Rodovia e imprudência - Morte previsível!

- Explique como ocorreu o acidente com seu irmão. Dê o maior número possível de detalhes [quando ocorreu, em que estrada, se foi no período de Natal/Ano Novo, tipo de carro, se o outro envolvido morreu também, etc...]

Um caminhoneiro, de forma totalmente imprudente, na BR 153, pelas 0H, do dia 12/04/2008, em altíssima velocidade, ao tentar ultrapassar outro caminhão numa faixa dupla e sem ter visibilidade nenhuma (era uma subida) acabou por tirar a vida do meu irmão aos 21 anos, que estava num Fox, de forma inaceitável. O caminhoneiro nada sofreu. Ele havia tomado "rebit", estava com os olhos vermelhos e negou o crime de forma descarada, o delito foi confirmado pela perícia e por testemunhas, exatamente como acabei de informar. Porém, a meu ver, não foi caso de imprudência e sim de dolo eventual, pois o caminhoneiro pensou: vou arriscar para chegar mais cedo, não estou nem aí se vier carro (se matar, matei), e obviamente que a chance de dar de frente com um carro era grande, muito grande. É triste constatar que a pena para isso é quase nula, ele negou tudo, fez como se tivesse matado uma mosca e foi condenado a somente perder a carteira por 2 anos, sem um único dia de prisão. Ou seja, é um incentivo para que outros motoristas façam o que quiser na rodovia com a vida alheia.

No momento do "acidente" a Br estava até boa (apesar dos constantes buracos, é só chover que voltam todos), porém, sem visibilidade nenhuma em alguns trechos, sem fiscalização nenhuma. Atualmente a fiscalização é precária, principalmente depois das 22 h.

Agora, este ano, estão quase terminando um pedágio neste trecho, que infelizmente, a meu ver, é muito mais para tirar dinheiro do que para realmente resolver os problemas de fiscalização e falta de visibilidade da rodovia.

- Qual sua idade e profissão? 25, advogado.

- Você acha que as operações de fim de ano e feriados em geral montadas pela Polícia Rodoviária Federal são suficientes e eficientes?

Seria pior se elas inexistissem, porém ainda estão longe de terem total suficiência e eficiência. Muitos óbitos ocorrem neste período, há ainda escassez de policiamento, de fiscalização, principalmente em determinados horários. Muitas rodovias federais não ajudam, tamanho seu estado precário, onde a tendência é ceifar a vida alheia enquanto soluções eficazes não saem do papel. É triste constatar o grande aumento de vítimas neste período enquanto que medidas verdadeiramente eficazes e concretas, como o aumento de fiscalização, penalizações mais severas, melhoramento do estado das rodovias (eliminando buracos, criando mais pistas duplas) não saem da teoria.

- Qual sua opinião em relação à Lei Seca? Acredita que as novas regras vão ajudar a diminuir o número de mortes nas estradas neste fim de ano?

Favorável, com restrição. Acredito que o número de mortes será sim diminuído nas estradas neste final de ano.

Os números atuais falam mais do que qualquer coisa. Sem dúvida é uma medida autoritária, porém eficaz, muito eficaz. Muitos dos que estão reclamando de forma incessante já poderiam ter suas vidas ceifadas em virtude de bebidas alcoólicas, que sem dúvida são instrumentos de óbito quando combinadas com a direção.

Apenas sou favorável a um exame que constate que o motorista não perdeu "nada" (o estado posterior seria o mesmo com ou sem a bebida) em virtude de ter ingerido pequenas quantidades de álcool, isso varia de indivíduo para indivíduo, alguns com uma simples xícara já encontram-se alterados, outros necessitam de bem mais, como é um exame muito subjetivo, que varia de indivíduo para indivíduo, acredito ser difícil sua realização futuramente.

Entrevistado por Silvio Luz (repórter) - novembro de 2008 ;)

Apenas fiquei chateado ao saber que infelizmente nem com a Lei Seca diminuíram as mortes no final de 2008. A triste imprudência parece não ter fim!

Rodrigo Murad Vitoriano
Enviado por Rodrigo Murad Vitoriano em 10/01/2009
Reeditado em 16/05/2009
Código do texto: T1377954
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