MAÇONARIA- A CABALA DO OCIDENTE

 

A Cabala do Ocidente

 

Quem já galgou os graus filosóficos da Maçonaria e conhece, de fato, as fontes da sua espiritualidade, não deixará de reconhecer que ela se fundamenta, principalmente nas doutrinas gnósticas e cabalísticas. Mais na Cabala, diríamos.

A Maçonaria é a Cabala do Ocidente. Por isso encontraremos no seu catecismo muito pouco do ensinamento cristão desenvolvido pela Igreja de Roma e muito mais o cristianismo gnóstico dos dois primeiros séculos da era cristã, cujas teses foram consideradas heréticas pelo Vaticano no grande expurgo realizado pelo Concílio de Nicéia, em 325.

Por isso, ainda hoje, a Maçonaria desperta muita desconfiança nos meios cristãos oficiais, que a tem como uma seita herética que pratica ritos estranhos e comunga de ideias condenadas naquele Concílio. Na verdade, o cerne da doutrina espiritualista da Maçonaria não é mais do que a Cabala cristã desenvolvida por filósofos da Renascença, como Giordano Bruno, Marcilio Ficcino, Giambattista della Porta, Jacob Boheme, Robert Fludd, Van Helmont, entre outros. Entre eles encontraremos alguns alquimistas de renome, como Paracelso, Roger Bacon, e principalmente o grupo rosacruciano liderado por Cristhian Rosencreutz, pseudônimo do alquimista alemão Johannes Valentinus Andreae,, fundador do movimento conhecido como Rosacruz, além de vários espiritualistas, como Eliphas Lévy, Stanilau de Guaita, Fabre D’Olivet e outros. [1]  

O nome mais importante desse grupo de pensadores renascentistas, porém, foi Giovani Pico de della Mirandola. Esse grande filósofo, nascido em 1463 e falecido em 1494, foi o grande responsável pela compatibilização das visões cabalistas com os ensinamentos de Platão, Aristóteles e vários outros temas cristãos, como a encarnação do Verbo, a Trindade, a identidade do Messias, a Jerusalém Celeste, etc.

Seguindo seus passos vieram outros grandes pensadores cristãos, como Johan Reuchlin (1455-1522), mestre incontestável de todos os cabalistas e Guilherme Postel, que

defendeu a ideia da Cabala como doutrina de redenção mundial.

 

A Cabala Cristã

 

         Rosenroth, em sua “Kabbalah Revelada”, se refere à crença de que a Cabala foi revelada aos homens por anjos encarregados por Deus para trazer à terra uma forma de realizar a sua reabilitação. Essa pretensão também se refere à Maçonaria, tanto que James Anderson, no preâmbulo das Constituições, diz que a Arte Real teria sido introduzida já no Jardim do Éden, pois Adão era versado nela.[2]

Isso porque, segundo Rosenroth, em consequência da sua queda, os homens haviam

perdido a nobreza e o esplendor inicial com que haviam sido revestidos pela ocasião da sua criação. Como diz a Bíblia, o homem tinha, antes da queda, um status semelhante aos dos anjos, mas em razão da sua desobediência foi rebaixado a um nível inferior, onde o dever seria uma limitação à sua proficiência.[3]

           Como já dissemos em outra obra da nossa autoria, a Cabala mística deve muitos dos seus temas aos filósofos neoplatônicos, tendo no judeu Filon de Alexandria o seu precursor. Depois ela foi adotada por vários escritores e místicos gnósticos durante os primeiros séculos da era cristã e largamente ampliada pelos cabalistas medievais, especialmente o grande Moisés de Leon, tido por muitos historiadores como verdadeiro autor do Zhoar. Por isso muitos historiadores acreditam que a Cabala não é mais do que uma doutrina nascida na esteira da cultura hermética que foi dominante na Europa nos primeiros séculos do Cristianismo. O próprio Gershon Scholen, um dos maiores historiadores da Cabala, acreditava nessa possibilidade, pois segundo ele a Cabala foi um movimento produzido pelos rabinos sefardistas como contraponto ao rigorismo e o conservadorismo dos talmudistas.[4]

 

A Cabala cristã viria alcançar o seu apogeu como doutrina no início da Idade Moderna, com os chamados pensadores do chamado movimento Rosacruz.

