UM FELIZARDO NA LOTERIA DO ALTÍSSIMO

Ganhe um afago e perca o seu cérebro!

Por Antônio F. Bispo

Lembram da estória da placa de ovo no porta malas do carro?

Pois é....Se você já passou algum tempo em igrejas evangélicas, convive com crentes ou assiste (escuta) programas ministrados por “pessoas ungidas por Deus”, certamente já ouviu essa bizarrice mais de uma centena de vezes.

Quando ainda “no caminho da verdade”, estórias como estas nos faziam parecer que estávamos no caminho certo, envolto de gente sábia, pura e de boas intenções.

Temos por certo que os que vivem para contar os “fatos” são realmente os heróis da história, além de fieis a uma determinada causa. Justamente por esse motivo estão vivos, narrando ao seu próprio modo os acontecimentos.

Se o contador estiver enumerando tais “verdades” dentro de uma igreja, achamos ter encontrado então, uma dupla prova sobre Deus, sua bondade e Justiça, ainda que tudo que esteja sendo apresentado não passe de uma grande lorota de conhecimento público.

Sentir-se bem em meio às desgraças alheias é o que uma alma apodrecida produz de melhor em seu êxtase de orgulho e preconceito.

Depois de libertos desse charco de lodo, de hipocrisia, sentimentos confusos e de paranoias coletivas, é que podemos avaliar o quão leviana e imunda uma “lenda urbana cristã” pode ser.

Longe da influência dos que se dizem sábios segundo Cristo, certas narrações eclesiásticas que antes nos faziam glorificar a Deus, hoje causa-nos ânsias de vômitos. Ao pensar naquilo que outrora fomos, fizemos, sentimos ou falamos em nome da fé, também nos cora o semblante ou a consciência.

Libertos da coletividade doentia, podemos sentir asco de quem narra tais embustes assim como podemos ter o mesmo desgosto pela divindade causadora de tais ações, caso narrações fossem de fato fruto da ira de sua glória.

Além do causo em que Deus salvou alguns ovos de galinha no porta-malas de um carro acidentado enquanto assassinava 5 “jovens rebeldes” após estes terem respondido com deboche a um pedido de cautela ao volante partindo da mãe de um destes, temos várias outras estórias delinquentes, que mais assemelham Deus ao PRÓPRIO DEMÔNIO, como se não houvesse um ser mais louco, sanguinário e genocida em todo universo do que este, qual dizem ser o criador e mantenedor de todas as coisas.

Umas das mais populares invencionices contadas em igrejas é a de que Deus matou John Lenonn, o ex-Beatle por este ter sido indelicado com a popularidade do Cristo, o seu Filho.

Este é um conto que quase todo missionário, pastor, pregador ou “ungido do reteté” já contou pelo menos duas centenas de vezes ao longo do próprio ministério.

Como mortos não se defendem e defuntos não falam, ridicularizar a vida e obra de “infieís” faz parte da devoção diária de alguns crédulos, assim como tem sido em boa parte dos ritos cristãos desde sempre.

Se um “infiel” quebra somente um dedo ou uma unha, presumir-se-á que foi um castigo de Deus por este não crer em suas obras e propósitos. Isso vale também para pessoas do mesmo credo que esteja em desacordo com chefe do seu rebanho ou que tenha um ponto de entendimento diferente do dono do CNPJ daquela franquia religiosa.

Se desgraças diversas, doenças e mortes atingem a um crente, sua casa ou toda uma igreja, dir-se-á porém que este é um trabalhar de Deus e que o infeliz será recebido em glória cedo ou tarde pelo criador, aleluias, amém!

Uma ocorrência, dois pesos, duas medidas e uma infinidade de desculpas que só podem ser exprimidas na ausência de caráter ou de cérebro de quem as profere.

Somente o medo de processos judiciais e de prisão por abusos e insultos é o que faz “Deus” reprocessar o modo como “usa” alguns de seus queridos para contar lorotas nos dias atuais.

Sem ter nada de novo ou de bom para acrescentar à existência humana, “Deus” usa parte de seus mensageiros para entorpecer e entreter o “seu povo” enquanto os seus ilustres ungidos recolhem em seu nome os 10% “permitidos por lei” para a manutenção de sua casa. Quem mais teria tanto poder e saber na hora de agir? É mistério puro...

