FELICIDADE...UM MOVIMENTO DE RETORNO?

Dois textos me inspiraram esse meu ensaio.

O de um colega de recanto (Roberto Kamaura) que fala de suas lembranças de infância e do quanto era feliz e pouco sabia; e um belo artigo que li num jornal no último domingo, sinceramente não lembro qual, porém escrito por parte de quem entende de filosofia.

Nesse último, o escritor falava do quanto nossas vidas viraram um "grande negócio".

E me espantei como o artigo batia no que sinto!

Portanto não o estou plagiando, apenas falo também dos meus sentimentos.

Tudo que fazemos gira em torno da expectativas dos "negócios".

Na verdade, dizia lá, somos pouco do quê queremos mas muito mais o que querem que sejamos. Concordo plenamente!

DAquilo que a vida capitalista exige de nós!

Realmente tenho parado demais para pensar nisso tudo!

Nesse tudo que gira em torno do financeiro.

Aonde queremos chegar, afinal?

Parecemos máquinas tresloucadas em busca de conhecimento, títulos, empregos, a melhor chance, a melhor oportunidade, o melhor negócio, o impecável custo benefício da vida e ATÉ DAS PERDAS da vida.

A propria amizade e o tão procurado "amor" me parece que também viraram...questão de negócio. Que triste! E não é de hpoje não!

Faz tempo...

A infinita procura pela inserção e manutenção do nosso status social, que alguém traçou como melhor, mas que não nos contou o custo do " se chegar lá'.

A vida moderna é catracalizada e cansativa, duma logística psicótica!

Já falei muito disso por aqui, mas é sempre bom lembrar.

Perdemos o nosso tempo para resolver os problemas dos negócios, nos distanciamos da nossa essência de seres, para a paradoxal loucura do precisar "ser". De maneira formatada e desumana.

E é aí que quero chegar.

Também tenho percebido um descontentamento incrível nas pessoas e um movimento de volta às origens...e ao natural.

Percebo que com o passar do tempo, além de fragmentarmos o ego, o que nos permite visualizar e criticar melhor o entorno, passamos a enxergar e necessitar da beleza do simples, e a buscar o que realmente nos dá mais prazer: A interação com o todo mais holístico.

Não sei se é movimento universal, mas eu passo por esse movimento e o percebo em muitos!

As pessoas focam os objetivos de maneira mais clara, e tendem a enxugar as necessidades.

Recentemente conheci uma senhora da terceira idade, que após muito conversarmos me disse que estava se desfazendo dos acessórios materiais.Chegou à sábia conclusão que precisa de bem menos do que tem.

E eu me pergunto: Já imaginaram o que perdemos na vida para focar e alcançar as falsas necessidades? E o que deixamos de angariar?

Não sei.Deve ser a própria vida que nos ensina que o movimento será mais cedo ou mais tarde de provável retorno.

É como se pulássemos do andar mais alto dum trampolim, afundássemos para dentro de nós e depois emergíssemos para resfolegar a vida.

E não estou falando de se morrer afogado na praia. Longe disso!

Pelo contrário.

Estou falando de sentar na areia, e observar o nascer e por do sol, sem perder o foco do horizonte...

Estou falando de se ser feliz.