Como se sabe, a Maçonaria institucional é uma aplicação prática da doutrina pregada por essa suposta Irmandade. Embora suas raízes e origens possam ser recenseadas em períodos bem anteriores ao surgimento do movimento rosacruciano, não há dúvida que Maçonaria que mergiu da fusão das quatro Lojas Inglesas teve no movimento inaugurado pelos alquimistas alemães a sua principal fonte de inspiração.[5]

Por outro lado, o resgate do homem como “medida de todas as coisas”, que foi o principal mote do Renascimento, teve no cabalista Isaac Luria o seu principal articulador. Luria introduziu na doutrina da Cabala um sistema de moral que substituiu a ideia messiânica de uma salvação futura, em um mundo alhures, incognoscível e inatingível pela mente humana, como o que era pregado pelos doutrinadores judaico-cristãos, por uma doutrina de salvação aqui e agora. Esse resultado seria atingido pela adoção de um comportamento ético e moral, que segundo ele, estava todo previsto na Torá e era desvelado na doutrina da Cabala em sua mística tentativa de explicar como funcionavam as leis de evolução cósmica e as intenções de Deus com relação à humanidade.

Ele tinha razão, porquanto o Zhoar veicula um conceito filosófico diferente daquele que é informado pelos comentaristas do Talmud e os teólogos do cristianismo no sentido de que ele ensina que há uma substância universal que pensa e age constantemente, submetendo o mundo a uma eterna e inexorável evolução, bem oposta à ideia de um mundo estático, saído pronto e imutável da Cabeça do Criador. E que, principalmente, era o homem, no seu ato de pensar, que dava vida e sentido ao universo.

Nesse sentido, pensar, existir, desenvolver a si mesmo, era sinônimo de criar, e dessa forma, o ideal contido na frase sofista de que o homem era a medida de todas as coisas ganhava corpo e consistência, operando uma regeneração que as doutrinas anteriores não permitiam.

Era um sistema que valia não só para a Alma do indivíduo judeu, mas também para todos os povos porque a Torá não era um livro escrito só para Israel, mas para toda a humanidade. Com isso ele lançou a tese de que a redenção espiritual estava vinculada à redenção social e ela só viria quando ambas fossem realizadas.

Ideias, que como se pode supor, caíram como luvas perfeitas para mãos que desejavam construir uma sociedade livre de dogmas e obscurantismos que castravam a criatividade humana em proveito de uma redenção incerta em um mundo futuro que ninguém conseguia provar que existia. Era simplesmente a volta de um ideal que havia sido esquecido com o fim do predomínio cultural grego e a vitória do cristianismo dominado por Roma. Só que agora esse ideal vinha reforçado nada menos por uma interpretação liberal da Torá.

 

Influência no Renascimento

 

Esses eram exatamente os argumentos que os pensadores da chamada Renascença estavam procurando para justificar as suas especulações. Assim, como diz Gershon Scholen, se o messianismo sabataísta forneceu o estofo para os argumentos sociológicos dos teóricos do Iluminismo, foi Isaac Lúria quem lhes deu a base para a sustentação teológica de suas teses pois, como ele diz “o desejo de libertação total, que desempenhou um papel tão trágico no desenvolvimento do niilismo sabataísta, não foi de maneira alguma puramente uma força autodestrutiva; ao contrário, debaixo da superfície da ausência da lei, do antinomismo e da negação catastrófica, poderosas forças construtivas estavam em ação.” [6]

Scholen se refere à grande comoção que o sabataísmo provocou nas hostes mais conservadoras do judaísmo com as ideias de um livre arbítrio que concedia ao homem o leme de seu próprio destino. Nesse sentido, a ideia do Shabbat, introduzido pela locução bíblica que falava do descanso de Deus após a criação do homem, era uma verdadeira introdução ao niilismo ativo, no sentido de que tudo, a partir da chegada no homem no cenário da criação, passava a ser de sua responsabilidade. Era como se Deus se ausentasse do mundo a partir

desse momento e o universo passasse a ser regido pela mente humana.[7]

As ideias desenvolvidas por Luria e os cabalistas que aderiram a esse sistema de interpretação da Bíblia exerceram um papel preponderante na formação do pensamento ocidental, especialmente naquele que emergiu da Reforma protestante. Como diz o referido autor, no plano teórico, essa nova visão trazida pelo Zhoar e pelos cabalistas da Renascença preparou o terreno para o moderno secularismo e o surgimento do chamado Século das Luzes. Isso porque a Lei, diz Scholen, expressa na Torá, agora era vista com claros contornos visionários, no sentido de que ela “não é mais que uma sombra do Divino Nome, do mesmo modo que se pode falar em uma sombra da Lei, cuja projeção é cada vez mais longa ao redor da vida dos judeus. Mas, na Cabala, o pétreo muro da Lei se faz gradualmente, de forma transparente. (...) Essa alquimia da Lei é um dos mais profundos paradoxos da Cabala (...)[8].

