Relato 66) - Santo Daime: Igreja Terra do Sol - Gira dos Guardiões - (25/11/2023)

NOTA: Esta igreja fica em Mairiporã-SP (@terradosolreal) , tem seus fundamentos na doutrina do Santo Daime, mas não é filiada ao Cefluris (Centro Eclético da Fluente Luz Universal Raimundo Irineu Serra). É uma igreja independente, com liberdade para inserir estudos em outras linhas com o sagrado sacramento.

 

Fui só, pois minha esposa por enquanto não quer participar destes trabalhos mais fortes.

Um dia antes do trabalho senti a presença do Sr. Tranca Ruas que aparelhou em mim e disse para a esposa:

- Amanhã vou lhe trazer um novo homem. Bem melhor do que este de hoje!

Ela respondeu (meio atuada também, pois depois me disse que nem sabe porque respondeu assim)

- Maria Bonita agradece!

 

Como de costume, saio de casa uma hora antes do ínicio do trabalho, que estava programado para iniciar às 20:00

Cheguei na igreja por volta de 20:20 e tinha poucos irmãos ainda.

Os irmãos foram chegando e o trabalho começou por volta das 22:00. A irmandade compareceu em peso.

No trabalho de gira não são rezados 3 Pai Nosso e 3 Ave Maria como nos trabalhos da doutrina, mas são lidas algumas orações direcionadas aos médiuns.

Fila para o daime.

Primeiro daime. Copinho cheio, daquele que mal sai do copo, rsrs. Daime bem apurado.

Antes do início da gira são bailados uns 10 hinos selecionados, aí saem os músicos e entram os tambores.

Todos se abaixam, com joelhos e cabeça encostado no chão e o comando da casa chama:

Comando

Lá na porteira eu deixei um sentinela

Lá na porteira eu deixei um sentinela

Eu deixei Seu Tranca Rua tomando conta da cancela

Eu deixei Seu Tranca Rua tomando conta da cancela

Todos

Tem morador decerto tem morador

Tem morador decerto tem morador

Na casa que o galo canta decerto tem morador

Na casa que o galo canta decerto tem morador

 

Comando, depois todos

Eu vou pedir licença a Deus para meio mundo eu governar

Ou meio sol ou meia lua ou meia terra ou meio mar

Eu vou pedir licença a Deus para meio mundo eu governar

Ou meio sol ou meia lua ou meia terra ou meio mar

 

Comando

Vou abrir minha jurema, vou abrir meu juremá

Vou abrir minha jurema, vou abrir meu juremá

Com a licença de Mamãe Oxum e de meu Pai Oxalá

Com a licença de Mamãe Oxum e de meu Pai Oxalá

 

Todos

Vai abrir sua jurema vai abrir seu juremá

Vai abrir sua jurema vai abrir seu juremá

Com a licença de Mamãe Oxum e de meu Pai Oxalá

Com a licença de Mamãe Oxum e de meu Pai Oxalá

Já abri minha minha jurema já abri meu juremá

Já abri minha minha jurema já abri meu juremá

Com a licença de Mamãe Oxum e de meu Pai Oxalá

Com a licença de Mamãe Oxum e de meu Pai Oxalá

 

Começou a gira com pontos para Oxalá e a Força já chegou chegando me conduzindo para o meio da gira, trabalhando na força dos seres divinos.

Trabalhei bem, dentro da gira em todas as linhas.

Em algum momento o comando da casa chamou para o segundo despacho do daime, mas como eu estava bem na força não fui neste momento.

Continou a gira com chamada para outras linhas e em algum momento fui tomar mais um pouco de daime. O ser que estava no comando da minha consciência pediu na segunda risca, pois eu já não estava mais no comando.

Teve uma chamada para Malunguinhos

*** Eu não conhecia esta linha. Pesquise você também, para saber o que são.

Foi bem legal. Ele me conduziu para o meio da gira com passinhos curtos, todo serelepe, alegre.

Em algum momento fez-se uma pausa. Era o momento de levar sua oferenda lá para a clareira (opcional), cujo caminho estava marcado com fitas de led (um primor esta casa)

Eu não tive guiança para trazer nada e num primeiro momento também não senti guiança para descer lá.

