SER OU NÃO SER PROFESSOR ?

Hoje os pais mimam os filhos e dizem: "Estamos dando para eles o que não pudemos ter quando crianças..."

Causa-me estranheza o fato que vem acontecendo nas escolas, igrejas, lugares públicos etc.  Outrora os líderes revestidos de alguma autoridade, principalmente os professores, eram respeitados por todos os alunos, às vezes um ou outro se rebelava, mas logo era disciplinado, ia para a sala dos diretores ouvia um "sermão" e ainda saia devendo favor. 

O ruborizar era mais que normal, bastava ser apanhado em alguma brincadeira com os colegas, logo sentiam na face o corar de vergonha.

Hoje, com a psicologia moderna, onde os estudiosos afirmam que não se pode educar um filho com uma palmada, [já dizia a minha avó com muita propriedade: pé de galinha não mata pinto] o que temos visto e assistido são crianças desobedientes, rebeldes, desrespeitosas, sem limites e cheias de argumentos estratégicos de causar inveja aos adultos.

Basta o educador falar um pouco mais alto chamando a atenção, e pronto, estará causando "traumas" naquela criança, virá a diretoria, depois os pais, uma autoridade dos "direitos da criança e adolescente" e crucificarão o pobre  educador que sofrerá alguma forma de penalidade, como se já não fosse penalizado educando os "sem-educação".

Todos que abraçam o magistério, o fazem por um ideal. Muitos doam tempo, sacrificam família, usam transportes ineficientes, andam quarteirões a pé debaixo de sol ou chuva somente pelo prazer de alfabetizar, ensinar, educar...

O que dizer da famigerada "escola plural" que contemplava alunos semianalfabetos, forçando-os a galgar degraus de uma escala cujo aprendizado ia sendo postergado, trazendo assim, grandes prejuízos na educação dos mesmos e desapontamento para os educadores e todo trabalho em vão.

Conheci uma pessoa nascida para educar, tornar-se uma psicopedagoga, prestou concurso e com muita competência passou e recebeu o cargo para lecionar para crianças, era o sonho dela, estava feliz, realizada. Preparou-se com esmero e cuidado e partiu para a escola pública. Com muito trabalho e perseverança conseguiu permanecer "dois meses apenas", não suportou a rebeldia, insubordinação, gritarias, imaginem, crianças de seis, sete anos. Preferiu guardar o sonho em uma gaveta dentro do coração, era impossível para ela tão amorosa, tão capacitada, suportar a desobediência daquelas crianças.

Ficou decepcionada com tudo o que viu, jamais esperaria tanta falta de educação em uma só sala de aula. Abdicou de um sonho para não ferir os seus princípios morais e éticos, ela não poderia como autoridade constituída, advertir e  muito menos alterar o tom de voz para se relacionar com aquele grupo de pequenos "sabotadores" da paciência de adultos.

Ela bem que tentou, procurou atrair os olhares, a atenção daquelas crianças para a matéria cuidadosamente elaborada e assim, implementar um convívio de paz, tranquilidade e confiança, mas foi mais forte do que ela, havia ausência de valores naquele lugar chamado "instituição pedagógica", não por culpa dos dirigentes, mas por culpa do "sistema". 

Ficava triste, dormia mal, se cansava  fisicamente e psicologicamente, e antes que adoecesse por tais circunstâncias renunciou ao cargo!!! Uma pena.....

"As raízes do estudo são amargas, mas seus frutos são doces"     [Aristóteles]