Guerra não rima com acordar, mas se precisa falar.

Nas redes, aqui, aí, dentre sorrisos ou assombro, cabe falar das tragédias. Tragédia da vida real e como a guerra, afinal.

Embora você tenha em seu coração e na voz afeto; expresse muita esperança; enfeite o rosto com sorriso e as conversas com risos; e posta momentos alegres, isso não quer dizer que ignore a tragédia que assola o mundo. Apenas dá indício da sua resposta à ela e demonstra resistência. É o seu manifesto.

Falo de mim. Com sorte, falo de você.

A guerra é uma tragédia.

Neste século, não mais necessária. Mas segue sendo tragédia.

A guerra - deflagrada, coletiva, nacional e liderada, é guerra financiada sob algum pretexto de poder.

A guerra individual é silenciada. Quem a lidera? Quem a financia? Tem armas, infantaria, desolação e sangue, mas não tem cara ou pretexto. Não busca ampliar, ocupar ou transformar. Como guerra atuais, não é justificável.

A guerra a que me refiro você vai reconhecer, pois ocorre perto de mim, de você, da gente.

Gente, gente do Brasil. Gente. E sem tréguas.

Está na mãe que chora filho engolido por um bueiro na fuga de inundação do colégio; na mulher que morre ao se jogar de uma janela de ônibus por pânico ante um assalto; nos olhos compridos de fome sobre a fartura na vitrine ou na tela; na bala perdida que encontra uma vítima; no pai que vê toda família morta no trânsito; no motorista drogado para dar conta do frete e que causou o acidente; nos "n" corpos encontrados no barco ou no garimpo; nas doenças evitáveis $ecando vidas e olhare$; no tapa dado na cara da mãe testemunhado pelo filho; na impossibilidade de exercer uma aptidão por falta de oportunidades;...

Lembro de cada cena e sei que se repetirão.

Mesmo que não seja comigo, importa porque é com meu irmão. E ele, ela, nem precisa saber meu nome.

Somos um. Então, por que a divisão?

Temos o sopro, e a vida. Falta-nos o respirar na inteireza da integração.

No esperar de um salvador ou uma resolução que tudo sane, a vida vai passando e mais tragédias somando.

Bora lá... se a guerra é também individual, atuemos na Paz que a evite ou nas trincheiras que se e te levantam, com as armas que se tem: solidariedade, discernimento e senso de coletividade, mas sem perder o sorriso já que a Esperança também deflagra potências, como a da comunhão que nem precisa rimar. Basta acordar.

Podes crer, meu irmão!