Psicologia mal-dita

O presente estudo é um convite à reflexão sobre o trabalho psicológico e a prática profissional. É um exercício em que a pesquisa visa reverberar cristalizações e questionar modelos e formas. O material empírico utilizado foram as experiências da pesquisadora como psicóloga no hospital psiquiátrico, no presídio, na clínica particular, na psicologia escolar, na saúde escolar, na educação especial, na formação de psicólogos, na saúde pública e no “divã eletrônico” da comunicação contemporânea. Para tanto, um texto memorialístico permitiu o percurso de exploração conceitual, acompanhando a intensidade das existências, descrevendo e registrando a singularidade do pesquisador em cada momento de experimentação. A genealogia foi colocada como a oportunidade de descobrir emergências antes que se ponha como molde o exercício profissional regulamentado e os protocolos de trabalho do trabalho psicológico em instituições de ensino ou de saúde. Além dos afetos, das dúvidas e do desconforto vivenciados na jornada da memória, a escrita sistemática permitiu trazer as agitações e as intensidades do outro-em-nós, conferindo ao texto o atributo experiencial interrogativo. As questões vivenciais são as pistas que conduzem ao texto da tese, feita pelo cartógrafo e psicodramatista Lerinha, onde o plano teórico é o da experiência de habitar e ser habitado por terceiros-em-nós. A escrita sistemática se faz contando/revelando as sensações criadas pelo trabalho psicológico, revelando alguns dispositivos de poder/saber/subjetivação que compõem o complexo arcabouço da trama "psicológica", que fabrica seus outros. Deixando de lado os discursos qualificadores e prescritores das psicologias, este estudo discute a alteridade e o devir humano, seguindo os passos de autores como Nietzsche, Foucault, Deleuze, Guattari e Heidegger, entre outros. As conclusões se devem ao surgimento de um ato nômade, que não habita uma forma ou um lugar, mas isso se faz na reinvenção incessante, estratégia de busca por uma ética da alteridade que cria e recria continuamente o psicológico. A reinvenção incessante ou a autoprodução permanente se estabeleceria pela conexão dos espaços de escuta, acolhendo o estranhamento e tentando, com alegria, a diferenciação. O presente estudo afirma-se pela defesa de um espaço que aceita e propõe a Psicologia como o lugar criativo, capaz de destravar a máquina de guerra nas instituições de ensino ou de saúde contra o preconceito, a segregação e as classificações identitárias, ousando na invenção de ambientes, de si e de mundos. A reinvenção incessante ou a autoprodução permanente se estabeleceria pela conexão dos espaços de escuta, acolhendo o estranhamento e tentando, com alegria, a diferenciação. O presente estudo afirma-se pela defesa de um espaço que aceita e propõe a Psicologia como o lugar criativo, capaz de destravar a máquina de guerra nas instituições de ensino ou de saúde contra o preconceito, a segregação e as classificações identitárias, ousando na invenção de ambientes, de si e de mundos. A reinvenção incessante ou a autoprodução permanente se estabeleceria pela conexão dos espaços de escuta, acolhendo o estranhamento e tentando, com alegria, a diferenciação. O presente estudo afirma-se pela defesa de um espaço que aceita e propõe a Psicologia como o lugar criativo, capaz de destravar a máquina de guerra nas instituições de ensino ou de saúde contra o preconceito, a segregação e as classificações identitárias, ousando na invenção de ambientes, de si e de mundos.