Campos que eram floridos.

Olhava aquele campo que costumava a oberservar na infância. Num estalo, realizara que o mundo havia mudado. Emocionou-se. Ninguém lhe contou nada. Não tinham o direito de lhe acordar no meio do caminho para lhe dizer que a rota havia mudado. Não sabia como volta. Não sabia como "desmudar". Nem, ao menos, sabia se isso era possível. Tentou conformar-se. Deitou-se.

Por mais que lutasse, seus olhos insistiam em reparar no detalhes existentes. Existentes apenas naquela sua memória suja e falha. Tentava rever aqueles lugares. Lugares do coração. Lugares mortos. Mortos por sabe-se lá quem. Quis procurar o autor daquilo, para lhe dizer que não tinha o direito de acabar com as lembranças alheias daquele jeito. Levantou-se. Parou. Pensou. Desistiu. O que quer que fosse fazer com o sujeito, nada retomaria seu lugar.

Resolveu andar para reviver as tais coisas do coração, que a mente imperfeita esquecia. Andou. Andou mais. Parou. Olhou. Andou mais um pouco. Parou. Olhou pra trás. Foi invadido pelas sensações do passado. Emocionou-se. Estava sentido como se houvesse entrado numa máquina do tempo. Sorriu, pulou. Até conseguia ver a beleza perdida, estava tudo lá, de volta. Extasiado, recobra a consciência. Realizou a real condição. Sentou. Chorou. Chorou intensamente.

Não conseguia chorar mais. Lentamente, começa a levantar. Sabia que nunca mais poderia ser feliz. Não nesse mundo. Nesse mundo que ele ajudou a destruir. Com sua indiferença.