Sobre a Finitude
Nós os vemos caindo um por um como as pedras de um dominó.
Eles estão conosco e num minuto seguinte já não estão mais.
Choramos e os levamos para um lugar apropriado e quieto. Lá deixamos as flores e a saudade.
Por um tempo lembramos de algumas coisas deles, depois, o cotidiano barra as lembranças em nossas memórias.
Ás vezes, um sopro de vento abre a caixa do esquecimento e uma lembrança atrevida volta e nos envolve como uma sensação boa, uma preferência ou o simples odor de um perfume, para nos lembrar de que eles existiram, eles aqui estiveram e deixaram suas marcas, datas de aniversários, lutas, conquistas, sonhos, seus bens mais preciosos, a marca que fez cada um deles inconfundível e único.
A Finitude, que para muitos denomina-se morte, é a entrega dos átomos que nos foram emprestados na hora da concepção.
Significa que somos finitos na essência de uma existência.
Uma Vida é o fim de um ciclo.
A Finitude, como reorganização atômica, nunca tem fim.