SOBRE A FÉ

(Leitor, peço que não se sinta ofendido com alguma idéia aqui exposta. Até porque acredito que o texto não é parcial nem imparcial, mas imparcialmente parcial. Apenas reflita, enriqueça seu ponto de vista e tire para sua vida o melhor proveito.)

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CIÊNCIA E FÉ

Fé e ciência não devem trabalhar separadas. As duas buscam respostas. As duas oferecem respostas. Uma às vezes pode fugir muito da verdade, e a outra talvez faça mais sentido. Juntando partes das duas podemos encontrar uma forma coerente de uma explicar melhor a outra, de entendermos o mundo ao nosso redor e dentro de nós mesmos.

Genética existe, Evolução existe. Nós não existimos desde o começo do mundo. O mundo não foi sempre como o vemos agora. É resultado de adaptações e evoluções. E isso é inegável: os fósseis não são miragens.

A questão é: Deus colocou e coloca o dedo em cada detalhe, ou apenas criou tudo dando as condições necessárias para evoluir como evoluiu, ou Deus da forma como pensamos nunca existiu e foi tudo apenas consequência da natureza físico-química de um imenso Universo que sempre existiu?

BÍBLIA E FÉ

A Bíblia conta histórias verdadeiras? Será que foi tudo inventado ou aconteceu daquele jeito mesmo?

Quanto a isso não há argumento que garanta alguma resposta.

Mas podemos fazer algumas afirmativas a respeito do livro. Acompanhem meu raciocínio.

Os escritores da Bíblia não dataram os acontecimentos, portanto não é um registro de teor histórico. Não estou falando que era fácil datar, só digo que isso distancia ainda mais nossos olhos da verdade concreta, até porque tudo foi escrito depois, já que não existiu sempre a Escrita nem as medidas de tempo.

Se não é histórico, qual o verdadeiro objetivo do livro? Bom, para quem já teve oportunidade de lê-lo, é inegável a quantidade de lições de vida e amor que se pode tirar dele. E é nesse foco que ele deve ser lido.

Da mesma forma de histórias que ouvimos... temos que ver as pessoas da história como personagem, pois o tempo não volta, a busca pela verdade é um caminho infinito, qualquer histórias contada é virtual. Temos que fazer como quando lemos fábulas, que fogem da lógica, pois lebres nem tartarugas falam, por exemplo, mas sempre trazem uma moral que só tem a somar ao nosso caráter e alma.

Observação1: a Bíblia não é um livro qualquer que de repente decidiram escrever. Possui incontáveis histórias, foi escrito por muitos anos e por diversos escritores. E isso soma a seu teor verídico.

Observação2: um exemplo de comum ilusão é que no começo do Antigo Testamento quando se fala sobre as mortes, a idade com que morriam era de centenas de “anos”. Não discutindo fé ou genética, foi confirmado que naquela época a contagem dos “anos” era diferente, ou seja, os anos eram menores. Até porque seria meio estranho terem longa juventude, e a quantidade de filhos não ser tão maior.

DEUS E FÉ

Há Deus nos seres não-vivos? Há Deus nos seres irracionais?

Veja que não falo aqui de criação, mas interação “direta”. Logo acredito que você dirá não.

Sendo assim resta apenas o Homem, correto? Mas por quê? Não, não é por ser racional, mas exatamente pelo contrário, por ser o mais emocional dos seres. Por causa da sua fé.

Isso porque um deus não vem de um ritual, um objeto, ou uma tradição, mas da fé. Concluo daí que o Deus individual é um reflexo da fé individual, e não o contrário. Um bom exemplo são os ateus, que, por não ter a fé, olham para fora e para dentro de si e não percebem Deus.

Mal resumindo, “Deus depende” da fé. Ela que é o único sentimento que supera o amor, pois a fé semeia este e recicla o caráter. Ter fé é uma necessidade humana, não em questão religiosa, mas no lado espiritual.

Talvez Deus seja sim esse ser onipotente, sempre ativo, movendo alguns pauzinhos aqui na Terra, influenciando sutilmente o livre-arbítrio. Mas talvez Deus funcione apenas como esse escondido lado espiritual em cada mente, a quem nos referimos em um pedido, um agradecimento, a quem respeitamos, e que realmente podemos estimulá-lo a nos iluminar. De qualquer forma é bom dirigir essa fé para uma direção, canalizar a esperança traz mais conforto e mais resultados.

