Surf na Ribeira Grande - Visões (Parte – III)

O Ribeira Grande Pro-2008 foi um êxito retumbante. Sem precedentes. Ainda as provas iam a meio, e já havia quem pensasse em outras a nível Europeu ou Mundial. Desde a sua fundação, há já quinhentos anos, a Ribeira Grande nunca andara (tão) ‘badalada’ nas ‘bocas do Mundo.’ Além da Feira Quinhentista, cuja I edição fora em 2007, era o Surf. Há quatro décadas, haviam sido as ‘celebérrimas’ iniciativas do Círculo dos Amigos. Tanto a imprensa da especialidade como a generalista, escrita, falada ou televisiva, haviam-na mostrado de forma bem diferente da que (não havia muito tempo) a imprensa (sobretudo) local a mostrara por causa da (selvática) extração de areia. A Câmara da Ribeira Grande pôde respirar de alívio. A organização, como chegara (um dos seus) a prometer (meio a brincar, creio) caso o evento redundasse em fiasco, não teria de devolver à Câmara a considerável soma investida no evento (50 mil euros). Tirando as (inevitáveis) bocas ‘nos cafés,’ ou no ‘mainel do Paraíso,’ foram raríssimas as vozes discordantes. Estou (mesmo) em crer que parte (substancial) da população (mesmo não percebendo patavina de surf), só porque choviam elogios de toda a parte, apoiou (desta vez) a autarquia.

No entanto, enquanto se planeava o 2009 Campeonato Mundial de Surf Azores Island, surgem duas visões (opostas) acerca do futuro (sobretudo de quem seria o interlocutor do processo e o ritmo de abertura) do Surf nos Açores. Dizem-me uns: Era preferível (já) apostar na realização de eventos de impacto. A maior visibilidade do surf, dar-lhe-ia mais força. E (por conseguinte) poder que seria usado para defender spots e ‘ondas.’ Outros: Que os eventos trariam (inevitavelmente) mais desenvolvimento económico à Região. Tanto mais que (sublinham-me) se andava (então) longe de imaginar que o espaço aéreo iria ser aberto. E o impacto que (tal) teria na economia. Segundo António Benjamim, um dos objectivos era (também) ‘projectar o surf e a Ribeira Grande a nível internacional.’ A visão da ASSM (de alguns dos seus responsáveis) era céptica (e cautelosa). Temia o risco de expor (prematuramente) o surf da Ilha ao exterior. Até aplaudia a rejeição da Madeira por essa via. Apontava o dedo aos excessos cometidos em alguns locais (sobejamente conhecidos) do continente português. Pedro Arruda, um dos obreiros da USBA, e seu Presidente até 2013, resume (assim) o que separaria as duas visões: ‘Por um lado havia os que não queriam os campeonatos principalmente os internacionais e manter de certa forma a ilha fechada aos surfistas e investidores estrangeiros. E por outro lado, havia um grupo que achou que esse desenvolvimento era inevitável e que em vez de o tentar parar seria melhor tentar controla-lo e que esses investimentos fossem sempre feitos em ligação com os locais, ou seja, os surfista que cá estavam o ano todo.’ Essa é (claramente) a versão dos (chamemos-lhes assim) vencedores. Já depois do facto consumado. Mas qual teria sido a dos (putativos) vencidos? Paulo Melo (Presidente da Assembleia-Geral da ASSM), refuta a posição de Pedro Arruda: ‘Tivemos abertura para os campeonatos nacionais e regionais. Fomos os primeiros. Queríamos abrir de forma sustentável. Desenvolver o surf de forma planeada.’ Em tom lamentoso, conclui: ‘Infelizmente caiu-se num deslumbre de eventos.’ Mais. Como interpretar o ofício da ASSM datado 19 de Janeiro de 2009, enviado por João Brilhante (Presidente da ASSM) a Ricardo Silva? Aí, além da ‘Escola de Surf e de Bodyboard; da Prestação de socorros a náufragos; do intercâmbio e cooperação com outras associações e entidades; de Campanhas de sensibilização e limpeza nas praias; de Acções de formação, a ASSM tem na sua mente a realização de ‘provas regionais, nacionais e internacionais.’ Seria já uma reacção à USBA? À data, a USBA ainda mal engatinhava. Mas já sabia o que queria. Voltando à ASSM, a questão central (a crer nesta versão dos vencidos) seria a de quem iria organizar as provas? E o seu ritmo? A ASSM queria ser a protagonista. Prova disso é que, através do seu Presidente da Direcção, segundo me informa quem a ela pertenceu, o mesmo o confirmou o responsável pela DAAZ, terá tentado (sem sucesso) obter licenças para organizar as provas. João Brilhante (o presidente) também me confidenciou algo nesse (mesmo) sentido. Estranhando o facto de não ter conseguido obter a autorização pedida pela Associação, insinua: Interesses económicos? Terá telefonado ou escrito (não consegui ainda apurar a autenticidade deste facto) às instâncias competentes do Surf (nacional e internacional?) a requerer licenças. Não as obteve, alegadamente porque estas já haviam sido concedidas à DAAZ. Porque teria a ASSM (nomeadamente o seu Presidente) pretendido obter essas licenças? Sendo ela a associação de surf mais antiga (no entanto, ao tempo, já não a única) existente na ilha, não seria lógico que quisesse dispor daquele instrumento? Até para controlar o passo (gradual) da abertura da ilha ao exterior. Foi uma tentativa (no caso tardia) de travar a pretensão da DAAZ? Não haverá aqui uma rejeição a quem vem de fora? Houve ainda uma tentativa (que não deu em nada) para consolidar a ASSM: ‘Para quê formar uma nova associação se podiam aproveitar a que já existia?’ Questionaram alguns. Entre os quais, o Presidente da Assembleia-Geral. Resposta de alguns dos dissidentes: Era impossível mudar por dentro. Houve reuniões (muito concorridas) para angariar mais sócios e formar uma nova lista, mas nada disso surdiu efeito. Além da reacção a quem vinha do exterior, terá existido uma questão de ‘choque de personalidades?’ É (muito) provável. O assunto estava bem longe de ser consensual. Dois anos depois, voltou de novo à baila. Motivo? A não selecção de atletas locais para participarem no Billabong Azores Islands Pro de 2011. Aí (não retirando o contributo do Surf para o desenvolvimento da Ilha – mas não o hiper-valorizando) a USBA é acusada de estar refém dos interesses da DAAZ (empresa de alguém de fora) e de não defender os atletas locais.

