Educando a Palavra
 
            Foi pelo verbo que Deus criou o Universo. A fala – eis um grande presente dado ao homem via milhões de anos de trabalho extenso promovido pela natureza. Nos primórdios, no afã de nos comunicarmos com o semelhante, começamos a trabalhar sons guturais no intuito de melhor nos expressarmos. À medida que o veículo físico evoluía, a linguagem aprimorava-se.
            A física quântica afirma que no Universo todos os corpos, dos menores aos maiores, emitem sons. Os próprios átomos somente se mantêm unidos por atenderem a uma determinada ¨vontade¨. Podemos chamar essa ¨vontade¨ de Força de Deus, ou, simplesmente de Amor.
            Desse modo definimos, então, a Força do Amor como a grande Motriz do Universo. E essa força nos foi ensinada por Jesus. Ele estabeleceu princípios, que se seguirmos, nos afinaremos com o Criador. A Força do Amor segue em um único sentido e, quando nos negamos a seguir este sentido, sofremos. As amarguras da vida, as dores, as tensões, as ansiedades, as decepções ou aflições de qualquer monta, atingem menos ao que se encontra na torrente do Amor do que àquele que navega em sentido contrário.
            Ter fé é acreditar em alguma coisa, ou na realização de algo, ou em si mesmo. Colocar-se em sintonia com a Força do Amor é um ato de sabedoria, e esta não existe completamente se dissociada do amor.
            À medida que educamos nossa palavra para colocá-la em sintonia com a Força do Amor, verdadeiros milagres derramam-se em nossa vida. A existência terrena é um curso espiritual intensivo, ao qual não podemos nos furtar. Educar o verbo é exercício essencial, que nos fornece saúde, paz e alegria – tesouros de valor incomensurável.
            Negar-se a fazer o bem é o mesmo que dispor-se a ceder ao mal. E quanto mal uma palavra bem colocada consegue evitar.
            O primeiro dever do cristão, ao amanhecer de um novo dia, é agradecer ao Criador. Não precisamos dizer nada longo, bastam palavras sinceras, inundadas da força do amor. Um ¨obrigado, meu Deus¨ é o suficiente, desde que cheio de sinceridade e ternura.
            Sempre que nos afastamos da ternura estamos longe do Cristo, e, em conseqüência, da Lei do Amor.
            Sua palavra deve ser alegre, a tristeza envolve-se em sombras e se esconde do Amor. Se vierem com melancolia, defenda-se no seu escudo de amor e responda com afeto.
            Não censure, aconselhe, antes pedindo a Deus que ilumine suas palavras, investindo-as da força do amor.
            Não permita que o seu verbo espalhe irritação, medo, angústia ou aflição. Tudo o que emitimos retorna a nós. Comprazer-se no mal é aceitar a derrota do ser. Eleve suas palavras, se estiver focado no crescimento espiritual, as palavras certas brotarão de sua boca sem dificuldade.
            Lembre-se que o Pai e o Filho sempre escutam o que dizemos e, nada do que praticamos em segredo, permanece oculto. Ao dizer algo, imagine que Jesus está ali, ouvindo, ao mesmo tempo que o Pai. Essa trava na língua é primordial para nos educar; visto sermos como crianças de verbo solto e inconseqüente.
            Ao passo que sua palavra começar a iluminar os que se avizinham, uma torrente de bênçãos se derramará sobre sua vida. Não será fácil. Todos temos adversários nas sombras, e eles irão nos perturbar, procurando testar nossas disposições. Os que lhe são mais próximos serão os primeiros. Mesmo que não saibam, estão servindo como veículos, providencialmente colocados em seu caminho, para verificar sua perseverança no bem.
            Ilumine o mundo com o verbo. Quem acende uma vela é o primeiro a se iluminar...