A AQUARELA DA DIGNIDADE

O assunto de hoje é polêmico e delicado, porém tão amplamente discutido pela sociedade, que ultimamente movimenta todas as opiniões.

Não é novidade que, embora socialmente lutemos pela igualdade racial entre os povos, uma luta ampla, forte e justamente embasada nos ideais humanitários, ainda estamos muito aquém da tão idealizada realidade.

Mas ultimamente, com a concessão das "cotas" universitárias para os afro descendentes, a questão veio mais a tona, dividindo as opiniões.

E claro, a mídia noticia, e as correntes se manifestam contra ou a favor.

Acho salutar que as questões venham à discussão, porque como cidadãos que somos, todos queremos uma sociedade justa e igualitária, que cresça em uníssono, que comtemple a todos sem distinção.

Confesso que várias foram as vezes em que pensei no assunto, porém ontem, ao ouvir a noticia de que há um segmento representativo das questões "afros" que se colocou contra as cotas, ou ao menos questiona a proposição delas,resolvi parar para ensaiar o assunto.

Sempre parti do princípio de que pessoas são pessoas.

Vivemos num terreno democratico, e a nossa "CARTA MAGNA" diz lá , em primeira instância que todos, independente de qualquer condição, somos iguais perantes as "leis".

Não há como igualar a IGUALDADE.A constituição é clara!

Sempre achei que quando se faz um estatuto "especial" para determinado segmento social, já estamos atestando que algum problema existe.

Eu exemplifico: Atualmente temos dois estatuos, o ECA E O DO IDOSO que defendem e imperam em resumo, que as crianças e os idosos devam ser "respeitados" e protegidos.

Muito bem...mas não é o óbvio?

Claro que têm que ser respeitados!

Como todos o devem ser!

Agora, se uma sociedade tem que escrever o óbvio para garantir o que o próprio direito Natural já garante, é porque algo vai muito mal.

Extensivo este meu raciocínio às tais cotas sociais, sejam para as raças, ou para outros segmentos tidos como fragilizados, e esta mesma sociedade que pensa acolher e proteger, nada mais faz do que atestar de alguma forma, que em determinado ponto do caminho...segregou, e que não teve capacidade de promover a justiça social da qual tanto se canta...

E isto não é trabalhar contra o preconceito, seja ele qual for.

É apenas tentar tampar o sol com a peneira!

É desvestir um santo para vestir outros...

É perpetuar a condição de fragilidade.

É falsear a oportunidade igual que uma democracia deveria dar a todos!

Usa-se àqueles que se carimba como frágeis, para se alisar interesses...nem sempre munidos das melhores intenções...para exercer outras forças sociais...e políticas.

Inteligência ,capacidade e dignidade, não têm cor e tampouco escala social!

Que bom que já está se enxergando a problemática...

Quando me inflamo no tema que defendo sempre cito nosso ilustre MACHADO DE ASSIS, um show literário que enobrece nossas Letras, e que enfrentou todas as adversidades, quando a vida nunca lhe forneceu cota alguma.

Porque nossas cotas sempre deveriam ser frutos da nossa luta pessoal!

da chance plenamente igualitária e garantida de nos desenvolver para sabermos até onde poderemos chegar...sem certas facilidades que mais humilham do que "premiam"!

Possíveis diferenças que pontuam a esseñcia Humana, é que dão a beleza às nuanças da nossa existência.

O mundo seria monótono demais, não fossem as diversidades...

É o cenário, o nosso mundo é que deveria ser aquarelado pelas mãos

que propiciam oportunidades igualitárias , premiando com dignidade àqueles que buscam pelos caminhos das realizações plenas...