A esta (curta) distância dos acontecimentos, indo (apenas) ao que me parece o essencial, resultaram duas visões. Ou dois mal-entendidos? Uma visão (porventura, mais) purista, que defendia um surf de formação, quase de pura fruição e de relativa abertura (mas sempre) reticente ao exterior, personificada pela ASSM, e outra, que daria, em breve, origem à União dos Surfistas e Bodyboarders dos Açores (USBA), aberta (sem medos excessivos) ao exterior, vocacionada para as competições. Em parte, acabaria por ser assim. Creio. Era preciso contribuir para o desenvolvimento dos Açores e o Surf (ao exemplo do que já acontecia pelo Mundo fora, dizem-me) seria um caminho. Essa (segunda) via (à falta de melhor termo, digo) ‘desenvolvimentista’ do papel do surf (antes da abertura do espaço aéreo) (apesar de uma certa desconfiança inicial) seria (bem) acolhida pela Câmara da Ribeira Grande, pelo Governo Regional e (em geral) pela iniciativa privada. Ora, o convite de Rodrigo Herédia à ASSM para entrar na organização da prova nacional em 2008, não fora logo aceite. Só após debate interno, venceu (sem convencer, suponho) a posição de que ‘mais valia entrar no comboio (a ver no que aquilo dava) do que ficar de fora.’ Isso porquê? Porque, apesar de constar dos objectivos programáticos da ASSM a organização de provas regionais e (até) nacionais (aliás, fá-lo-iam), remetia-se a sua realização para um futuro (incerto e) longínquo. E (quando o fosse) (seria sempre) sob o seu controlo. Colocava a prioridade na formação de atletas, de juízes, enfim, pretendia criar consciência ecológica, estudar e divulgar os spots. Só então se justificariam as competições àquele nível.

Que aconteceu (então) ao surf da ilha quando se pensou em organizar uma prova internacional? Em desacordo com a postura da ASSM, Vasco Medeiros, que desempenhara um papel crucial na organização do evento de 2008, rompe com a sua associação. Com ele saem (também) Sérgio Rego e mais quatro membros da Direcção. Pedro Arruda e Pedro Medeiros (Violante) (segundo me dizem) iniciam (então) uma série de conversas que levariam à criação da USBA. Pedro Medeiros ou Violante (como é conhecido) fora membro suplente da Direcção da ASSM. O nome escolhido (distingue-a logo da ASSM) e resumia-lhe (só por si) o programa: juntar (se possível) surfistas e bodyborders de todas as ilhas dos Açores. Seria (essa) a via certa para captivar o favor do poder político Regional e de atrair um maior número de patrocinadores. Sondam (de seguida) outros que comungam dessa (mesma) ideia. Levam a cabo no Espaço Azul de António Benjamim (fundada em 2003) (que pertencera à equipa fundadora da Associação de Surf de São Miguel em 1995 e seria vice-Presidente do Conselho Fiscal da USBA) uma reunião mais alargada. Pedro Arruda foi a escolha natural para dar voz (e corpo) ao projecto. Era (e é) excelente comunicador e (bastante) ágil (e elegante) na escrita, além de ser bem relacionado com o poder Regional e Municipal. É ele (pois) quem redige o Manifesto que corporiza as ideias do grupo. Justificava-se (aí) a criação da União de Surfistas e Bodyboarders dos Açores porque havia ‘(…) uma lacuna em termos organizativos e de representação institucional destas modalidades nos Açores.’ Promover-se-ia ‘a organização de actividades desportivas, competitivas ou de lazer, relacionadas com o Surf e o Bodyboard.’ Impunha-se (para tal) ‘a representação junto das entidades competentes a nível regional, nacional e internacional dos interesses próprios dos praticantes e adeptos locais destes desportos.’ Daqui se percebe, creio, que a DAAZ, cujo responsável, Rodrigo Herédia, fora também fundador da USBA, para realizar o evento internacional de 2009, escolhesse a USBA. Após fazer circular o documento, a versão final acabaria sendo subscrita por 35 surfistas e bodyboarders de São Miguel, da Terceira, de São Jorge e do Faial. De entre eles, Rodrigo Herédia, António Benjamim, fundador inicial da ASSM, e metade dos membros da direcção da ASSM. Os membros fundadores terão (no entanto) ultrapassado os cinquenta. Será que, entre eles, houve mais (ex) membros da ASSM? Não sei.

