Novos tempos, velhas famílias

As famílias modernas não comem mais juntas na mesa. Os horários não coincidem. As agendas sempre lotadas de compromisso vão tomando o espaço das agendas dos contatos. Aqueles contatos que nos faziam tão bem, estão saindo das agendas. O contato olho no olho, afeto no braço, no rosto, no abraço. A ausência do “bença pai, bença mãe” não foi preenchida nem com um “bom dia” sem graça. Os cumprimentos sumiram.

Como resultado, criam-se cada vez mais, arestas. Com a ausência da convivência, cada um, na sua opinião se mostra certo e para “não haver conflitos” ninguém conversa.

Chego a ter medo desse tempo que se forma, sem forma. Li uma vez, nessas páginas de vários pensadores, que “o que mantém as famílias unidas é a distância “. Entendi com isso que praticar uma distância intencional por um período, em que geralmente alguém briga é uma coisa. Não conviver é outra.

O indivíduo aprende com os pais, mas se esses não estão servindo, alguém vai preencher essa lacuna. A pergunta é: quem?

Quem dará os limites para as crianças e os adolescentes? Quem diminuirá a impetuosidade do jovem? Provavelmente alguém que veio de fora de um sistema - que estava a margem - não conseguirá fazer isso. Aí vale aquela frase bem popular que diz: “tomara que dê certo”. Porque por conseguinte, esses serão os futuros chefes de estados ou os médicos a quem você confiara seu parente!

A família forma, a ausência deforma!