sem nome de Ninguém

pope parte#

Vivo em guerra. Transminto a paz. A vida se é mistério. Sou um monstro. Um ciclope solitário. O amor também é estrangeiro. Será que sou o se vê errado? Detesto ficar paranóico. Angustiado ou cético. Acabo desconfiando do que desconfio. Vulto. Sombra. Não dito. Cânticos. Alegorias. Tudo é motivo para bruxaria. Escuto histórias longas de quem diz amar e sofrer. Absolvo. Rogo. Prescrevo Ave Marias e Pai Nossos. Detesto ser negligenciado. Os olhos mudam de cores conforme o dia. Conforme a noite. De perto, ninguém é normal, frase de um hermano. Tenho dito: Ninguém está perto. Rezo a santos e santas. Espero. Acalmo. Profiro palavras aladas. Pronto para entrar. Rezo algo. Alto. Calado. Sou porta voz do maxilar doido. Entre os dentes escapa a vida e a morte. Procuro meu pai como um cadáver imortal. Renasço pai para louvar a deus. Zeus. Quero saber quem foi meu pai. Quem é um pai? Meu amor heróico. É por ele que clamo. Amo. Procuro teu nome. Nada sei dele. Só sei que andas e falas como um homem. Talvez tenha tantos nomes que não zele por nenhum. Talvez seja um homem, de muitos nomes. Ou talvez seja só um homem sem nome.

Severo Garcia
Enviado por Severo Garcia em 01/01/2022
Código do texto: T7419944
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.