Em Dezembro de 2008, um ano após a reactivação da ASSM, nasce a USBA. Em Fevereiro era eleita a sua primeira Direcção. Dela faziam parte surfistas e bodybordistas de Ponta Delgada, da Lagoa, das ilhas Terceira e Faial. Era sua intenção alternar o seu elenco pelas diversas Ilhas. O que – por razões várias -, sobretudo profissionais e logísticas, não chegaria a concretizar-se. Ironicamente, ao contrário da forte presença (e compromisso) institucional da Câmara da Ribeira Grande, não (logrei) identificar qualquer presença (naqueles corpos sociais) de surfistas (oriundos) da Ribeira Grande. Porquê? Parte dos surfistas (que haviam inicialmente sido formados por João Brilhante) mantêm-se-lhe fiéis? Resultará também de (algum) desinteresse? Talvez. A julgar pelo número de atletas conhecidos, a adesão à USBA terá sido enorme. Passado pouco mais de um mês da sua fundação, os seus sócios já ultrapassavam a centena. Quanto à ASSM, continuava a apostar (essencialmente) na formação. No entanto, já planeava organizar provas (locais, quanto muito incluindo a Ilha de Santa Maria). Pelo que, em Fevereiro de 2009, promove um curso de juízes. Pensando a USBA (do mesmo modo), pelo menos 15 dos seus associados inscrevem-se no curso da ASSM. Questão controversa, pois, circula a ideia (não provada documentalmente) de que o curso foi organizado pela USBA. Como a querer contradizer (pelo menos é isso que me parece) parte do Manifesto da USBA, a ASSM, ao longo de 2009, de Fevereiro a Outubro, promove um Circuito Regional (ainda que só abranja São Miguel). Consta de seis provas de Surf e outras tantas de Bodyboard. Nas quais, entram associados da USBA. Com o apoio da Câmara da Ribeira Grande. E, repetindo o que já se disse, em Julho, solicita à Câmara a renovação do protocolo até Agosto de 2010. O que obtém. Em 2009, aparentemente, haveria espaço para duas associações de Surf.

A ambição da USBA é (no entanto) bem maior do que a da ASSM. O ano de 2009 viria a ser um ano charneira nas competições de Surf. Cumprindo um plano de provas internacionais, com a DAAZ, melhor começo não poderia desejar. De 25 a 30 de Agosto de 2009, realiza-se na praia do Monte Verde o Surf Mundial (Azores Island Pro). Tirando a morte acidental de um açor-canadiano, mesmo ao lado do local onde se desenrolavam as provas, 2009 superou (em muito) o êxito de 2008. A Câmara, dentro do seu plano de valorizar as praias do Concelho, tentara abrir a praia do Monte Verde. Nesse ano inaugurara os melhoramentos nas praias de Santana e na dos Moinhos, no ano anterior (como vimos) fora a vez da de Santa Bárbara. Dotara a praia do Monte Verde ‘de dois balneários móveis de apoio com duche, casas de banho e vestiários.’ Adquirira ‘uma máquina de limpeza de praias que tem mantido a mesma em óptimas condições.’ Apesar de já ter, em 2006-2007, acabado com o foco de poluição que ocorria no troço das margens da ponte dos Oito Arcos à foz, ainda não conseguira normalizar a praia (como tal), pois, havia (como ainda há infelizmente) um calcanhar de Aquiles: ‘relativamente à chamada boca da levada onde alguns esgotos por vezes desaguam, trata-se efectivamente de um problema que só com a construção da futura ETAR da Cidade, já projectada, é que irá ser definitivamente resolvido.’ O mais que conseguiu, da parte da Delegação de Saúde Concelhia, foi uma placa ‘indicativa de desaconselhável à prática balnear, a fim de que qualquer cidadão tenha conhecimento e tome as suas precauções.’ E por parte do Capitão do Porto (ainda em 2008) que ‘junto aos módulos implantados (pudesse existir) equipamento de salvamento (boias circulares com retinida) sob a guarda e responsabilidade dessa edilidade que posa ser utilizado por qualquer banhista no local em caso de acidente no mar.’

