Amor x Ciúmes

Há algum tempo atrás eu não entendia porque a minha amiga insiste, há anos, num namoro interrompido inúmeras vezes por crises de ciúmes.

Ontem, tomado por um espírito predisposto a respostas intuitivas do tipo "Siga o seu Coração", pensei em opinar sobre se a amizade deve assumir, por algum tempo, o lugar do namoro, quando o ciúme ronda e provoca infelicidades na relação.

Hoje, a minha opinião, depois de pensar um pouco mais,

coincidiu com a mesma intuitiva de ontem, e fiquei feliz porque a razão e o coração se entenderam, o que é um coisa rara na gente não é mesmo?

O coração disse, louco e esbaforido como sempre:

— Não aceito diálogos contidos, desejos reprimidos;

não abro mão da emoção, do amor, do sexo, de ouvir e dizer

frases como te amo, meu lindo(a), quero você pra mim...,

porque tudo isso existia antes de chegar esse bandido desagregador chamado Ciúme, que insiste em me invadir.

Mas não abro para ele... Vou enxotá-lo!

A razão ponderou, calma e reflexiva como sempre:

— A amizade é muito nobre, muito confiável, e mais estável do que o namoro, mas sozinha é contemplativa, pouco exigente, releva sempre, e não aprofunda os sentimentos que fortalecem o amor. Ele termina esquecido... A amizade não é páreo para a desconfiança, insidiosa e cheia de malícias.

Hoje, portanto, não vejo porque impedir que a desconfiança

e o amor travem, no namoro, uma luta de morte e que, no final, vença o mais forte, porque "Amar se Aprende Amando", e lutando muito, como fazem a minha amiga e o seu namorado.