Isso porque, na Cabala, a ideia não é a de que Deus fez o mundo físico a partir do nada (uma criação ex-nihilo) como anteriormente se pensava, e que no final voltaria ao nada através de um apocalipse final, mas sim que o universo é um cadinho de formas sem fim, manifestadas pela Vontade Divina de Ser e desenvolvida pelas leis universais, uma das quais, a mais importante, é a do pensamento. Tudo que existe é parte da Essência Divina e toma forma através do pensamento humano. É uma forma de nihilismo ativo, que atribui à consciência humana a tarefa de construção da realidade. Um pensamento que, como vimos está no cerne da proposta da Maçonaria como agentes de construção do edifício cósmico.

          Muito interessante essa intuição dos mestres cabalistas porquanto hoje cientistas de renome têm dito que nós só existimos porque fazemos parte do universo. Isso quer dizer que o universo físico só existe porque nós temos consciência dele. Isso não significa que se o ser humano desaparecer, o universo também desaparecerá. A ideia é a de que quando não se tem consciência de que uma coisa existe, então ela não existe.

           Evidentemente essas ideias nunca tiveram a concordância dos rabinos conservadores. Para estes a Cabala era uma monstruosa heresia. Da mesma forma pensavam os padres católicos, que viam nas teses cabalistas mais uma estratégia dos reformistas protestantes para enfraquecer o domínio espiritual da igreja católica. E os líderes protestantes diziam que era a Igreja Católica que se valia da Cabala para contaminar as propostas reformistas. Porém, como bem observa Alexandrian, os humanistas que confraternizaram com os rabinos para

estudar a Cabala foram os campeões da liberdade de pensamento. [9]

 

A Cabala e os Templários

 

Como sabemos, certos ramos da Maçonaria alegam ser uma continuação da Ordem dos Templários, Irmandade de monges cavaleiros extinta pela Igreja em 1312, sob a acusação de heresia. E nessa mesma esteira alguns historiadores acreditam que a Cabala teria sido trazida ao Ocidente justamente pelos Templários, cujos mestres a teriam recebido diretamente das suas fontes judaicas.

É difícil dizer quando a Cabala chegou à Europa.  A hipótese de que ela tenha sido trazida pelos Cavaleiros Templários é bem plausível considerando a história da Ordem do Templo e os acontecimentos nos quais essa Irmandade esteve envolvida ao longo da sua estranha e controvertida saga.

É bem possível, aliás, que o verdadeiro segredo dos Templários, e pelo qual essa Irmandade foi perseguida e extinta, tendo seus líderes queimados nas fogueiras da Inquisição, seja, na verdade, a prática da Cabala. Tudo indica que as lendas sobre o Santo Graal, do qual se diz que eles eram os guardiões, bem como os estranhos rituais que eles praticavam em suas iniciações, o suposto culto ao ídolo Baphomet etc, nada mais fossem que rituais e práticas cabalísticas que esses cavaleiros adotaram, juntamente com outras tradições de caráter gnóstico, alquímico e hermético, que eles incorporaram em seus rituais.[10]

Historicamente, como bem demonstra Alexandrian em seu tratado sobre a filosofia oculta, o Sefer há – Zhoar, a Bíblia cabalista, só aparece no Ocidente em fins do século XIII, revelado por um rabino judeu espanhol, chamado Moisés ben Schemtob (1250- 1305) mais conhecido como Moisés de León, que ensinou os princípios da Kabbalah nos reinos de Leão e Castela.

Ou seja, exatamente na época em que os cruzados foram expulsos da Terra Santa pelos exércitos comandados pelo Sultão do Egito, Saladino. Os Templários, principal força militar dos cruzados, voltaram para a Europa e se tornaram uma espécie de estado dentro dos reinos medievais. Dominaram a cena política, militar e econômica, provocando grande ciúme, inve-

ja e preocupação entre as autoridades políticas e eclesiásticas da época.