O primeiro grande evento internacional de surf realizado nos Açores, trouxe à Ribeira Grande mais de cento e quarenta surfistas de todo o mundo (para além dos do continente português). A terra rende-se ao impacto do evento. Houve grande cobertura mediática (mundial). Ouviu-se falar da terra em várias línguas. Surfistas de todo o Mundo, acompanhantes e magotes de visitantes invadiram ruas, cafés, restaurantes. Pouco menos de um mês após o Mundial, nos dias 19 e 20 de Setembro, naquela mesma praia do Monte Verde, tem lugar outro evento inédito: o Primeiro Campeonato Regional organizado (também) pela USBA. Participam nele surfistas de (quase) todas as Ilhas dos Açores. Atletas da ASSM obtiveram excelentes classificações. A coroar este extraordinário primeiro ano de vida da USBA, a visita em Dezembro aos Açores (a São Miguel e à Terceira) do ‘norte-americano Mike Stewart, nove vezes campeão do Mundo em Bodyboard Açores,’ que se destinou ‘a promover a modalidade.’

A actividade da USBA aumenta (ainda) de ritmo em 2010. Nesse ano, co-organiza (ainda) na ‘Praia do Monte Verde (…) a primeira prova realizada em Portugal com o estatuto PRIME atribuído pela Associatian of Surfing Profissionals (ASP) entidade que gere o surf profissional a nível mundial.’ Apesar de ter faltado as tão ‘desejadas ondas,’ como escreveu uma jornalista da revista Saber, já se planeava a prova de 2011. Que seria em Setembro. Mês mais propício. E (como se não bastasse, ainda naquele ano), nos dias 25 e 26 de Setembro, promovia a segunda edição da ‘Taça Açores de Surf e de Bodyboard.’ Na praia de Santa Bárbara. Esta prova, escreve Pedro Arruda ao Capitão do Porto de Ponta Delgada, Presidente da USBA, ‘homologada pela Federação Portuguesa de Surf, congrega atletas de 5 das nove Ilhas dos Açores, naquela que se pretenda seja a grande festa dos desportos de ondas dos Açores.’ A ASSM (cada vez com menos espaço) fica-se pela formação? E quanto muito, pela participação na Taça Açores. O retumbante êxito da USBA (a sua boa ligação ao meio político e empresarial) retira espaço à ASSM. E não era só a USBA que lhe retirava terreno. Ainda em 2010, tendo como Director de prova, Ricardo Ribeiro (Xolim), é organizado pelo Clube Naval de Ponta Delgada o Circuito Surf e Bodyboard. A praia do Monte Verde acolhera a 2.ª etapa (em Junho) e a 3.ª etapa (em finais de Julho início de Agosto).

O que se passa de importante em 2011? A ASSM, o mais tardar em 2011, volta por completo as costas à Ribeira Grande. O protocolo entre a ASSM que ia até Agosto de 2010 (tanto quanto apurei) não chegou a ser renovado. Paulo Melo, Presidente da Assembleia-Geral, nesse ano (de 2011) já é Delegado da Surfrider para os Açores. João Brilhante vinha cada vez menos a Santa Bárbara. Ficava-se pelas Milícias (no Sul): ‘Fui trabalhar para a Escola do Castanheiro [Ponta Delgada]. Uma mãe veio ter comigo para dar aulas de surf. Comecei no Verão de 2011.’ Em 2010, Paulo Sousa (Pilão) (vice-Presidente da Direcção, que mantinha aberta a porta da sede em Santa Bárbara, único da Ribeira Grande) partira para a Terra Nova (como observador da NAFO) (onde se manteria até 2012). João Vítor (Mocho) é skipper (de uma empresa belga). Vem raramente a São Miguel (e só de passagem). Porquê? Desilusão com os apoios? Com a adesão da população da Ribeira Grande? Questões pessoais? No entanto, talvez sem qualquer fundamento legal, o nome ASSM ainda persistia em 2017. É então que se torna patente, uma flagrante contradição. Fruto da exposição mediática dos Mundiais de surf na Ribeira Grande, uma nova geração de jovens da Ilha quer aprender surf. E aprende. No entanto, não havia jovens da Ribeira a aprender surf. Os atletas da segunda leva da ASSM haviam ficado desamparados. Perante isso, a Câmara age. Já em Junho, a Câmara (através da Ribeira Grande Mais) e a USBA combinavam um protocolo de cooperação. Pedro Arruda, em nome da associação, comprometia-se a ‘realizar acções que dinamizem a Praia de Santa Bárbara e outras praias do Concelho através de Cursos de formação para a prática do Surf, aceitar nos cursos até 20% de crianças, ou jovens carenciados do Concelho (…).’