Se nãos fosse o acesso facilitado a meios sofisticados de produção e divulgação de imagens, sons e vídeos, além da popularização das redes sociais, hoje estaríamos vivendo dias de trevas nas mãos dos comensais da morte.

Até o Criador se curva aos meios tecnológicos, “utilizando-se” com atenção redobrada dos seus servos em relação ao que falam, como falam e param quem falam. Se assim não fosse, ainda estaríamos nadando nas enxurradas de canalhices desmedidas e desumanas, que todos os dias eram lançadas como se em esgotos a céus abertos nas cabeças dos pobres ludibriados, que de modo primitivo, creem piamente que na verborragia de horrores de um “ungido qualquer”, reside algum resquício de preleção divina.

BENDITO SEJA A “SANTA TECH”, QUE ATÉ AOS DEUSES FAZEM CALAR E SEREM MAIS PRECAVIDOS EM SUAS FORMAS DE AGIR!

Amem igreja?

Ainda sobre o caso LENONN, há um vídeo repugnante de quase 2 minutos, disponível nas mídias sociais em que exibe um pregador descrever “com riqueza de detalhes”, sobre como Deus (o todo poderoso), vingou-se desse mero mortal que vangloriou-se de si em um momento de fama e afetou diretamente a moral e a honra daquele cujo poder e glória jamais poderiam ser abalados por potência nenhuma, nem dos céus nem da terra ou de qualquer lugar da galáxia.

Pois é: minha é a vingança! Foi o que disseram que ele disse...

As narrações em questão são proferidas pelo pastor Marcos Feliciano, por hora parlamentar brasileiro.

Nesse vídeo infeliz, o mesmo afirma que Deus, ao vingar-se daquele mísero hippie, usou alguém para matá-lo e que cada tiro dado teve um mandante em particular: o primeiro foi em nome do Pai; o segundo em nome do Filho; e o terceiro tiro foi em nome do Espirito Santo!

E o John se lascou... (segundo este).

Dá para imaginar?

Tais delírios foram proferidas no auge fama, forma física e ministerial deste “humilde pregador”, diante de um congresso lotado com um público de mais de 20 mil pessoas presentes e outras quase 50 milhões de pessoas que seriam alcançadas ao longo dos anos por meio do material midiático ali produzido.

Sobre este episódio, ainda há diversos cânticos e pregações pentecostais, que reverberam com júbilo o tal “triunfo divino” sobre o moribundo inglês dos anos 70.

Alguns cantam ou pregam como sendo 5 tiros. Outros como sendo 3 e outros ainda pregam de acordo com o calor do público, diminuindo ou acrescendo coisas de acordo como o número de glorias e aleluias (ou cifras monetárias) que puderem arrancar dos presentes no momento em que os tais inebriam-se no lodo de suas próprias sandices.

O que importa mesmo é criar um clímax, fazendo com que Deus “o maior entre os gigantes”, assemelhe-se a um épico herói ao esmagar uma mera “formiga insignificante”.

O que deveria ser visto como um ato de covardia, nas liturgias do “povo de Deus” passa a ser mensurado e reproduzido como se fosse um ato de grandeza, semelhante a uma luta voraz com páreos da mesma altura ali houvesse ocorrido.

Quanta babaquice!

Costumo dizer que ninguém, absolutamente ninguém faz uma propaganda contrária à Deus melhor que o seu “próprio povo”.

Toda canalhice, toda vagabundagem, toda podridão, toda covardia, toda bestialidade, tudo aquilo que de pior o ser humano pode produzir ou ser atribuído ao suposto Diabo, o “povo santo” encarrega-se de rotular ao próprio ser qual dizem ser a fonte de toda bondade, justiça e amor.

Acho que ao aceitar a Jesus ou juntar-se a uma igreja qualquer, no momento em que a pessoa faz a confissão pública de fé e o chefe religioso bota a mão na cabeça, o cérebro murcha e sai pela urina ou vai sumindo aos poucos, já que toda logica, razão, emoções aprazíveis e sentimentos bons são substituídos por um coquetel molotov feito de merda, ódio, burrice, preconceito e falta de bom senso. Não é possível que isto não seja perceptível a olho nu por essa própria gente. A única resposta plausível seria uma possível acefalia.

