🔴 Rap do bem

O ornitorrinco é um bicho construído baseado nas ideias das exaustivas reuniões de comissões. Após intermináveis deliberações, o resultado é um mamífero ovíparo equipado com bico de pato. Pior é quando os tiozinhos da firma resolvem fazer um produto com a cara da juventude. O resultado é de uma tosquice constrangedora. Foi isso que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) conseguiu.

Com mais uma duvidosa intenção, o TSE contratou uma peça publicitária para ensinar o que é liberdade de expressão, como se isso fosse seu real objetivo. A agência de propaganda não teve dúvida, cometeu um “rap por encomenda”, ilustrado por uma galerinha esperta. O resultado é tão vergonhoso quanto chegar na balada com um casaquinho de lã.

Mas o objetivo da campanha é orientar o brasileiro quanto à liberdade de expressão. O objetivo sempre foi expelir regras, por isso saiu um ornitorrinco. A peça não comunicou com ninguém, pelo contrário. Entrará para a história, numa modalidade de “a internet não perdoa” e será reproduzido somente para estimular o riso. Rap com tom professoral é ideia de tiozão.

A mensagem deveria ser leve, no entanto veio com ares de reprimenda, puxão de orelha, ou, pior, vingança. Ou seja, não comunicou. Apenas nasceu com o potencial de virar um meme eterno. Soou tão verossímil quanto o Luís Roberto Barroso arriscando a “linguagem das ruas” e mandando um “perdeu, mané”.

O TSE querendo pregar liberdade de expressão... Deveriam convidar para um jogral: Nicolás Maduro, Xi Jinping, Kim Jong-un e, “in memorian”, Fidel Castro. Nesse caso, a campanha publicitária teria o mesmo efeito intimidador.

O anúncio é ruim? É. É péssimo na forma e no conteúdo. A juventude cenográfica e o rap de cursinho do Objetivo têm a verossimilhança de um sorvete sabor churrasco. A liçãozinha de moral do TSE é “sensacional”.

O Estado (Governo Federal), mais uma vez, vem colocar o dedo na cara, “ensinando” como devemos nos comportar. O filme publicitário, por ser recheado de clichês para proteger-se das críticas, é uma preparação para a censura.

A reprimenda simula uma batalha de rimas. Na batalha, que é ridícula de tão inverossímil, uma “mina” destrói um “mano”. O “mano” representa o povo saindo de cabeça baixa.

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Gazeta Explosiva

RRRafael
Enviado por RRRafael em 20/07/2023
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