Que interesse teria a USBA nesse protocolo? Talvez porque havia quem (entre os associados) apontasse o dedo à falha da formação. E dispor de uma sede. Isso (poderia até) atrair novos candidatos à Direcção? Fazia tempo que a associação procurava (sem qualquer sucesso) formar uma nova Direcção. Em 2011, a USBA envolvera-se em diversas provas (destacando-se o Mundial de Bodyboard na Praia da Vitória), cujo principal responsável foi Pedro Arruda. Que era desde Fevereiro último Delegado de Turismo na Ilha de São Miguel. Apesar de se ter mantido ‘activa’ ainda por quase mais dois anos, o protocolo não passaria de uma louvável intenção: ‘Nunca chegamos a tomar posse do espaço …’ Terá sido assim? Não parece. Filipe Mendonça, vice-Presidente, já Pedro Arruda exercia funções a nível Regional, no dia em que este trabalho saiu no jornal (dia 17 de Dezembro de 2023), na praia de Santa Bárbara, ao lado de Luís Melo, após dizer-me que já o lera, adianta que a USBA não só tomara posse do espaço (‘foi colocada uma placa com o nome da USBA’) como durante (pelo menos) todo um inverno e um verão (são suas as palavras), ‘a USBA pôs em prática a vertente social do protocolo. Contratou André Pinto como funcionário e Ricardo [Ribeiro] Xolim como instrutor de surf. Antes de terminar a sua actividade - tínhamos todos as nossas actividades profissionais -, ainda no período final de Ricardo Silva, houve uma conversa com Xolim para (caso ficasse naquele espaço) deveria cumprir a vertente social do protocolo.’

Prova certa de que a USBA durante dois anos (ou quase) teve a sua sede onde antes fora a sede da ASSM, é o que em Maio de 2013, Pedro Arruda (Presidente Cessante) e Vasco Medeiros (Presidente Interino) escreveram: ‘Das diversas parcerias estabelecidas entre as USBA e a Câmara Municipal da Ribeira Grande, com especial destaque para o vasto leque de competições levadas a cabo nas praias do Concelho, importa referir a gestão do espaço disponibilizado pela Câmara Municipal da Ribeira Grande em que a USBA assegurou uma série de acções de dinamização dos desportos de ondas nos Areais de Santa Bárbara.’

