UBORIT ALADIL II

UBORIT ALADIL

Quinta, 13 de dezembro de 2007

[Porque escolhemos trilhar caminhos tão iguais, e tão distintos ao mesmo tempo?]

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[Será que tudo isso é o "DESTINO"?]

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[Será que há algo reservado para cada um de nós?]

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[Se há ou não, eu não sei. Tenho as minhas dúvidas.]

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[Sabe, as vezes penso em tudo que aconteceu: no "como", no "quando" e no "porque"]

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[E não consigo achar respostas para a cadeia de eventos que veio a ocorrer]

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[Foi tudo tão rápido, tão forte e doloroso, que não houve tempo pra pensar]

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[Aliás, faz quase tres meses que um pedaço do céu desabou]

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[Quase tres meses que perdi um pedaço de mim]

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[Quase tres meses de muito orgulho, muito ressentimento, mágoa, dor, esperança e ilusão]

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[Quase tres meses que uma parte de mim partiu]

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[Partiu para nunca mais voltar]

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[Bom, acho melhor começarmos]

Hoje eu acordei assustada.

Assim que abri os olhos, diante dos primeiros raios de sol do dia, imagens vieram á tona:

Eram imagens suas.

Imagens que me atormentaram a noite toda.

Imagens que me feriram a noite toda.

Imagens de um pesadelo.

De um inferno.

Como se atreve a invadir os meus sonhos, e transformá-los em pesadelos?

Como se atreve a entrar em meus pensamentos, e transformá-los em reflexões?

Como se atrave a penetrar em minha mente, e deixá-la de ponta cabeça?

Como ousa fazer-me sofrer, depois de tudo que aconteceu?

E como eu sofri essa noite!

E como remoi todo o pesadelo durante a tarde toda!

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Só de pensar que, por um instante, achei que tudo fosse real...

No começo, até cheguei a acreditar que tudo daria certo...

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{Estava eu, a navegar pela internet, quando derrepente abre uma janela de conversação:

-oi...

-oi

-tudo bem com voce?

-não

-e com voce?

-não -quero te ver -temos que conversar

-esta bem, só que é serio -não quero brincadeira

-esta bem}

{Até ai, estava tudo bem. Eu realmente acreditava que ia me encontrar com ele.

Que ia resolver tudo. Que tudo ia ficar bem. Que iamos ficar bem. De uma vez por todas}

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{Derrepente, o teclado obtem vida própria, e começa a escrever como por encanto}

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{Então, o "Pseudo-Eu" começa a persuadí-lo, a encantá-lo, a provocá-lo...}

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{Diz coisas sem nexo, faz-lhe convites e promessas obscenas, me transforma em um monstro}

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{E claro, ele cai na armadilha do "Pseudo-Eu"}

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{Eu, não entendendo nada, tento incessantemente explicar que não sou eu quem está escrevendo

tais absurdos}

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{Ele ri. Diverte-se}

-

{Começo a ficar desesperada}

-

{Como é possível uma coisa destas? Existe outro "Eu"? Será que é o meu "Subconsciente"?}

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{Não! Definitivamente não poderia ser! Jamais faria ou pensaria coisas desse tipo!

Esses não eram os meus verdadeiros desejos, meus pensamento! Nunca!}

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{Ele resolveu marcar a hora e o local do encontro}

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{Eu aceitei, e mais uma vez insisti: "NÃO SOU EU QUEM ESTÁ ESCREVENDO ESSAS COISAS!!"}

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{Ele fica "Off-Line"}

-

{Nosso encontro é daqui 10 minutos}

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-

-

{Chegando no local combinado, na THYBLOM, procuro ele por todos os cantos: nada}

-

{cansada de esperar, vou ao banheiro lavar o rosto, quando encontro uma menina e um menino

rindo de mim}

-Pegamos voce! -Quem manda ser tão convencida? -E agora? como fará para consertar as coisas?

-E ai? -Como vai fazer com que ele acredite que, na verdade, quem escreveu todas aquelas

coisas sobre voce, fomos nós?

-

{Não acreditei no que estava acontecendo}

-Então foram voces? como puderam fazer tamanha armação pra cima de mim?

Hackearam meu Messenger? Como puderam acabar com a minha vida?!!

-Voce pagará por tudo! -pode dizer que somos invejosos, porque somos mesmo! -Não queremos

ver voce feliz!

-Voces não possuem esse direito! Não podem acabar com a minha vida desta forma!}

-

{Estava arrasada! E agora? Será que ele acreditará em mim?}

-

{Neste instante, do lado de fora do banheiro, ele me esperava, e ouvia tudo}

-

{Decepcionada, e certa de que tudo estava perdido, saí ás pressas do banheiro, e dei de

cara com ele}

-Faz quanto tempo que está aqui?

