Relato 62) - Santo Daime: Terra do Sol - Trabalho de Mesa Branca - (11/08/2023)

NOTA: Esta igreja fica em Mairiporã-SP (@terradosolreal), tem seus fundamentos na doutrina do Santo Daime, mas não é filiada ao Cefluris (Centro Eclético da Fluente Luz Universal Raimundo Irineu Serra). É uma igreja independente

 

Este trabalho seria no sábado, mas como domingo seria o dia dos pais, decidiram antecipar para sexta feira às 21:00

Fomos eu a a esposa. Saímos de casa às 20:00 e chegamos às 21:10. Ficamos nos concentrando para o trabalho, cada um em seu silêncio interior, sem conversas do cotidiano.

O trabalho começou às 22:20

Os fiscais nos posicionaram na corrente: eu fiquei na segunda fileira, logo atrás dos músicos e a esposa ficou do lado feminino na terceira fileira.

Fila para o daime e hinos de despacho.

Daime daquele bem apurado, como tem que ser em trabalho de banca aberta. O irmão me serviu o copinho cheio.

Cantamos o hinário de Oração, do Padrinho Sebastião e como sempre acontece, quando chega no hino "Eu pedi e tive um toque, da floresta e do astral...' a força vem chegando.

Os seres através de mim começaram a trabalhar com as mãos, mas não cheguei a entrar naquele turbilhão de coloridas figuras geométricas, nem senti aquele torpor todo, formigamento, sensação de não ter mais um corpo.

A força chegou bem suave, talvez porque a mente estava bem presente, observando tudo.

Nos hinos para os doutores do astral, (Drs. Bezerra de Menezes, Antônio Jorge, Fritz), trabalhei bastante com eles, já não sentia mais o corpo.

Começaram então os hinos do hinário Cura 2, do Padrinho Sebastião. Adoro estes hinos. Trabalhei bastante neles.

Em algum momento foi anunciado o segundo despacho do daime. Me levantei mas antes de ir para a fila, fui tomar água mas fraquejei até ficar de joelhos.

Aos poucos fui me firmando, e entre Firmeza e uma fraquezas, consegui chegar no despacho, rsrs.

Pedi na segunda risca. O daime era daquele mais claro, cor de café com leite.

Voltei para o meu lugar e comecei a trabalhar nos hinos de despacho.

Mas... pouco tempo depois, no hino ("é um é dois é tres, é quatro é cinco é seis, quem não estiver compreendendo, tome daime outra vez"), enjoeei de uma vez e já saí lá para fora com a mão na boca, rsrs

Fui até um cantinho e já caí de joelhos, fazendo a minha limpeza (bem forte, rsrs), vomitei todo o medo que alguma parte ignorante de mim ainda não superou, não compreendeu.

Fiquei alí um tempo esperando isto passar, depois fui para o banheiro me recompor.

Voltei para a corrente, ainda sem muita firmeza.

A mente estava bem presente, inventando sede, fome, aquele mimimi de sempre, rsrs.

Mas consegui voltar para o trabalho e foi como se nada daquilo tivesse acontecido. Perdi a noção de ter um corpo de novo e me entreguei ao trabalho.

Depois chegou o momento dos Hinos dos Mensageiros de São Miguel.

O primeiro hino "Com o poder do céu" é cantado em pé. Consegui me levantar, mas as pernas ainda fraquejaram bastante, depois me firmei em São Miguel e trabalhei bastante com sua falange.

Na força, cantei alguns hinos. Quando canto na força, não ouço a minha própria voz, sinto a boca mexendo, mas não a ouço. Ela se mistura com o Todo.

Hora cantava, hora trabalhava com as mãos.

Quando cantou "Eia vem aqui no meio, Vem aqui com o relho, Eia eu vou chegar, Viva São Miguel que veio, Veio abrir a banca lá dos Orixás", no verso que fala "Que Jesus Cristo é o dono aqui deste terreiro e é pra se entregar", senti uma alegria imensa, descontraida, sem aquela costumeira expressão dura, séria, quando São Miguel chega.

Ele até me fez rir, rsrs

Em algum momento, outro despacho do daime.

Me levantei e de novo, entre Firmeza e algumas fraquezas, consegui chegar no despacho. Pedi na primeira risca.

Aí foi lindo... contato direto com o Próprio Deus.

Em algum momento, abaixei a cabeça (muitas vezes faço isto durante o trabalho, como forma de agradecimento, aceitação ).

Ele disse "Nunca mais abaixe a cabeça para Mim. Quero que Me veja como Eu Sou"

Disse também "E não precisa agradecer por nada. Deus É, independente de tudo o que não é".

Ele Sorriu e disse "Seu agradecimento é desnecessário. Ao invés de ficar agradecendo pelos efeitos, reconheça A Causa Deles".

Disse mais algumas coisas, mas o que me lembro é isto.

Depois dos hinos dos mensageiros foi anunciado mais um despacho do daime, para seguir com as chamadas para umbanda.

Não fui, pois ainda não estava firme (veja nota no final do relato)

Chamada para o povo da jurema, das águas, pedreira, cachoeira, enfim, todas as linhas, exceto a esquerda.

Depois de um tempo só havia praticamente eu e a esposa sentados. A maioria estava em pé, acompanhando com palmas, alguns incorporados trabalhando.

Mesmo sem força do daime para adentrar a estes reinos, eu sentia que estavam ali. Não os vejo em forma física, mas a energia da presença deles é quase visível.

Levantei para beber água e fiquei um tempo em pé, acompanhando com palmas, com um pé na Terra e outro no céu.

Depois voltei para o meu lugar e em alguns pontos cheguei a trabalhar, mas não totalmente transfigurado para os seres.

Depois todos voltaram para os seus lugares, para cantarmos os hinos de encerramento.

O trabalho terminou por volta de 04:30

 

No próximo trabalho vou procurar consagrar todos os despachos, mesmo que apanhe um pouco, rsrs. Sempre que não vou me arrependo depois (e muitas vezes a mente me repreende quando vou, rsrs. Em ambos os casos é a própria mente fazendo seus joguinhos, rsrs)

E ainda tenho aquele receio de a força do último daime chegar quando o trabalho já terminou.

Pretendo fazer assim: 1º despacho-copinho cheio, 2º despacho-copinho cheio ( se não conseguir, segunda risca), 3º em diante-primeira risca

Assim consigo aproveitar o trabalho todo, curar, ser curado

Como o dirigente da casa diz "independente de como for a experiência, o retorno é garantido".