A PROCURA DO AMOR

Vixe, agora azedou... Você me forçou a fazer uma pergunta investigativa: segundo os anais da história, quem inventou o amor foram os humanos e só eles usam, e ainda segundo os anais da história, amar é um sentimento coletivo. Quem ama, ama alguma coisa, logo... A pergunta (óbvio que eu entupi você de curiosidade pra saber qual era a pergunta que eu ia fazer e aí nós já pemsamos coletivamente, você procurando advinhar a pergunta e eu matutando qual vai ser a sua resposta, me diga, não é um barato, essa coisa de coletivo, claro tirando ònibus, que é uma zorra): você nunca amou, e se amou foi correspondida? Se foi, coletivizou e se coletivizou, pensou muitas coisas coletivamente...

Enviado por José Augusto de Oliveira em 05/03/2008 10:17

para o texto: DAS CONSCIÊNCIAS... (T887894)

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ENSAIO- RESPOSTA

No presente texto, tentarei fazer algumas colocações sobre o interessante comentário acima,que recebi no pensamento do meu texto anterior, sobre as consciências.

É esse feed back que me encanta no recanto: escrever, interagir, pensar, concluir e trocar com os leitores e autores.

Confesso que não conhecia esse aspecto filosófico de “amor”, como algo construído pelo Homem, concebido como“inventado” e portanto “ aprendido socialmente através dos tempos” sob o ponto de vista do “coletivo”.

Não sei se entendi a colocação, mas é fato que parei para analisá-la.

No meu pensamento sobre as consciências, há algumas palavras chaves:

“Render, pensamento, coletivo, identidade, genuína”

Reporto-me agora ao amor.

Tenho um ensaio “Sobre o ãmago do amor”, que talvez já fale por mim.

Mas acho que vou acrescentar algumas observações mais recentes, para responder ao colega.

Para tal, peço licença para discordar da conceituação de amor que foi colocada. Vejo e sinto um pouco diferente.

Amor não é sentimento" inventado".É intrínseco à natureza do Homem, uma questão de existência, quiçá de manutenção emocional.

Por outro lado, pode e deve ser "construído".

Amor não é pensamento coletivo, talvez o seja “sentimento” coletivo.

Mesmo assim, agora já na maturidade, percebo que amor, é antes de mais nada um ato de egoísmo bom, pois embora possa e deva ser coletivo, faz com que nos voltemos a nós, sendo primeiramente um encontro de “individualidades”, ou melhor de “identidades”, porque para se viver o amor coletivo, por exemplo, o entre duas pessoas, embora também o julgue "singular", primeiramente é necessário que nos encontremos conosco, que nos conheçamos, para que a relação de amor possa ser a coletividade de dois indivíduos bem caracterizados. Só assim haverá troca e prazer no ato de amar.

Aqui falo do amor, não das paixões.

A paixão é um momento de cegueira emocional, que busca pelo que ainda desconhece, mas momentaneamente encontra e se contenta com o que necessita.

Enganam-se a meu ver, aqueles que amam a si no outro porque na verdade se desconhecem, e é impossível amar sem explorar o auto conhecimento.

Nesse engano do andar para trás, aí sim ,existe o egoísmo ruim, porque pode haver um coletivo simbiótico, mas parasita.

Por outro lado, meu pensamento fala em “rendição”.

Muito bem.Amor jamais será rendição, amor é um ato de entrega.São dois verbos bem distintos, que nos levam por destinos bem diferentes.

Na rendição somos prisioneiros, na entrega somos a mais plena liberdade. A liberdade do desejo.

E finalmente falo na identidade “genuína”, pura, sem contaminação do coletivo, da identidade única como o é o próprio DNA das células.

É nisso que acredito, no discernimento que brota da consciência de cada um para a criação dum coletivo melhor.

A consciência sobrevive sem o pensamento.O contrário não nos é possível.

O pensamento é mutável, a consciência nem sempre.

Talvez seja essa a maior mensagem do meu pensamento.

Por fim, farei a mesma pergunta a mim mesma, respondendo à sua:

-Se eu amei? Sim eu amei muito, sei que sim, porque cresci no sentimento a medida que ele próprio me fez conhecer-me e aceitar-me melhor. O amor opera milagres...Se amou e não agregou crescimento...então não amou!

Se fui correspondida?

Bem, existe respostas que não nos pertencem na íntegra.

Porém, podemos visualizá-las quando sentimos e enxergamos o efeito de nós...no outro.

E tal fato, acredite,também necessita de consciência plena.

Espero ter entendido e respondido a contento.