "É como disseste; contudo vos digo que VEREIS EM BREVE o Filho do homem assentado à direita do Poder, e VINDO SOBRE AS NUVENS do céu." (Também em Marcos 14:62)

Caifás morreu e não presenciou a vinda desse Jesus.

É interessante observarmos que no Livro de Mateus no capítulo 24, os discípulos fazem uma tríplice pergunta à Jesus a cerca daqueles sinais:

1-Quando serão essas coisas?

2-Que sinal haverá da Tua  vinda?

3-Que sinal haverá do fim do mundo?

Lembrando que a expressão "Fim do mundo " é uma expressão equivocada. Na verdade,  não se trata do fim do planeta, mas refere ao fim do governo dos homens e a implantação do Reino de Deus na Terra.

Curiosamente Jesus respondeu aos discípulos que sobre o dia e a hora somente o Pai sabe. A propósito,  Jesus não é o Pai? Se Jesus é Deus vejam  que resposta mais  controversa. 

De acordo com os versículos acima citados, os sinais  seriam destinados àquela geração.

Por que será que até hoje o mito Jesus permanece como algo intocável para a fé cristã cujas promessas são dignas de credibilidade? 

Por defender uma posição ateísta,  o meu  propósito é refutar a fé cristã,   o que importa é mostrar que  esse Jesus mítico jamais existiu e se ele jamais existiu não tem sentido acreditarmos em suas promessas. Portanto, ele seria apenas um personagem fictício criado pelos primeiros cristãos.  Por outro lado existe ainda uma outra hipótese. Essa segunda hipótese é que realmente tenha existido um falso messias que se intitulava o Cristo. Um messias aguardado  pelos judeus que viria libertá-los do julgo dos romanos, mas que não cumpriu com a sua missão. O Cristo Salvador que verdade não salvou nem a si mesmo.

O próprio João Batista,  discípulo de Jesus, quando estava na prisão enviou seus discípulos para perguntar a Jesus: “És tu Aquele Que Vem, ou devemos esperar alguém diferente?” (Mateus 11:3) Talvez João quisesse saber se Jesus era mesmo o prometido Libertador, que cumpriria as expectativas dos judeus.

Apesar da igreja defender a ressurreição de Cristo, pois esse é o alicerce da fé cristã, a hipótese de que ele tenha sido apenas um falso messias é uma possibilidade que não podemos descartar.  A ressurreição pode ter sido um estratagema que a igreja criou para continuar defendendo essa farsa milenar porque eles sabiam que o mito Jesus seria algo muito lucrativo para a igreja. Portanto há 2 hipóteses. A primeira é  que Jesus tenha sido apenas um personagem fictício criado pela Igreja bem como os discípulos. Nesse caso ele nunca teria existido a não ser nas páginas da Bíblia,  já a segunda hipótese é de que existiu sim um falso messias que se intitulava o Cristo, todavia não compriu com a sua missão libertadora. Ele entraria para a história como um falso messias.   Então,  a igreja para reforçar essa mentira porque eles sabiam que seria um escândalo para os cristãos  descobrir que Jesus não teria ressuscitado, criaram então  essa ideia de ressureição para validar as suas promessas.

Daí nós que somos ateus somos vistos hoje como escarnecedores da fé cristã, pois  conforme está escrito,  nos últimos dias viriam escarnecedores zombando das promessas do Senhor.:

2 Pedro 3:3–4 — [...] NOS ÚLTIMOS DIAS virão escarnecedores com zombaria andando segundo as suas próprias concupiscências, e dizendo: "Onde está a promessa da sua vinda? Porque desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação."

É engraçado notar que 2 Pedro 3 é um texto adulterado (entre 100 e 160 da Era Cristã) escrito justamente para acalmar os cristãos diante do constrangimento da demora e do escárnio, dizendo que a demora é devida à bondade de Deus, para que mais gente possa salvar-se. Isso naquela época.  Hoje em pleno século XXI os cristãos se valem desse versículo bíblico para dizer que nós ateus estamos escarnecendo com a sua fé. 

Existem alguns defensores que não acreditam nem mesmo na existência de um Jesus histórico.  Essa é a Teoria do mito de Cristo.  São defensores dessa Teoria: George Albert Wells,  Robert M. Price,  Earl Doherty dentre outros.  Segundo esses estudiosos,  se realmente existiu um Jesus histórico esse não teria praticamente nada a vê com as origens do cristianismo. 

Já Bart Ehrman afirma que a existência de Jesus assim como a sua crucificação pelos romanos  é  atestada por uma ampla  gama de fontes como Josefo e Tácito.

Embora alguns historiadores como Ehrman defendam a existência de  um Jesus histórico,  esse último teria sido apenas um agitador político do seu tempo sem poderes sobrenaturais ou miraculosos. Um homem simples  que se insurgiu contra os poderes dominantes e a opressão dos menos favorecidos, o que  atraiu a ira das autoridades e que  culminou com a sua crucificação.

Partindo-se  então da premissa de que tenha existido mesmo  um Jesus histórico e que durante o seu ministério ele pregava sobre o Reino de Deus e a salvação. Esse Jesus que se intitulava o Cristo que significa "Ungido",  pode ter sido apenas um falso messias, pois como sabemos os judeus aguardavam a vinda de um salvador que iria libertá-los do julgo dos romanos. O messias tão aguardado não conseguiu libertar o seu povo que continuou vivendo  sob a dominação dos romanos,  sofrendo perseguições e as mais cruéis atrocidades.  Somente no ano 313  por volta do século IV foi promulgado o Édito de Milão pelo imperador Constantino, assegurando a liberdade de culto aos cristãos. 

O fato de ter existido um Jesus histórico é algo totalmente irrelevante no que diz respeito ao cerne da fé cristã, pois assim como está escrito: "Se Jesus não ressuscitou é vã a nossa pregação e a vossa fé "  1 Coríntios 15:14. Portanto, para os cristãos, acreditar apenas num Jesus histórico desprovido de todos aqueles dons extraordinários é algo insignificante. Então, para eles o ideal é continuar acreditando nesse tal Jesus fictício que um dia irá voltar conforme as suas promessas. Afinal,  parece que é algo próprio do ser humano essa necessidade enorme em acreditar em divindades.  A ilusão parece algo muito confortante.