-Um bom tempo, o suficiente para ouvir toda a conversa -venha comigo.

{Ah, será que ele compreendeu a situação? Será que ficará tudo bem?}

-

{Decidi parar de ficar fazendo perguntas a mim mesma. Segui-o}

-

{Chegando ao local por ele escolhido, perguntei-lhe o porque de ser um lugar deserto,

e para a minha surpresa, a resposta foi imprevisível}

-Porque é melhor assim, sem ninguem pra nos encomodar. Assis voce cumpre tudo aquilo

que me prometeu minutos antes de nos encontrarmos

{Maldito seja! Maldito! Mil vezes maldito!}

-como assim? não estou te entendendo! Pensei que fossemos conversar, resolver as coisas

e voltar a nos falar...

-Deixe de "lero lero" e vamos ao que interessa...

-

{Nesse instante ele veio me beijar, e eu lasquei-lhe o tapa e sai correndo}

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{Corri até perder o folego. Tinha escapado do pesadelo!}

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{Bom, assim pensei que fosse}

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{Quando resolvi me apoiar em uma parede para me recuperar}

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{Segundos depois, decidi olhar para trás, para ver se o ambiente estava seguro}

-Há! -Te peguei!

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Acordei com minha mae me chamando:

-Vamos! Está atrasada para o trabalho!

-Uffa! Foi só um pesadelo!

-Oque que foi, menina?

-Nada mãe, nada.

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[Mal sabia eu, que esse "pesadelo" ficaria martelando em minha cabeça o dia todo...]

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Logo cedo, estava indisposta.

fazendo as coisas por fazer, comendo por comer, trabalhando por trabalhar.

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Tentei memorizar cada imagem que havia passado pela minha mente naquela noite, cada palavra, cada olhar, cada sentimento.

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As imagens foram tranquilizantes no início, e assustadoras no final.

As palavras foram esperançosas, e finalmente destruidoras.

Os olhares que eram de carinho e ternura, tornaram-se em frios e fatais.

Os sentimentos que eram puros, transformáram-se em ambições.

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Nesse instante de reflexão, pude sentir um verme me comendo por dentro.

Um ser vivo que se alimentava da minha dor, da minha decepção, do meu medo e da minha angústia.

Ele espedaçava tudo que havia dentro de mim.

Ele estraçalhava-me a cada mordida.

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Eu tentava manter-me atenta a tudo que estava ao meu redor, mas não conseguia.

Ele me desligava de tudo.

Sugava meus pensamentos, e as poucas forças que ainda haviam dentro de mim.

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Aquela dor não parava.

Meu peito era crivado por dentes venenosos.

Aquele veneno me possuía, me entorpecia...

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Algo estava acontecendo.

Alguma coisa não estava certa.

Eu tinha que fazer algo.

-

Será que tudo que aconteceu foi um sinal?

Será que esse pesadelo possui um significado?

Será que essa dor está aqui, me corroendo por algum motivo?

-

Eu tenho que fazer algo!

Mais oque?

Oque devo fazer?

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Tentando encontrar respostas em vão, passei a tarde toda assim.

Me questionando sobre tudo, indagando pensamentos, procurando uma luz.

Uma luz que talvez nunca venha.

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Depois de muito pensar, bolei uma tese, e decidi o que deveria ser feito.

Se estivesse certa, em breve obteria resultados.

Se não...

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[Se voce é o meu maior problema, se é por voce que sofro, se voce é o motivo/razão de tudo

é com voce que devo acabar]

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[Mas como fazer isso?]

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[Hm...vejamos...]

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[Se somos viciados em algo, ao tomarmos uma dose exagerada de tal vicio, o efeito surtido

será tão forte, que pode até nos matar]

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[Seria essa a solução?]

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[Se meu vício é voce, será que se eu tomar uma "overdose de voce", posso eliminar voce de mim?]

-

[Mas, será que com isso, eu me elimino tambem?]

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[Enfim, não tenho nada a perder. Não tenho mas nenhuma ideia]

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[Já estou ficando louca mesmo, antes tudo isso, do que sofrer mais!]

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Isso! Uma "OVERDOSE DE VOCE"!!

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[Como farei isso? Por onde irei começar?]

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[Já sei! Definirei tudo aquilo que me faz lembrar de voce!]

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[Se for músicas: ouvirei! Se for cartas: lerei! Se for fotos: verei! Se for momentos: viverei!]

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[E para onde canalizarei todas essas lembranças?]

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[Ah! Já sei!]

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[Farei uma limpeza de chaminé!]

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[Pronto!!]

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[Se depois de tudo isso, voce ainda estiver tatuado em mim...]

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[Acho que terei que me render!]

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