VOCE TEM CONTEÚDO?

O que é mesmo ter “conteúdo”?

É sentir-se interessante, condensar em si mesmo a eloqüência, o pragmatismo a pretensa sapiência com que vilipendia sentimentos, atitudes e ações de uma outra pessoa, ou de um grupo de pessoas, é dizer-se audaz, com convicções plenas, absolutas, verdadeiras. Mas será que está plenamente cônscio de que por trás da mitificação de si mesmo há arrogância, prepotência, um estado “esnobe” da raça humana, achando que todos os outros são simplórios,que cabem dentro de um servilismos, com claros resquícios de uma escravidão?

A onde mora os conceitos irreparáveis, irretocáveis, onde fica esse lugar, ou de que forma foi idealizado, construído e com que argumentos, fundamentos, conceitos persuasivos que só a própria pessoa se faz achar, porque nela ta condicionada a ‘ELEGANTE CONDIÇÃO: EU SOU MELHOR DO QUE VOCE, mas onde está esse “ser” melhor? Numa ótima formação acadêmica? Mas,

Muita gente que apenas aprendeu com a vida, tem muito mais conhecimento, esclarecimento, conceitos contundentes e senso de discernimento dos que agregaram a si títulos,

A virtual respeitabilidade das classes dominantes?

Mas na simplicidade da vida das pessoas que moram numa casa humilde, coabitam muitas vezes com muito mais valores pessoais, princípios e éticas que faltam a onde borbulham a pretensa superioridade,

Tudo talvez esteja condicionado a uma psicoadaptação que formulam e formatam de si mesmo. Criam historias, se convencem dessas “verdades” criadas, que mentem com absoluta convicção de estarem a possuir a verdade. Será que não dizem de vez em quando, em algum momento a celebre frase: Você sabe com quem esta falando? Nem que se passe apenas no pensamento?

Não está aí inserido, incrustado o ser superior que construímos de nós mesmos, e com

Isso não nos definimos como possuidores de “conteúdo”? Porque somos “melhores”, porque “moramos bem” por que freqüentamos os lugares “in”? É tudo muito mais surreal do que a virtual pretensão da realidade que queremos pra nós mesmos...

“Será que leitores que somos todos nós caímos na mesmice, somos enjoativos, e não temos nenhuma pluralidade, ao lermos um texto “SEM CONTEUDO” SEM O SABER SER, SEM O SABER SE CONSTRUIR”? Como este? Somos seres tão ínfimos assim? Em absoluta desarmonia e com total falta de concordância com os que se dizem fortes, e que não se melindram, que não sofrem por nada, demonstrado frieza, diante de uma atitude em que uma outra pessoa quedou-se... Acho uma fantasia de si mesmo, muito cabível em quem apenas vê o seu próprio mundo, em quem verticalizou-se em sua redoma, em quem apenas acha que todas as ações e atitudes dos demais têm que estar dentro das suas pretensas conformidades... Das suas vaidades pessoais!

Conteúdo é uma essência plural, é no contexto da própria existência saber ser “gente” ser “coerente” ter “discernimento” é ter o universo coletivo dentro do seu “EU” é dentro da “boa vontade” ser mais humano, “ter vida interior” e deixar o espírito menos arraigado a pequenez e buscando a otimização do tempo dentro dos seus projetos pessoais, objetivando metas, formular planos de vida, se idealizar como um projeto da própria “vida” que na sua dinâmica altera-se processa conceitos dentro de uma realidade pessoal e externa argumentos vertente as verdades coletivas.

É abortar a idéia de que alguém por alguém se modifica se amplia se reduz. Cada pessoa é fiel é leal as suas próprias convicções e verdades inalienáveis. Quando algo foge a essa conformidade, vem o julgamento, a condenação e a definição de que você não serve a esse “fim”...

Nesse caso o “SEU CONTEÚDO” é algo absolutamente seu

O meu “CONTEÚDO” é algo inalienavelmente meu, não posso atribuí-lo a outra pessoa, a delimitação dos espaços e o respeito e admiração é que nos possibilita a sermos, diferentes, interessantes e termos “CONTEÚDO”!

Sem que isso seja apenas um neologismo! Até mesmo que por definição não o é...

JORGE BRITTO
Enviado por JORGE BRITTO em 29/11/2007
Código do texto: T757698
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