Em 2011 faz-se a troca do Monte Verde por Santa Bárbara. Em 2010, faltara ondas no Monte Verde. Em 2016 e 2017, sem ondas em Santa Bárbara, regressa ao Monte Verde. Em 2011, o Billabong Azores Islands Pro foi um êxito competitivo (e comercial) absoluto. Um autêntico cartaz turístico da Ilha. Gabam-se os resultados actuais e futuros na economia local: Empresários ligados ao turismo consideram que surfistas são jovens que têm dinheiro e gostam de conhecer tudo.’ Declarou uma proprietária de um snack-bar da Ribeira Grande. Segundo revistas da especialidade, houve ondas, as melhores do circuito: ‘no terceiro dia de prova tivemos as melhores ondas do circuito, que este ano já passou por uma dúzia de países.’ É então que Paulo Nascimento Cabral (em seu nome e – certamente - no de mais gente que não escreve para os jornais) traz à superfície o que nunca desaparecera (e de certo modo segue a posição de alguns dirigentes da ASSM): ‘Numa época que se quer de contenção financeira, temos de novo financiamentos milionários a um evento, que não conta sequer com a participação de um Açoriano como atleta e dá todo o protagonismo da organização a pessoas do continente. Como é possível que assim seja? Só numa perspectiva de grande desespero ou compadrio é que se consegue explicar essa situação. Mais uma vez não existe cá uma associação de surfistas? Não são capazes de organizar um evento desta dimensão? Não temos sequer um atleta com qualidade para participar na prova? Mesmo que não os tivéssemos sendo nós a pagar, não deveríamos ser nós a ditar as regras? Recorde-se que a organização dispunha de uma wild card, podendo convidar quem quisesse. Se não investimos na experiência dos nossos atletas, como esperamos que estes possam alcançar as competições de topo?’ Estala a polémica. Dois dias depois, a USBA explica a razão da não-selecção: ‘não há açorianos à altura.’ Porém, reforça o lado económico: ‘Todos os empresários e entidades envolvidas, directa ou indirectamente, com este evento são unânimes em reconhecer o enorme retorno financeiro directo para os Açores e para a Ilha de São Miguel em particular, que o Billabong Azores Islands Pro tem tido. Para além disso, o surf enquanto modalidade e o circuito da ASP em particular são hoje actividades em franco crescimento por todo o mundo (…).’ Paulo Cabral não fica convencido. Seis dias passados, volta à carga. Por que razão a organização não seleccionou atletas locais? Quis saber. Podendo tê-lo feito. Isso era passar um atestado de ‘incompetência ‘as três associações de desporto de ondas’ locais. Além do mais, aqueles ‘eventos,’ pagos pelo erário público falhavam a sua missão. Como? ‘sem um ‘programa paralelo à competição de desenvolvimento local de integração social e respeito ambiental com contactos com as populações, com exposições, conferências, aulas de surf para jovens das escolas locais,’ trariam pouco benefício aos actuais e futuros atletas locais. Subindo de tom, acusa (abertamente) a ‘USBA de estar refém da DAAZ para a organização da prova.’ O facto de a DAAZ deter a licença não significava (consultando-se os regulamentos da Associação de Surf de Portugal) que outra entidade não a pudesse obter. Um eco da ASSM de João Brilhante? Bastaria que assumisse ‘determinados custos com a organização e pague o valor das licenças.’ Na condição ‘de se limitar a dois eventos anuais por país/região.’ Em querendo, a USBA (ou outra entidade local) poderia substituir a DAAZ. E daí resultaria uma melhor defesa dos interesses dos Açores. Porém, a generalidade da opinião publicada, sobretudo a da Ribeira Grande, está de alma e coração com as provas. Ezequiel Moreira da Silva, em ‘Coisas da Ribeira Grande,’ aprova sem reticências: ‘A recente realização das provas internacionais de surf denominadas de Billabong Azores Pro, aproveitando e valorizando as ondas da orla costeira da Ribeira Grande, mais propriamente na parte do areal de Santa Bárbara, foi, sem sombra para dúvidas, um evento da maior importância para o desenvolvimento turístico do nosso concelho. (…) Por tudo isto e pela realização dessa importante competição aqui na nossa cidade, daqui endereçamos, como cidadão da Ribeira Grande, os nossos agradecimentos à organização (…).’ Pelos cafés e ruas da Cidade da Ribeira Grande há unanimidade: ‘ainda bem que se realizam provas dessa dimensão aqui em cima.’ Quanto às objecções: ‘isso são coisas de Ponta Delgada que não quer ver a Ribeira Grande avançar.’ Além das duas provas do costume, na Ribeira Grande, A USBA promove uma ‘etapa do Mundial e etapa do Campeonato Nacional de Bodyboard, na Praia da Vitória, [Ilha] Terceira.’ Segundo alguns, seria a grande causa do seu encerramento. Despesas que não foram pagas a tempo e horas. Actos de vandalismo praticados (segundo me informaram) contra carros e os contentores dos surfistas e da USBA. Isso na Terceira. Voltando a São Miguel. Nesse ano, a Escola de Surf dos Açores, que fora fundada em 2004 por José Seabra, e adquirida em 2007 por André Caetano (Padeiro), em 19 e 20 de Junho comemora no Monte Verde o dia Internacional do Surf (com diversas actividades). Comemorando também o seu sétimo aniversário.

Será que a USBA, em 2012, dando razão às críticas, acrescentou eventos sociais à programação da prova (DAAZ-USBA)? Dado o apertado calendário dos atletas, seria (quase) impossível. No entanto, já integrou (pelo menos) um atleta açoriano: ‘Pedro Correia ficou em último mas saiu sob o aplauso do público.’ E já há consenso acerca dos (potenciais) benefícios que a prova internacional traz aos Açores. João Brilhante, apresentado apenas como ‘surfista açoriano e juiz da Federação Portuguesa de Surf,’ inicialmente reticente, já quer mais: ‘é importante prolongar a vinda de surfistas além do campeonato mundial. Se existir uma logística favorável de apoio à actividade, esta vem favorecer ainda mais a afluência natural dos visitantes. Durante o Azores Pro há um movimento maior, mas o importante é que se registe uma continuidade que na minha perspectiva não se tem verificado.’ Pretende-se (após quatro anos de êxitos) alcançar o World Tour. É (bem) possível, os Açores têm ondas de nível mundial. No entanto, conforme alertam João Brilhante e a Wave Rider (de Paulo Melo), é preciso proteger ‘certos spots, como por exemplo a onda de Rabo de Peixe, em vias de extinção por causas das obras do porto.’ Que iria desaparecer. Em 2012, de 4 a 9 de Setembro (em Santa Bárbara) ‘O SATA Airlines PRO (…) etapa do circuito de qualificação da ASP cotada em 6 estrelas.’ E, nos dias 15 e 16 de Setembro, a 4ª Taça Açores de Surf e Bodyboard, na praia ‘dos areais de Santa Bárbara,’ (…) onde atletas de várias ilhas dos Açores (escreve o ainda Presidente Pedro Arruda) vão competir nas categorias de Surf Open; Bodyboard Open; Sub-12; Sub-16; Feminino; Master SUP (Stand Up Paddle) e Drop Knee. Esta prova apurará os respectivos campeões regionais das modalidades conferindo acesso aos nacionais de 2012.’ Portanto, provas destinadas a atletas dos Açores e de fora dos Açores.