Reis, príncipes e autoridades eclesiásticas europeias temiam que os Templários acabassem constituindo um estado próprio, semelhante ao que os Cavaleiros Teutônicos fizeram na Europa Central e que resultou mais tarde no reino da Prússia ORientaL.Principate porque, nessa época, na região conhecida como Languedoc, ou Provença, que compreendia o sul da França e regiões hoje pertencentes à Espanha, florescia a chamada heresia albigense, religião praticada pela seita dos cátaros. A Provença foi um dos territórios onde os Templários tiveram uma grande atuação, auxiliando os monarcas locais nas suas lutas contra os mouros. Nessa região, havia também uma próspera colônia de judeus, o que proporcionava um caldo de cultura bastante propicia à prática da Cabala.[11]

 Investigações conduzidas por vários estudiosos chegaram à conclusão de que o Zhoar teria sido um trabalho compilado no século XIII e que dele teriam participado diversos autores, a maioria oriundos da região da Provença, liderados pelo rabino Moisés de Leon.[12]

Entretanto, ainda que se aceite o pressuposto de que a Cabala tenha sido introduzida na Europa somente no século XIII, não se pode negar que essa tradição já era de largo conhecimento da comunidade judaica por toda a Europa e também entre os cristãos gnósticos, desde os primeiros séculos da era cristã.

Aliás, o que se conhece da filosofia ensinada por Moisés de Leon não deixa dúvidas que ele sofreu grande influência das doutrinas gnósticas e pitagóricas. Em uma de suas “revelações” ele diz que “o homem que está neste mundo aqui está pela associação dos três elementos que são um: são eles, alma racional, a alma vital e a alma sensível(...) E graças à essa unidade ela se torna o reflexo do que está acima, ou seja, a verdadeira imagem de Deus.[13]

Esse pressuposto é o mesmo encontrado na doutrina hermética, atribuída a Hermes Trismegisto, o lendário personagem que teria levado a civilização à Grécia e ao Egito. Na verdade, toda a doutrina exposta no Zhoar guarda uma perfeita correspondência com o pensamento gnóstico e incorpora também muitas teses do neoplatonismo, doutrinas que causaram grandes preocupações no Vaticano durante a Idade Média.

A Cabala foi, talvez, a principal dessas doutrinas. Não só contaminou o comportamento do Templários e as crenças dos cátaros, como também uma plêiade de intelectuais que nela viriam a encontrar respostas para suas próprias especulações a respeito das chamadas escrituras sagradas. [14]

Na época de Moisés de Leon já existiam várias escolas de ensinamento cabalístico pelo continente europeu. Exemplos dessescolas foi a de Isaac, o Cego, que ensinou a Cabala  entre 1160 e 1180 na Provença e seu aluno Ezra ben Salmon, que lecionou, na mesma época, essa disciplina na Espanha. Na Itália destacaram-se os sábios cabalistas Abraão Abulafia (1240-1291) e na Alemanha Yehuda Ben Samuel, o Piedoso, e Eliazar, rabino de Worms (1176-1238), os mais famosos cabalistas medievais. [15]

De qualquer modo, a hipótese de envolvimento dos líderes da Ordem do Templo com a Cabala parece ser um fato comprovado. Essas evidências ainda hoje são visíveis nas alegorias dos templos, edifícios e documentos que sobreviveram à devassa que a Igreja Católica e as autoridades seculares promoveram contra a Irmandade Templária. E do que se lê no processo que condenou seus principais líderes à fogueira se depreende que essa misteriosa Ordem de Cavaleiros esteve, de fato, muito envolvida com essa tradição.[16]

 

O Salmo 133- Cadeia da União

Pode-se dizer que foi o Rabi Shimon Ben Yochai que conseguiu, com suas visões, explicar como a Unidade Divina se insere dentro de nosso mundo material. No estudo dos Cinco Livros da Torá ele via um processo com início, meio e fim, como se fosse uma empreitada sagrada, abrangente, que não só explicava a origem do universo, mas também como tudo isso podia influenciar e controlar até os mínimos detalhes da vida humana.

Uma interessante passagem do Zohar conta que, certa vez, a Terra de Israel enfrentava uma grande seca. O povo procurou o Rabi Shimon, pedindo que intercedesse aos Céus para fazer a chuva cair. Ele declamou o versículo 133 dos Salmos, que consagra a Irmandade como uma força capaz de eliciar energia capaz de mover até mesmo a natureza. Terminada a oração, imediatamente nuvens negras se formaram no céu e uma chuva torrencial caiu sobre toda a terra de Israel.

 Esse relato contém uma sabedoria muito especial que os maçons conhecem muito bem. Não é por acaso que as seções de uma Loja maçônica são abertas com a leitura desse Salmo. Ele consagra o poder da egrégora que se forma com a energia cósmica aliciada quando várias mentes, em união, se dirigem ao Altíssimo.[17]

Aliás, é na poesia desse Salmo que está o grande segredo da força do povo de Israel, que malgrado todas as vicissitudes pela qual passou ao longo da sua extraordinária história, continua vivo e mantendo suas tradições, enquanto a grande maioria dos povos, mais fortes e desenvolvidos que ele, já fazem parte do limbo da História.

