LIBERDADE...AINDA QUE NUNCA!

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ENSAIO:

Aliás, literal e literáriamente, tomo a liberdade de colocar e divulgar o link acima, endereço dum ensaio duma nossa recantista ELIANA DE FREITAS, porque foi nele que encontrei o laço ARTESANAL por ela confeccionado, para falar sobre o que sinto, socialmente.

O texto em epígrafe é muito bem escrito, um forte desabafo, e mexe com o âmago de quem sente, de quem discerne, de quem trabalha, enfim ,de quem enfrenta os dias e luta pela vida.

E de quem perdeu as "bandeiras".

Em dois mil e dois, participei dum concurso literário sobre o tema liberdade.

O tema poderia ser trabalhado em qualquer modadlidade artística: ESCULTURA PINTURA, TEXTO, MÚSICA...e eu óbviamente mandei um ensaio.Era o que eu sabia fazer.Ou ao menos achava que sabia.E o tema me encantou.

Mas, me deparei com uma grande dificuldade: É muito difícil conceituar liberdade.Daí, fiz um ensaio com o seguinte título "LIBERDADE, UMA ESCULTURA EM NOSSAS MÃOS".

Naquele momento, acreditei que passaria ao meu leitor, a mensagem de que a liberdade consistiria NUMA LENTE PRÓPRIA, num molde a nosso bel prazer, no qual deveríamos aos poucos, e conscientemente enxergar e nos libertar dos preconceitos e das precoces "cartilhas" sociais, posto que acreditava serem eles as nossas piores amarras, as invisíveis.

Hoje, passados seis anos, aprendi que LIBERDADE é apenas um vocábulo...bonito. É o antônimo de prisão. E prisões são do tamanho e da diversidade do mundo!

Jamais seremos livres, porque viver em sociedade demanda prisões.

Falo figurativamente, embora as prisões existam em todas as suas formas, desde as mais escancaradas até as mais ocultas, trabalhadas, forjadas,arquitetadas.

E não há nada pior do que se sentir refén sem poder gritar, porque estar preso apenas virtualmente e em minoria, enfraquece as forças das vozes, e é pior do que carregar algemas nos punhos.

É como sentir-se num labirinto, sabendo-se incapaz de encontrar a saída.

O ensaio do link acima fala em se sentir refén do poder.

Hoje também me sinto refén de mim mesma, do meu entendimento, do meu anseio, da minha perplexidade, da minha desesperança enquanto cidadão de coração "manso".

Somos prisioneiros até da própria consciência, vejam que interessante.

Perceber que o barco ruma num mar de de incentivo ao sectarismo social, faz com que às vezes eu tenha necessidade de pedir desculpas a mim mesma ...por fazer parte daqueles que foram à luta, que têm nome e sobrenome (como outro dia ouvi perplexamente num discurso televisivo da liderança), por ser da "elite social" que se alimenta três vezes por dia.

Segundo alguns, percebo que constituo um elite privilegiadíssima, (e é preciso se pagar por isso!) mesmo trabalhando todos os dias da semana, e acordando às cico da matina. Afinal alguém tem que trabalhar para arrecadar impostos, financiar populismos e alimentar o ócio.

Portanto aqui ficam as minhas sinceras desculpas, de coração.

Nunca foi minha intenção isultar alguém por agir decentemente ou me sentir assim...refen de mim mesma!

A situação, na verdade, é pior do que eu diagnosticava.

Quando pequena, acho que já falei por aqui, meu pai, um homem simples porém de garra e vontade, sempre me dizia:"filha estudar é o único caminho".

E naquela época ele estava certo, e eu realmente não posso reclamar do destino. O estudo me deu, senão o "tudo" que ninguém precisa, o esencial. Olhos. Embora pague caro pelas lentes.

Mas nunca deixei de buscar meus ideais. Nunca conheci outro caminho que não fosse o do próprio suor, o da força do trabalho. E isso por aqui é ser um "TOLO ÚTIL"

Sempre entendi os líderes como objetos de elo entre os liderados.

Sempre os respeitei, porque acredito que liderar também seja missão SUPERIOR.

E todos precisamos de liderança, ATÉ QUEM LIDERA , pois é da natureza do ser humano. Mas hoje reluto na idéia pois sei que não é bem assim.

Meu sentimento é utopia.É preciso saber fazer "política". É preciso saber colocar "uns muitos" a serviço de poucos.É preciso saber "dividir". É preciso quebrar o pensamento, desfazer as forças, amordaçar o grito. Em nome da democracia e em nome da liberdade.

O cenário é perfeito para se reinar.

Quando o olho com lentes macroscópicas, vejo que não teremos saídas. A miséria só aumentará, porque a pior delas é ignorar a força de manobra que a mantem.. E tentar melhorá-la politicamente seria colocar em risco a história dos proximos "poderes".

Nossa sociedade, o "peso que pesa", "o voto que conta" está há anos luz de distãncia para enxergar o seu próprio nariz. E pior, muito pior.

Gosta e quer ser subsidiada pela demagogia. É mais fácil.Menos trabalhoso, porque trabalhar...cansa muito!

Deitados em berço esplêndido, eternamente esperaremos por solucionar o que não tem solução.

Há um ditado que diz, que o pior castigo a alguém é colocá-lo para realizar algo para o qual não foi preparado.

Não é esse o nosso caso.

A nação perpetuará o poder àqueles que souberem preparar o terreno para manuseá-la ao seu contento.

E o fim de tudo isso, se um dia houver, a historia saberá nos contar, aos nossos remotíssimos descendentes.

Enquanto isso sigamos todos, encarceirados pelas algemas das transparêncais...

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Querida Eliana: Ontem mesmo dizia a uma grande amiga, que minha vida é cheia de "Exs".Na verdade...o tempo passa é tal fato é inevitável.Faz parte do crescimento...em tudo! Porém, quando a gente cresce, no sentido mais holístico desse vocabulo verbal, percebemos que não existe partidos ou bandeiras , sequer ideologia.O que existe somos nós, a nossa mnelhor procura,nossos propósitos e verdades. De resto, só nos cabem, bem dolorosamente... algumas decepções...

Enviado poe MAVI em 24/02/2008 05:42

para o texto: Brasil de antas e sem mira. (T871245) - Eliana de Freitas