O futuro parecia radiante para a USBA. É então que em finais de 2012 anunciava que não se iria recandidatar. Com o objectivo de encontrar nova direcção, é marcada uma reunião para o início de Janeiro. Que não se realiza. É convocada uma segunda para o mês seguinte. Repetindo-se o resultado. Nomeia-se (então) em Março (por três meses) uma direcção interina, com o objectivo de saldar dívidas e resolver assuntos pendentes. É seu responsável Vasco Medeiros (presidente da Assembleia-Geral). O prazo do seu mandato terminaria em Junho de 2013. Entretanto, em Maio, é dado conhecimento formal à autarquia.

Em 2013, a USBA já não organiza a Taça Açores nem co-organiza a prova internacional. Já pressentindo que o fim da USBA estaria próximo, pretendendo-se continuar a organizar provas nacionais e internacionais, Filipe Mendonça e Rodrigo Herédia, membros afectos à USBA, além de outros, fundam em Abril de 2013 a Atlantic Action Sports. Uma empresa sem fins lucrativos: ‘Trata-se de uma associação criada em Abril deste ano, com sede social em São Pedro do Estoril, Lisboa. Segundo Rodrigo Herédia, a Atlantic Action Sports inclui alguns membros da USBA e foi formada não só para o SATA Airlines Azores Islads Pro, como também para organizar o EuroSurf, prova que se desenrola em Setembro, também em São Miguel.’ Em ano de autárquicas, dois anos depois de terminar a ligação com a ASSM, a Câmara teria de acabar com a parceria com a USBA. E agora? Estava assegurada a continuidade das grandes provas com a AAS. Seria (pois) já esta nova associação quem organizaria os campeonatos de 2013: ‘A próxima edição do SATA Airlines Islands Pro, prova pontuável para o Campeonato Mundial de Qualificação de Surf, vai ser organizada pela empresa DAAZ Eventos, do antigo surfista Rodrigo Herédia. No entanto, a empresa a quem o Governo Regional dos Açores, através da Direcção Regional do Turismo, atribui a verba de 350 mil euros, destinada à execução do SATA Airlines Azores Islands Pro, é a Associação Atlantic Action Sports. Nesta prova participaria um açoriano: ‘Quanto aos wildcards (convites) que a organização pode distribuir, Rodrigo Herédia confirma que um dos três será entregue a um surfista açoriano, faltando saber se pelo sistema do Trial (como no ano passado), se o melhor atleta açoriano, e neste caso o convite seria entregue ao campeão nacional de sub-14, Jácome Coreia.’ E quanto à ocupação do espaço em Santa Bárbara? Que solução possível para não chamar muito a atenção? A USBA cessante, deu uma sugestão. Recomendava à Câmara que considerasse ‘a continuação da concessão do espaço referido, na pessoa do Treinador Ricardo Ribeiro, que nos últimos dois anos desempenhou o cargo de responsável pela sede da USBA, dando aulas de Surf, alugando material de surf e colaborando com os eventos relacionados com os desportos de ondas que se realizaram naquela praia, executando durante esse período de tempo todas as suas actividades de maneira eficiente e exemplar, revelando elevada competência, assim como bom relacionamento interpessoal. (…).’ Que decidiu (a este propósito) a Câmara? ‘Para já,’ despacho de Agosto de 2013, ‘para evitar ruído,’ as eleições estavam próximas, ‘autorizei esse Ricardo Ribeiro a utilizar o espaço. Ele vai apresentar um projecto e proposta de protocolo. Vamos ver para depois tomarmos uma decisão devidamente fundamentada.’

