Raiva

Quem faz sua morada na raiva não espera morrer calada. Deseja uivar a dor do que se partiu. Morticínio da carne, da casa, da cidade. Cada canto uma imensidão. Esses cantos ululantes são os maiores. Não há como refutar os ruídos da raiva. Nem os caminhos das profundezas. O subterrâneo mundo de Hades. Vultos assombrosos. Escuridão sufocante. O universo desta morada é misterioso. Fluxo contínuo. Como um dia pode se tornar mil e uma noites.

Severo Garcia
Enviado por Severo Garcia em 03/01/2022
Reeditado em 03/01/2022
Código do texto: T7421107
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