Questionário Proust

À leitura dos poetas do Recanto tenho dedicado um bom tempo nos últimos meses e venho encontrando tantos textos bem escritos que há algumas pessoas, cujas páginas visito sempre.

Semana passada li a crônica “Questionário Proust da Merô” da Vany Grizante e, mais uma vez, adorei o seu estilo e as respostas me fizeram saber um pouco mais dessa pessoa, que só conheço pelos textos.

Fui então à origem, que é o texto “Confissões” da Maria Olímpia, em que além de revelar dados interessantes sobre si, nos faz um convite para que sigamos seu exemplo. Vários escritores acataram a sugestão da poeta. Eu, então, fiquei tentada a fazer o mesmo, sem pretensões literárias, porém como uma forma de me apresentar aos leitores que se aventurarem por aqui.

1- Qual sua idéia de felicidade completa?

Felicidade é ter o coração cheio de vida e de planos. O movimento e a ação para sua realização me fazem sentir feliz. Porém, "completa" é um adjetivo amplo demais. E como os planos e ações não findam, digo que a felicidade completa é a própria busca.

2- Qual a pessoa que mais admira?

Dona Olga, minha mãe. Chegando aos oitenta anos é uma mulher dinâmica intelectualmente, cuida muito bem da sua vida financeira e consegue se organizar de modo a dar atenção a todos os filhos e netos. Lúcida e sensível, lê, se atualiza e mantém suas amizades. Um exemplo para mim, é essa mulher.

3- Quais suas características mais marcantes?

Sincera e espontânea. Falante. Inquieta. Inconformada.

4- Qual sua característica mais deplorável?

Ansiosa. E impulsiva. Já me causaram dissabores. A terapia ainda não resolveu.

5- Qual a característica que mais deplora nos outros?

Pessoas preconceituosas.

6- Qual sua maior extravagância?

Sem poder para tal, ser consumista, mas procuro o auto-controle. O item mais cobiçado são os sapatos. Perdi a conta dos modelos e quantidade. São botas, sandálias, scarpins, rasteirinhas, tamancos... são pretos, brancos, beige, amarelos, vermelhos, marrons, prata, dourados ...rs

7- O que lamenta não ter feito?

Lamento ter tido apenas dois filhos. Hoje penso que três é o número ideal para mim. Tarde demais.

8- Qual o maior amor de sua vida?

Com demonstrações às vezes diferentes para um e para o outro, com tempo de dedicação também bastante diverso, mas, sem dúvida, meus filhos. São minha alegria, minha preocupação. Sinto suas conquistas, a cada dia, como minhas e, claro, seus momentos de frustração também compartilhados. É muito forte e difícil de se explicar.

9- Onde e quando foi mais feliz?

Ainda vou ser.

10- Qual sua maior realização?

Publicar em edição única o livro da vida de minha mãe: "Olga, sua vida e seus amores", com texto dela, sob minha revisão e orientação para encadernação. Ficou muito bonito e foi o presente que lhe dei em maio de 2007.

11- Se pudesse voltar à vida, como outra pessoa, quem seria?

Eu viria como eu mesma, apenas pediria a Deus que me permitisse ser menos ciumenta.

12- Qual sua ocupação preferida?

Venho correndo para casa, após o trabalho, após qualquer balada, após tudo, para ler poemas e me motivar a escrever. A busca de motes e temas é o que mais me agrada, assim como brincar com as palavras.

13- Qual a qualidade que mais admira em um homem? E em uma mulher?

Em ambos, a dignidade.

14- O que mais valoriza nos amigos?

Sua incansável capacidade de me ouvir.

15- Quais são seus escritores favoritos?

Fernando Pessoa e Carlos Drummond de Andrade. Seus livros me acompanham onde eu for e há anos. Neles busco respostas, mas cada vez mais, me inquietam.

16- Qual seu maior herói na vida real?

São anônimos. Pessoas que se dedicam a causas sociais.

17- Como gostaria de morrer?

Olhando, prazerosamente, para o mar. E também gostaria de ser cremada e que minhas cinzas fossem jogadas ao mar aberto, rs

18- Qual seu lema?

Não entregar os pontos, jamais.

Sônia Casalotti
Enviado por Sônia Casalotti em 16/11/2008
Reeditado em 17/11/2008
Código do texto: T1286388