Sabe-se lá...

Sabe-se lá

O que é sair de dentro

Sem nunca estar atento

Ao que passou, e ao que virá

Então é isso: foi-se como a noite

Breve e calma,

Silenciosa e triste

A noite do meu desencanto existe

Busquei teu calor e não achei

Perdi tua mão quando a toquei

Me diluí nos teus olhos, sem querer

Fui além do que devia

Me esvaí

Sabe-se lá o que é partir

E querer ficar,

O silêncio mudo do teu olhar

Me fitando sem parar

E eu procurando respostas

Onde foi que tudo isso começou?

Cadê aquele tempo em que éramos um

Não sei, ninguém sabe, foi um vento que passou

E me levou como uma nuvem

Sem cor, sem risos, sem amor

Me deixei levar pela incerteza e pelo frio

Que partiu dos teus olhos, sem cor

Não sei prá onde vou

Nem que gosto tem a chuva fria

Que cai dos meus olhos agora

E talvez continue a cair por mais um dia

A dor da tua ausência me cala

Com tantas palavras, não há nada mais a dizer

Para expressar a dor que sinto agora

Dor de mim, de nós, do que podíamos ser

Então é isso: de tudo o que passou

Ficamos nós, a sós, e mais nada

Daquele amor, em flor, em risos,

Foi-se tudo. Assim. Sabe-se lá.

cibele aguiar
Enviado por cibele aguiar em 24/02/2008
Código do texto: T874216