Instituída por escritura pública de 29 de Dezembro de 2008, a Direcção interina dá por encerrada a instituição em Junho/Julho de 2013. Já não organizava provas desde 2012 e entregara à Câmara a sede no areal de Santa Bárbara (que obtivera por protocolo em Junho de 2011) em Maio de 2013. Por que razão terá acabado a USBA? Por que razão após três convocatórias (a começar em Janeiro de 2013) não surgiu lista? Vasco Medeiros (Presidente Interino) propõe uma explicação: ‘Correu o boato de a USBA estar com dívidas. Os possíveis candidatos afastaram-se. Cheguei a dar uma entrevista a esse respeito na rádio.’ No caso do Presidente, houve razões pessoais (comuns a outros): ‘(…) fui pai de duas filhas nesse período.’ E profissionais: ‘pelas funções que ocupei no Turismo dos Açores, primeiro como Delegado e depois na ATA que tanto por uma questão de incompatibilidade como de trabalho não me permitiam dedicar como era necessário à associação.’ Vasco Medeiros em vésperas (Julho de 2013) de encerrar a USBA, já sem quaisquer esperanças de encontrar nova direcção, declarava a um jornal: ‘Não creio que surja nenhuma lista. Já convocámos eleições por três vezes e ninguém assume, declara. Vasco Medeiros lamenta que o trabalho que foi feito em prol do surf e do bodyboard nos últimos anos tenha este fim. Crescemos em termos de actividades e de praticantes mas esta direcção já não consegue dar mais de si, afirma. Filipe Mendonça (que da USBA transita, tal como Herédia para a AAS) aponta ao ambiente tenso entre os que achavam que era só Bodyboard. Preterindo o Surf. O poder aproveitara a ‘visibilidade’ que a USBA (e o seu Presidente e Rodrigo Herédia) haviam granjeado. E a USBA, sem se fazer rogada, também o aproveitara. E a mais-valia económica? Em Agosto de 2013, agora na posição de coordenador de promoção da VisitAzores, Pedro Arruda, conhecedor como poucos da história do Surf Local e Mundial, e dos benefícios que poderia trazer, numa lúcida entrevista que deu, apontou o dedo ao que impedia um maior desenvolvimento: ‘o diminuto número de escolas de surf que foram criadas, o não aparecimento de pequenas unidades de alojamento viradas para o surf – os surfcamps -, entre outros aspectos. Há muitos turistas a vir aos Açores a quererem fazer baptismo de surf, há profissionais que querem vir aos Açores experimentar as ondas. Os Açores têm vantagem em dois grandes mercados (Europa e América do Norte), pois estamos no centro do Atlântico e temos condições únicas, como a qualidade da onda e a temperatura do mar.’

No entanto, havia já indícios (claros) que apontavam nesse sentido. Triunfal, em Março de 2012 a Revista Municipal anuncia: ‘empreendimento turístico nasce na Praia de Santa Bárbara.’ O TUKA TU LÁ, que em 2008 começara por ser apenas bar de apoio à praia, por pressão da clientela, em 2013, já evoluíra para restaurante (e de fama). Transformara-se em âncora e cais daquela praia. O Festival Monte Verde surge em Agosto de 2012. Em Agosto de 2014, abria (na Ribeira Grande) no n.º 1 da rua de Santa Luzia a primeira Surf House da Ribeira Grande. Outras (com outros nomes) em breve se lhe seguiriam. Contas feitas, em quatro anos (pouco mais ou menos) a USBA/DAAZ transformou a face do Surf nos Açores. Fazendo um balanço à parceria, agradece-se ‘pelo apoio prestado pela Câmara da Ribeira Grande (…) durante os últimos quatro anos [Direcção eleita em 2009] às actividades levadas a cabo pela associação. Durante este período os esforços conjuntos feitos pela USBA, os seus parceiros e a Câmara Municipal da Ribeira Grande permitiram um desenvolvimento nunca antes visto nos desportos de ondas, na região, na ilha de São Miguel e no Concelho da Ribeira Grande em particular, sendo hoje a verdadeira capital das ondas dos Açores.’ Entre 2008 e 2012, os areais de Santa Bárbara e a praia do Monte Verde (esta última, infelizmente ainda sem resolver o gravíssimo problema de poluição) haviam passado de apenas os melhores locais de surf e de bodyboard da Ilha de São Miguel para ‘a verdadeira capital das ondas dos Açores.’

O que (ajudou) a abrir (tanto para o bem como para o mal) a Ribeira Grande ao Mundo. Surfistas e bodybordistas (de cá ou de fora) fazem das praias da Ribeira Grande (mas não da Ribeira Grande, que desconhecem para além das ondas e das correntes) a sua (segunda) casa. Em abono da verdade, os daqui da Ribeira Grande (por seu turno) não vão muito além do conhecer de vista os surfistas e bodybordistas que frequentam as suas praias. A razão deste meu interesse na História do surf aqui? Dar a conhecer a visão da minha terra e conhecer quem escolheu os meus areais para praticar esse (fantástico) desporto de ondas (e atitude de vida). Em Outubro de 2013, Ricardo Silva (PS) perde a Câmara para Alexandre Gaudêncio (PSD). A Região continua governada pelo Governo do PS. Que iria acontecer ao SURF? E aos surfistas da Ribeira Grande? Em 2014 nasce a AASB (associação de clubes). Os surfistas da Ribeira Grande interessar-se-iam por integrar a nova associação de Surf? Haveria mais surfistas da Ribeira Grande? Fundariam um clube na Ribeira Grande? Escolar ou associado a algo que já existia? Vamos ver?

Lugar das Areias, Vila de Rabo de Peixe (Ribeira Grande) (continua)

Mário Moura
Enviado por Mário Moura em 11/01/2024
Reeditado em 15/01/2024
Código do texto: T7974125
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