A educação é importante

Esta é uma afirmação com a qual todos concordam instantaneamente. Afinal, quem seria louco de afirmar que é bom que alguém seja mal educado? Ao menos entre aqueles que querem manter-se longe dos sanatórios, ninguém. De fato a afirmação é verdadeira, porém, como sempre, precisamos definir os termos para chegar ao verdadeiro entendimento do sentido da frase.

Como o importante todos que importam já sabem o que é, tratamos então somente da educação. Hoje, em dias onde o apelo a investimentos em educação brotam como capim, o ser descuidado pode cair facilmente na falácia de uma relação direta entre investimento e qualidade educacional.

De fato é necessária alguma estrutura para o ensino, mas esta ânsia por investimentos é reflexo do materialismo mais rasteiro pelo qual a nossa sociedade passa. Quantos de nós, ou nossos pais no caso dos mais jovens como eu, não foram educados andando longas distâncias para estudar em escolas multi-seriais, onde havia uma professora para várias turmas, levando os materiais em sacos de arroz, não tornaram-se pessoas inteligentes, sábias e altamente admiráveis? Logo, meus caros, educação não se refere simplesmente aos aspectos materiais.

Isto, é claro, todo mundo sabe. Boa parte da educação é o conteúdo apreendido, onde os meios materiais são apenas isto, meios, ferramentas, para se chegar a um objetivo, educar alguém. Na pedagogia moderna tende-se a ver o professor, assim como os materiais, um simples meio da produção do conhecimento do aluno. O aluno seria um ser capaz para conhecimento e o professor seria o facilitador, por assim dizer.

Não se trata de uma observação completamente fora da realidade. É necessário observar que todo o conhecimento da humanidade surgiu, em algum momento, da observação do mundo e que toda vez que alguém descobriu algo não o descobriu porque foi ensinado por um terceiro. Porém é muito fácil observar a velocidade com que se aprende algo quando aquele que ensina conhece o assunto sobre o qual está ensinando. Isto é tão óbvio que nem deveria ser necessário dizê-lo. Como alguém ensina o que não sabe, como alguém indica um caminho que não conhece, como alguém entrega o que não tem para entregar? Assim ultrapassamos a ideia de professor apenas como veículo do conhecimento e eu afirmo a necessidade do professor como possuidor do conhecimento.

Avançando mais, observamos nos dias de hoje uma educação altamente tecnicista, outro reflexo do materialismo reinante, que buscar formar o jovem para o mercado de trabalho, focando em conhecimentos práticos necessários para a atuação nas mais diversas profissões existentes.

Novamente, este tipo de conhecimento é importante, mas é preciso ter em mente que ele deve ser escanteado caso haja coisa mais importante a se ensinar, o que podemos perceber pensando em um simples caso; se fosse dono de uma empresa, entre dois pretendentes a emprego, qual dos dois você escolheria: o mal caráter que conhece a fundo as operações necessárias para tua empresa ou o bom caráter que, apesar de não conhecer estas operações, é disposto, honesto e dedicado? A resposta para esta pergunta demonstra o que é mais importante.

Evidentemente que a visão de educação moderna tem sido a de conhecimento. É preciso sempre separar e notar que conhecimento, sabedoria, inteligência e esperteza, apesar de soarem parecidos, são completamente diferentes. O primeiro pretendente é conhecedor, esperto e, talvez, inteligente; tem tudo o que é necessário para ser um bom empregado, menos o principal, a postura. Ele não sabe verdadeiramente como agir.

Esta analogia com o emprego serve para demonstrar com qual tipo de pessoa preferimos ter ao nosso redor, qual é o cidadão que queremos em nossas cidades e quais familiares nos ajudam a crescer. Logo, precisamos expandir a educação; tirando ela do círculo limitado dos conhecimentos práticos e teóricos do mundo e levando-a até a própria postura do ser diante as dificuldades da vida. Todos sabemos que quando falamos que x ou y é bem educado(a) não estamos falando de fórmulas matemáticas ou de conhecimentos de geografia, estamos falando de atitude.

Esta educação do agir é a fronteira onde devemos separar o ensinar do educar. Não há propriamente nenhuma secretaria ou ministério da educação. Tudo do que eles tratam é do ensino. E tratando-se de educação a escola tem um papel bastante menor do que aquele que compete aos pais, o que não significa dizer que não tem papel nenhum.

Esta educação moral é um tipo de educação mais difícil de se aprender sozinho do que qualquer tipo de conhecimento prático ou teórico. Depende efetivamente de um exemplo que seja mostrado no tempo certo da formação da personalidade sob a pena de ter a sua aplicação muito mais dificultada. Em outras palavras, é muito mais difícil mudar o comportamento de um adulto do que o de uma criança. E, novamente, como alguém ensina o que não sabe?

Pois, meus caros, educação é importante, porém a única forma efetiva de educar é o amor. Todo pai e toda mãe deveriam, por amor, fazer toda a força do mundo para ser os pais que seus filhos merecem e precisam. Somente esta força amorosa pode romper más inclinações do passado e proporcionar a sabedoria aos seus filhos. A única forma verdadeira de educar é amar.

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