Será que é a mão do “ungido” que suga a moral e a decência das pessoas que a Cristo se rendem nessas casas?

As vezes penso que a “maldição do Siri-Queijo” sonda esses recintos.

Semelhante àquela animação infantil, acho que o “espirito do caranguejo” entra no chefe da igreja e esse passa a viver em função do “dinheiro, dinheiro, dinheiro” e o crente, o fiel que “recebeu a Jesus”, parece ter recebido a “unção do Bob Esponja”, pois se torna uma pessoa quadrada, pouco inteligente, um completo e voluntário serviçal (ainda que o patrão mande-o embora) e que vive alegre o tempo todo apesar das agruras, correndo atrás de aguas vivas (demônios), perturbando a paz do Lula Molusco (pessoas “sem Deus”), tentando tirar deste a paz e o “foda-se” peculiar ao momento de chocarrice individual do convertido.

Dizem que são os ateus os que mais ofendem a honra e o nome do sagrado, porém, ao contrário disto, foi o “povo santo” quem cantou de alegria (e ainda canta até hoje depois de 3,5 mil anos) quando os egípcios foram afogados no mar sem piedade por esse suposto Deus de amor; não foram os ateus que no século 12 saíram à dizimar quase metade da população árabe por esta não ser cristã; nem tão pouco foram os “sem deuses” que deram o troco na população europeia dois séculos depois, pelo massacre sofrido duzentos anos antes.

Uma infinidade de ocorrências reais e historicamente comprovadas delatam a falta de coerência entre aquilo que dizem ser Deus e aquilo que dizem que ele tem feito ou faz para quem discorda dele ou do seu suposto povo e planos.

Entende-se por seu escolhido qualquer indivíduo, ainda que sozinho e ofendido clame a ele por justiça diante de crimes que nunca foram cometidos ou toda uma nação e cultura que julgue-se dona de uma marca de fé ou patriarcado ancestral.

Ao seu próprio modo todos são escolhidos e ao bel prazer (e loucura) todos selecionam a Deus como arma pessoal e mortal quando e onde quiserem à medida que sentem-se desorientados diante do próprio contrassenso que tentam manter.

Possivelmente um Neardental em seu modo primitivo seria mais coerente com suas razões e emoções, se comparado com certos Sapiens “por Deus escolhido” ao longo da nossa história evolutiva.

Acho que na porta de cada igreja, antes do slogan de que diz que Jesus cura, salva, Batiza, Leva para os Céus, traz riqueza, beleza, sucesso ou seja lá o que for, deveria estar a epígrafe: “Os deuses tornam os homens escravos dos seus próprios medos, ganancias, preconceitos e loucuras coletivas. ENTREM POR VOSSA CONTA E RISCO! ”

Pensem sobre isso!

Que adianta o homem ganhar o afago de “santos” do mundo inteiro e perder a própria alma?

Toda vez em que você se sentir um idiota imprestável na casa de Deus, lembre-se que aos olhos do “Deus de amor e justiça”, a sua vida vale bem menos que ovos de galináceos num acidente automobilístico.

Se não for para te ver bicando, ciscando, rodando em círculos e correndo atrás de qualquer migalha que seus ungidos jogam, ele preferirá os pintos ao invés de ti, pois conseguem cumprir à risca tais propósitos.

Nunca esqueça-se de que o inferno, o diabo e os “anjos malignos” foram preparados para ti (qualquer pessoa que o rejeite), mesmo antes da fundação do mundo ou de qualquer possibilidade de você viver, errar ou acertar em qualquer escolha.

Revejam Seus Conceitos! Treva e luz possuem atributos diferentes! Revejam seus preconceitos!

Texto escrito em 10/12/23.

*Antônio F. Bispo é graduando em jornalismo, Bacharel em Teologia, estudante de religiões e filosofia.

Ferreira Bispo
Enviado por Ferreira Bispo em 10/12/2023
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