A queda do céu

demônios parte#

A queda era eminente. Naquele avião não havia a fileira de número treze. Um presságio evidente. É de se ter fúria e raiva se ficássemos presos mais de dois mil anos numa caixa de ferro no fundo do oceano. Enlouqueceríamos com a eternidade da vida em uma jaula, sem um sonhar coletivo. A fumaça de metal produzida pela modernidade sufocou os homens brancos, mortos por alucinações de invadir o céu e a terra com seus mitos individuais. Os homens vivem de costas para o céu sem esperar suas próprias mortes. Sonham o impossível, a eternidade do corpo. A terra é além-mares e alimenta-se da aurora e da carne de quem lhe pisa.

Severo Garcia
Enviado por Severo Garcia em 09/07/2022
Código do texto: T7556203
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