Estava eu geofilosofando

No plano da geofilosofia, a assunção do termo “geo” pela filosofia confronta com as teses de uma imagem dogmática do pensamento e há, nesse caso, uma curva que liga a geofilosofia à filosofia, o que nos permite sugerir que o tema em questão situa-se na esteira da afirmação do “sentido da terra” contra a moral e o ideal ascético, a convocação de uma terra leve, de forças livres e imanentes de onde se pode conquistar, a dimensão de uma grande saúde e uma cura pela terra, rompendo com a orientação dogmática recolocando a profundidade na superfície, povoando e desenhando-a com as matizes e elementos da cultura, o que significa dizer que é sempre de um povo e de uma nação que a filosofia trata, é sempre conforme o espírito de um povo que a filosofia se, exprime, seja como uma sociedade de amigos ou de irmãos ou mesmo de um povo porvir, que vige como uma máquina abstrata, nos traços do que se constitui o “sentido da terra” e é possível vislumbrar uma admiração declarada aos gregos pelo fato de que, conceberam um meio imanente de se libertar da figuras profundidade na superfície e o modo pelo qual o filósofo pôde sair das alturas do idealismo para se lançar à superfície de um meio de imanência e com isto, verifica-se que a ideia de que o pensamento tenha uma origem, um começo se constitui como um falso problema, pois o pensamento não é derivação direta ou exercício natural de uma faculdade, nem a filosofia deve sua origem a um povo, uma Terra, à Grécia, ao contrário, o que se evidencia como alicerce e motor da atividade, filosófica desde seus primórdios é a implicação de circunstâncias que remetem às exigências de uma razão que insurge na forma de uma inflexão, a saber, a da relação, intrínseca entre o logos e o topos e a razão se efetua não segundo uma abstração, mas pela emergência de circunstâncias e de um meio contingente que lhe convoca e é tal assertiva que anula as pretensões de um princípio necessário ao pensar e sua definição como o exercício natural de uma faculdade, para confrontar espaços e realidades que evocam o não-pensado.