RELIGIÃO E FÉ

Por que Deus sempre leva crédito pelas coisas boas? O livre-arbítrio não é responsável por nenhuma? Se Deus é responsável por tudo que nos acontece de bom, por que também não é responsável pelo que nos acontece de ruim? E quanto ao Dilúvio, Ele olhou, não gostou e decidiu matar tudo para recomeçar?

Isso foi só para tentar mostrar que não podemos acorrentar nossos pensamentos. Vamos falar agora sobre como certas coisas boas podem acontecer conosco.

Será que a fé Deus responde a todos que são fiéis, quase que incondicionalmente? Ou será que às vezes Ele responde aos que crêem da forma correta, e às vezes responde aos que crêem da forma errada por piedade?

Se olharmos bem, percebemos que pessoas das mais diferentes crenças obtêm resultados. Mas isso não se deve a um ritual fútil, uma tradição sem nexo ou um objeto manufaturado. A única coincidência é a fé, concorda? É a fé que faz os milagres!

Fico até triste ao ver religiões com tantos métodos que nada ensinam a amar, que consideram religião um meio certo, uma matemática, “se fizer isso você IRÁ ter isso”. Somos muito ingênuos para saber coisas ao certo, religião deve se concentrar em dar conselhos, mostrar lições, mostrar o melhor caminho de se viver. Religião não deve ser para nos prender a histórias, nos forçar métodos, fazer promessas, cultuar gente morta, cultuar animal, cultuar uma estatueta, nos prender a um ornamento, ensinar um ritual tradicional sem foco.

O HOMEM E A FÉ

O que é milagre para você? Você já viu algum milagre? Qual o objeto de um milagre?

Se você prestar atenção, verá que todo milagre tem como objeto um homem. Como falei em meu texto “Deus e a Fé”, o que nos difere dos outros seres é a capacidade de ter fé. Unindo as duas sentenças, podemos concluir que o milagre é conseqüência da fé.

Agora não analisaremos o milagre em si, que é apenas o resultado, mas as conseqüências da fé, que são os meios para que o milagre ocorra.

Segundo o livro “A Medicina da Bíblia”, de Paul Eskin, a fé é o mais poderoso dentre os sentimentos como amor, alegria e etc. E isso é em termos de alterações psicológicas, neurológicas, hormonais. Ou seja, incentiva nosso sistema nervoso, que, através de hormônios e neurotransmissores, pode tornar todo nosso corpo mais apto a conseguir algo, que pode ser de um conflito psicológico a um câncer.

Isso é uma verdade, que pode ter resultados visualmente imediatos ou progressivos. Digamos uma pessoa tenha câncer, e que após ampliar sua fé, o tumor regrida. Mas não é em um estalar de dedos que ele muda na nossa frente, concorda? O câncer diminui, porque o sistema imunológico foi otimizado, através de certos hormônios e neurotransmissores, comandados pelo sistema nervoso, que foi fortemente influenciado pela fé.

Observação: até porque Deus, na história da Bíblia, quando quis reconstruir a humanidade não fez sumir num estalar de dedos, foi através do Dilúvio, com chuvas e toda aquela viagem épica na Arca.

Tudo bem até aqui? Bom, agora vêm as dúvidas.

Mas de onde vem a força dessa fé? É quando Deus responde às preces ou Ele já nos criou com essa capacidade de responder à fé quase que “automaticamente”, assim fazendo parte de cada um de nós? Ou o Deus da forma que o Homem crê não existe e isso é só uma adaptação à evolução no universo cuja existência não teve um começo?

Cabe só a você pensar e sentir.

Parar e analisar objetivamente um assunto talvez não traga felicidade, nem um veredicto, mas nos leva ao ponto de maior harmonia entre o bem-estar e a coerência.

Pensar é preciso. Concluir não é preciso.

Cláudio Theron
Enviado por Cláudio Theron em 16/12/2007
Reeditado em 17/01/2008
Código do texto: T780640
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