Lápis, caneta e uma folha em branco

A Educação é uma arma poderosa, imbatível e extremamente perigosa, a ignorância, a violência e a toda e qualquer forma de preconceito e discriminação. Os processos educativos possuem em seu âmago a transformação em todas as suas formas e expressões, as mentalidades e atitudes, criatividade, imaginação que rompem as esfera mais tradicionais. Ao iniciar um ano letivo, organizamos nosso arsenal: lápis, caneta e muitas folhas em branco. Estudamos conteúdos e ações didático- pedagógicas, planejamentos e estratégias que pavimentarão o labor docente. Recebemos os estudantes dando o melhor que há em nós, orientamos, organizamos, nos divertimos e colocamos muita disposição e dedicação para atender expectativas e começar a escrever em nossas folhas em branco. o chão da escola transborda diversidade , dilemas e desafios, superação, laços de amizades, colaboração e respeito, um espectro da sociedade. O frio na barriga, nervosismo e a sensação daquilo que está por vir. Sorrisos, olhares aguçados, abraços e felicidade em começar a labuta. Um exercício de perseverança, de luta e amor pela educação, pela escola e por todos que nos cercam.

Penetro meus esforços e me concentro naquela folha em branco; o que posso escrever, desenhar ou rabiscar? Como posso transmutar desejos com uma varinha de condão ou com um lápis na mão? Professores são impelidos a concretizar suas ideias e ideias por meio de ações e atitudes que procuram conectar o coletivo, os indivíduos e o ambiente escolar. Minhas armas, meu material atômico de alta periculosidade, as palavras, os gestos, o quadro e o giz e acima de tudo: os pensamentos. Vidas passam e perpassam por nós, influenciamos e somos influenciados, a dialética do tempo, aprendendo e ensinando, construindo saberes e pontes. Com um lápis rabisco e registro apontamentos, a luta diária por uma educação popular e democrática, a busca por igualdades e reconhecimentos de diversidades, semeando utopias, poesias e um mundo que possa existir baseado em virtudes de paz e comunhão.

Esperança nutre os dias no labor de professores, professoras e funcionários de uma instituição que tem como missão conectar as pessoas ao conhecimento adquirido e legitimado pelas ciências e culturas. Uma atuação nobre que exige profissionalismo, condições de trabalho adequadas e muita força de vontade diante das adversidades. Acordar com ternura para reconectar mentes e corações em prol de objetivos que transcendem as avaliações pragmáticas e tocam o que há de mais sublime na essência de cada um de nós. Professar é reeducar-se constantemente procurando, com humildade e compreensão refazer-se em retalhos e comunhão. Com a caneta deixamos registros permanentes sobre os apontamentos perenes do lápis na folha em branco a cada amanhecer. Descanso minha atenção no semblante dos trabalhadores e trabalhadoras da educação, venero com orgulho aqueles que com responsabilidade e consideração têm noção do seu papel e da sua função na imensa engrenagem da vida. Esta chama não se apaga, o fogo revolucionário do saber. Com imensa felicidade, desejo um ótimo ano letivo à toda comunidade escolar!