Sem inspiração.

Acho que tô precisando de um mergulho,talvez um salto de cabeça.

Naquilo que penso ser de verdade,as melhores coisas em mim.

Contudo, nem de longe isso passa perto de me ajudar.

A reinventar-me,tirar novas loucuras da mente estagnada.

Isso mesmo !! Ela parou,não consigo mais ser acertivo com as palavras.

Meus dedos, mãos e mente, parecem fora de sincronia,nada mais faz sentido.

Tô com muito medo,na verdade tô paralisado.

Sem saber de onde virar as próximas linhas,nem sei se elas vão vir.

Tenho tentado e não vem nada,nada que desperte interesse.

Só falas insanas e coisas permeadas de um vazio tão assustador, quanto o silêncio da criação.

Algo parecido com as madrugadas chuvosas,daquelas em que somos deixados pra sentir medo.

Assim me sinto nessa escrita sem luz,como se tivesse caminhando de olhos fechados.

Por um lugar desconhecido,nada me apoia ou me faz sentir seguro.

Meus dedos aflitos e desorientados,vagueiam nas teclas.

Na ilusão de que estão trazendo pra cá,falas de alguém consciente.

Subto delírio de um poeta sem cor,que se afasta da sabedoria e da vaidade.

Pra se arriscar de forma suicida,numa aventura criativa.

Serão algumas linhas,tímidas e sobretudo reais.

Que lhes farão entender ou simplesmente deixar pra lá.

Sem julgamentos ou expectativas,cada um que se permitir algum segundo de atenção.

Terá também uma prévia,da abstenção e do medo sentido durante o percurso.

Possivelmente,sem garantias,terão receio de afirmar o título de algo tão implícito.

E certamente será mais uma rápida passagem,de uma leitura curta de alguém que não diz nada.

Sem sentido,sem objetivo e talves até sem inspiração.