Sabe-se lá...
Sabe-se lá
O que é sair de dentro
Sem nunca estar atento
Ao que passou, e ao que virá
Então é isso: foi-se como a noite
Breve e calma,
Silenciosa e triste
A noite do meu desencanto existe
Busquei teu calor e não achei
Perdi tua mão quando a toquei
Me diluí nos teus olhos, sem querer
Fui além do que devia
Me esvaí
Sabe-se lá o que é partir
E querer ficar,
O silêncio mudo do teu olhar
Me fitando sem parar
E eu procurando respostas
Onde foi que tudo isso começou?
Cadê aquele tempo em que éramos um
Não sei, ninguém sabe, foi um vento que passou
E me levou como uma nuvem
Sem cor, sem risos, sem amor
Me deixei levar pela incerteza e pelo frio
Que partiu dos teus olhos, sem cor
Não sei prá onde vou
Nem que gosto tem a chuva fria
Que cai dos meus olhos agora
E talvez continue a cair por mais um dia
A dor da tua ausência me cala
Com tantas palavras, não há nada mais a dizer
Para expressar a dor que sinto agora
Dor de mim, de nós, do que podíamos ser
Então é isso: de tudo o que passou
Ficamos nós, a sós, e mais nada
Daquele amor, em flor, em risos,
Foi-se tudo. Assim. Sabe-se lá.