Apatia ou Empatia?

Empatia tem por definição, uma delas, “ação de se colocar no lugar de outra pessoa, buscando agir ou pensar da forma como ela pensaria ou agiria nas mesmas circunstâncias”, segundo o dicionário online de português.

Muito se tem falado nessa palavra como uma forma de entender o que uma outra pessoa está passando ou vivendo, para que não sejamos julgadores injustos, embora para julgar alguém de forma moral é necessário estar numa condição muito confortável para tal, sendo que a moral, que é ligada aos costumes de uma região, povo ou comunidade, passa a ser subjetiva em determinadas ocasiões.

Portanto, o mundo e a sociedade, uma boa parte dela, clama por mais empatia, que levaria as pessoas a ter mais amor ao próximo.

No entanto a apatia, pelo mesmo dicionário online de português, é definida como “condição de quem não se comove, não demonstra sentimentos nem interesses: tratou o assunto com apatia”, o que discordo.

A apatia, do grego apatheia= ausência de sofrimento/paixão, é uma prática filosófica dos estoicos. Por isso não podemos confundir essa apatia do estoicismo com aquela apatia definida nos consultórios de psicanálise.

Para o estoicismo, a apatia é uma condição do sábio, daquele que sabe que não deve se preocupar e nem se ofender com todas as coisas do mundo, sabe definir o que está ao seu alcance e o que não está. Através da apatia ele não sofre e evita muitos males desnecessários, ocupando-se realmente com aquilo que importa.

Então empatia e apatia seriam coisas totalmente diferentes e opostas?

Não necessariamente, na opinião desse que os escreve. Sentir empatia pelas pessoas, animais e situações, é o que nos diferencia dos irracionais e nos torna humanos, porém, não devemos sofrer e nos preocupar com coisas que estão fora do nosso alcance para que não soframos em vão. A apatia não é a falta de empatia, mas saber direcionar sua energia para aquilo que realmente está ao seu alcance, não é indiferença também, é saber a importância da situação, mas não se desgastar se você não pode resolvê-la.

Enfim, é preciso ter o foco no que realmente você pode fazer a diferença, se não depende de você, não adianta sofrer...