Texto para catequese nº 1

A campanha da fraternidade deste ano tem o lema “fala com sabedoria, ensina com amor”. Ou seja, o tema é educação. Então, para entender melhor os objetivos, devemos entender melhor o que é educação.

No mundo moderno separamos a educação em dois campos. Formal e informal. A educação formal trata da educação técnica (que significa arte) e do aprendizado de conhecimentos materiais (matéria, português, matemática).

Entretanto, nunca chamamos de educada uma pessoa que possui estes conhecimentos escolares sem possuir uma certa postura. Pelo contrário, chamamos de educado aquele que sabe comportar-se em sociedade, que não fere, de certa forma, nossos sentimentos. Não nos é ofensivo, sua postura é agradável.

EDUCARE, em Latim, queria dizer “educar, instruir” e também “criar”. Essa palavra era composta por ex, “fora”, e ducere, “guiar, conduzir, liderar”. Parece que eles tinham a ideia de que introduzir alguém ao mundo através da instrução era como “levar uma pessoa para fora” de si mesma, mostrar o que mais existe além dela.

A educação é o primeiro passo para levar a pessoa a não ser idiota (do Grego IDIOS, “pessoal, privado”. IDIOTES queria dizer “indivíduo privado”, no sentido de que ele não exercia um oficio público. A partir daí a palavra passou a ter o sentido de “homem comum” – ou seja, sem especial distinção – e depois começou a indicar “sujeito ignorante, de pouca inteligência e pouca valia”, pois não era capacitado para ter cargo oficial.) E o local de educação mais pleno que existe é a Igreja.

Olha para fora de nós é um grandíssimo gesto de amor para com o próximo. Ser educado é, em certa medida, abrir mão do que queremos para o bem alheio. Temos que entender que o amor não é um sentimento de afeto apenas. Justamente o amor é, de certa forma, sinônimo de caridade por causa na necessidade de ação para configurá-lo. Amar é agir em favor.

Por isso um católico deve ser uma pessoa virtuosa (Ela vem do Latim VIRTUS, “força moral, valor, hombridade”, de VIR, “homem, varão”). Com certeza antigamente, quando a vida e a liberdade estavam bem menos garantidos do que hoje, todos prefeririam estar ao lado de homens virtuosos. E o contrário da virtude é o vício. Não é necessário ir muito longe para perceber os danos da convivência com um viciado. Além, todo viciado depende de um virtuoso para sustentá-lo.

A palavra virtude teve seu significado expandido, passando a representar todo um conjunto de posturas valorosas que ajudam a melhorar a convivência e a vida e modo geral. O virtuoso é um ser confortável de conviver-se, tornando-se um sinal de que seus hábitos ajudam no progresso e conforto de todos.

Se amar o próximo é uma exigência, fica claro a necessidade de prover bens a este próximo. Devemos ter em mente que há uma sólida hierarquia entre os bens, sendo os mais baixos os bens materiais, após os corporais (saúde) e, por último, os bens da alma. Amar na máxima medida é prover o bem maior, que é a saúde eterna da alma, a salvação e vida eterna. Desta forma, devemos ter na nossa educação uma forma de levar esta salvação às pessoas que devemos amar.

Não devemos tomar a credibilidade da Igreja para formar a nossa, mas contribuir com a nossa credibilidade para a Igreja. A nossa postura é, muitas vezes, o único contato de alguém com esta própria Igreja, sendo ela, por si mesmo, uma forma de evangelização. “Pregue o Evangelho o tempo todo. Se necessário use palavras.” (Frase atribuída a São Francisco de Assis, mas sem comprovação). Justamente a nossa postura, aquilo que chamamos de educação informal, é, talvez, o meio mais poderoso para a conversão. O que pensaria uma pessoa que não conhece nada da Igreja, da Bíblia e de Jesus ao ver um pretenso católico batendo em um mendigo?

Afastar-se-ia da Igreja, talvez, para sempre. Educação moral é essencial para demonstração do nosso amor ao próximo e, atendendo ao pedido de Deus, amar a Deus também.