Mas passados uns minutos "me levantei" e acompanhei os demais irmãos lá para a clareira.

Cheguei lá e fiz a minha oferenda: a minha disposição em trabalhar para esta linha sempre que necessário.

Na volta encontrei uma conhecida irmã, mais idosa que estava levando suas oferendas. Atuado por estas forças, me ofereci para levar as coisas dela e acompanha-la

Como eu disse, estava sob o comando desta força, que disse à irmã: "Só estou acompanhando. Você decide onde parar"

Os irmãos estavam fazendo suas entregas e esta senhora foi lá para o fundo da mata, um pouco mais longe, onde havia mais espaço.

Fiquei de costas enquanto ela fazia sua entrega.

Aí... Tranca Ruas veio com tudo.

Quando aparelhou sobre mim a primeira coisa que vi foi uma árvore esquisita que eu nem havia notado.

Não era grossa, mas faltando quase um metro do chão as raizes suspensas entravam no chão.

Ele disse "Achei meu tridente" e pegou na árvore.

*** Meu, que coisa... parecia um tridente mesmo, com cinco pontas.

Senti toda a sua força quando peguei na árvore e meu Deus, com certeza minha mão tinha força para arrancar aquela árvore do chão e transforma-la no tridente.

Soltei da árvore, fiquei aguardando a irmã concluir sua entrega e depois subimos juntos, eu ainda bem aparelhado na força do Mestre dos Exús.

Entramos na igreja e começou a chamada para o povo da esquerda.

Trabalhei nestas forças, mas não como havia trabalhado no ano passado. Naquela ocasião a maior parte do tempo eu estava exclusivamente no reino astral.

Em algum momento fui tomar mais um daime. Pedi na segunda risca novamente.

Trabalhei bem em todas as linhas: Exu, Pombogira, Exu Mirim, Povo da Água, Baianos, Caboclos, Boiadeiros (quando um irmão tocou o berrante... Meu Deus)

Não enjoei nenhuma vez e em nenhum momento o meu humano pensou em assumir o controle.

Trabalhei o tempo todo dentro ou na beirada da gira. Não sentei nenhuma vez.

A gira chegou ao final.

Todos se abaixam, com joelhos e cabeça encostada no chão e o comando da casa chama:

Comando

Vou fechar minha jurema, vou fechar meu juremá

Vou fechar minha jurema, vou fechar meu juremá

Com a licença de Mamãe Oxum e de meu Pai Oxalá

Com a licença de Mamãe Oxum e de meu Pai Oxalá

 

Todos

Vai fechar sua jurema vai fechar seu juremá

Vai fechar sua jurema vai fechar seu juremá

Com a licença de Mamãe Oxum e de meu Pai Oxalá

Com a licença de Mamãe Oxum e de meu Pai Oxalá

Já fechei minha minha jurema já fechei meu juremá

Já fechei minha minha jurema já fechei meu juremá

Com a licença de Mamãe Oxum e de meu Pai Oxalá

Com a licença de Mamãe Oxum e de meu Pai Oxalá

 

Comando

Eu fecho a nossa gira com Deus e Nossa Senhora

Eu fecho a nossa gira zanborê pemba de angola

 

Todos

Já fechei e esta fechado com a chave do sagrado

Já fechei e está fechado, sem a chave ninguém abre

--

Aí saem os tambores e voltam os músicos.

Todos posicionados para encerrar o trabalho com cinco hinos bailados.

Trabalho encerrado às 06:00, missão cumprida.

Voltei para casa tranquilo... navegando pela beleza da Estrada de Santa Inês.

Passei uns 3 dias ainda nesta vibração

Só gratidão a todos os seres divinos.

O próximo trabalho que vou será no dia 09/Dezembro, dia de Nossa Senhora da Conceição, a Rainha da Floresta que ordenou o Mestre Irineu na construção da doutrina.

Trabalho todo bailado cantando o hinário "O Cruzeiro", do Mestre Irineu.

Viva a Rainha da Floresta!

Viva!