Tamarindo

Beijo sua boca e mordo. Procuro a língua, que é pra sentir o seu gosto misturado com o meu. Porque você já passeou pelo meu pescoço e o sabor das estrelas está em você. Suas mãos brincam nas minhas costas, os dedos enroscados nos laços da minha blusa. Suas pernas trançam meu quadril, para não me deixar fugir. Não sei se me entrego ou me defendo. A música alta nos envolve, assim como as pessoas que passam ao redor e são apenas cenário. Não quero pensar muito. Sei que é bom, mas não sei se o gosto vai ficar amargo depois, feito bala de tamarindo. Não me importo. O beijo interminável ainda está em mim.

É quando acordo e olho ao redor, olhos confusos ainda. Na penumbra do quarto, vejo as primeiras luzes do sol nascendo por baixo da porta.