Por fim, podemos dizer que na prática da Maçonaria também se percebe uma perfeita adequação da ideia cabalista inserta no conceito do Desejo de Receber. Por que o que se pretende, nesse elemento ritualístico, é exatamente a captura da Luz que vem do Criador, para que ela, distribuída entre os Irmãos, seja elemento de transformação de seus espíritos para a obtenção da plenitude de que fala a doutrina da Cabala. Isso é o que se entende por egrégora, palavra que todos os maçons conhecem muito bem.

 

 

 

 


[1] História da Filosofia Oculta, op citada.

[2] ANDERSON, James. As Constituições, Ed. Fraternidade, 1982.

[3] Knor Von Rosenroth -A Kabbalah Revelada- Madras, 2012

[4] Sefarditas ou sefaraditas (em hebraico ספרדיםsefaradim; plural de sefaradi ספרדי) é o termo usado para se referir à colônia judaica radicada na Península Ibérica (Portugal e Espanha), chamada pelos judeus de  (Sefaradספרד). Utilizavam a língua sefardim, uma espécie de hebraico com espanhol como língua litúrgica e tinham tradições, línguas, hábitos e praticavam ritos diferenciados dos judeus que habitavam outras partes da Europa.

[5] Vide nossa obra “Cabala e Maçonaria”, livro publicado pela Editora Madras em 2018. A respeito da influência da Rosa Cruz na Maçonaria moderna, veja-se Frances Yates. Giordano Bruno e a Tradição Hermética e o Iluminismo Rosacruz- Cultrix,1964 e 1967. respectivamente.

[6] Cabala e Contra História, citado, pg. 101. O sabataísmo é uma corrente do pensamento judaico fundada por Shabatai Tizvi (famoso rabino judeu-turco que se auto nomeou Messias e deu origem à doutrina que leva o seu nome. Essa doutrina também é conhecida como messianismo. Na imagem, o rabino Isaac Lúria: fonte: Kabbalah Center

[7] Nihilismo (nihil, nada) é a doutrina que atribui à consciência humana a responsabilidade pelo preenchimento da realidade no universo, pois ele é um vazio sem ordem nem sentido, e só adquire essas qualidades através da mente do ser humano. Seus principais representantes foram os alemães Friederich Nietszche e Arthur Schopenhauer.

[8] Cabala e Contra História. 96.

[9] História da Filosofia Oculta pg. 88 e ss.

[10] Sobre esse assunto ver a nossa obra Templários- Os Santos Malditos; ED. 24x7, 2020

[11] Na imagem, a provável figura do ídolo Baphomet, a quem os Templários toram acusados de adorar. Note-se que ele se assemelha claramente a um rabino com três rostos em uma só cabeça, algo semelhante à imagem do Ancião dos Dias, imagem cabalista de Deus, Criador do Tempo, olhando para o passado, o presente e o futuro.

[12] David Biale, Cabala e Contra História, Ed. Objetiva, São Paulo, 1982

[13] Zhoar-O Livro do Esplendor. Passagens selecionadas pelo rabino Ariel Benson-Ed. Polar- São Paulo 2018

[14] Na imagem, o autor em visita ao Castelo de Tomar, sede dos Templários em Portugal- foto Maria Amélia Rodrigues

[15] História da Filosofia Oculta, pg 79 e ss.

[16] A tradição sustenta que Jacques de Molay, o último Grão-Mestre templário, ao ser atado na fogueira, pronunciou uma maldição contra o rei Filipe, o Belo e o Papa Clemente V, responsáveis pela sua condenação à morte. Essa maldição, feita com palavras cabalísticas (Nekan Adonai, Chol-begoal) significa uma invocação ao anjo da morte para que esse cobrasse das referidas autoridades uma vingança contra o crime que estava sendo cometido contra eles. Veja-se, a esse respeito, a nossa obra Templários- Os Santos Malditos, Biblioteca Ed. 24x7-2020.

[17] Ó, como é bom e prazeroso os irmãos viverem juntos em harmonia. É como o óleo precioso, que unge a cabeça de Aarão, do qual descem gotas sobre a sua barba e daí sobre a orla dos seus vestidos. É como o orvalho do Hermon que vem cair sobre as montanhas de Sion como bençãos ordenadas pelo Eterno. Sejam elas perpetuadas para sempre. "Bíblia Hebraica- David Gorodovits e Jairo Findlin.- Ed. Sefer 2006.