Entrevista concedida a Archidy Picado Filho pelo artista paraibano multimídia Pedro Osmar, Parte 1

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(São Paulo, 19/05/2007)

PEDRO: FALE-ME UM POUCO SOBRE SUAS ORIGENS, SUA FAMÍLIA...

Meu pai chamava-se Osias Gomes Coutinho. Minha mãe era funcionária pública estadual, no mais baixo escalão do quadro funcional. Ainda está viva. É uma figura muito bonita, muito boa, e chama-se Maria Isabel do Nascimento.

A GENTE SE CONHECE HÁ ALGUMAS DÉCADAS. SEI QUE VOCÊ NASCEU EM JAGUARIBE, UM DOS BAIRROS MAIS ANTIGOS DE JOÃO PESSOA, E QUE MOROU MUITOS ANOS LÁ, PROVAVELMENTE DESDE A INFÂNCIA. COMO VOCÊ CHEGOU A CONHECER AS ARTES? QUAL A PRIMEIRA COISA QUE LHE MOTIVOU O INTERESSE PELA MÚSICA, PELA LITERATURA, PELAS ARTES PLÁSTICAS...?

Minha família. E quando digo “minha família” me refiro também àqueles que conviveram comigo na época, quando a área em que morávamos, em Jaguaribe, era quase uma favela; na “Rua da Paz”, hoje rua Prof. Renato Carneiro da Cunha. Na época, morávamos na casa de número 260, hoje uma área extremamente burguesa, com rua asfaltada etc. Mas na época, nos anos 1950 – porque nasci em 1954 – a área onde eu morava era quase uma favela; a rua não tinha calçamento, havia casas feitas com paredes de barro e cobertas com palhas de coqueiro. Foi numa casa assim que nasci numa condição de vida extremamente precária. Meu pai era um operário da construção civil; bebia muito, e essa história de ser um operário e beber muito ainda é uma realidade, desde aquela época. Praticamente todos os amigos dele eram operários e bebiam muito. Ou seja, causavam prejuízos a si mesmos e a família. Meu pai morreu muito cedo, em 1968, com 35 anos de idade, e nesse ambiente social existia uma solidariedade que hoje já não se encontra entre as pessoas. Foi transferida para o Estado, para as Prefeituras, para as igrejas... Mas essa solidariedade sempre teve haver com a Igreja, que estimula ações de solidariedade entre as pessoas. A Rua da Paz era passagem pras pessoas que moravam na Rua Senhor dos Passos, na Rua Alberto de Brito, e havia muitos relacionamentos entre as pessoas que moravam nessas ruas, próximas da Praça Onze, onde desembocavam essas ruas. Havia a USM, União dos Servidores Municipais, que existe até hoje, organizada por Antonio Leite, um cara que era muito importante para a cultura do bairro, a quem chamavam de “Cachimbo Eterno”. Era ele quem organizava o Carnaval no bairro. Estou traçando um panorama mais ou menos próximo do que era a realidade social e cultural do bairro de Jaguaribe na minha infância, nos anos 1950. Em frente a nossa casa morava minha tia Iraci, irmã de meu pai, casada com um senhor chamado Oscar, que era um soldado da Polícia Militar; um cara imenso, gordão, e ela era uma mulher baixinha e magra. E todo mundo bebia por lá! Beber era uma coisa natural. Eu talvez tenha sido um dos poucos que não conseguiu entrar nessa. Mas beber era um componente importante entre eles; porque, a exemplo de hoje, a bebida, as drogas em geral, são feitas para estimular a gente. Quem bebe, bebe porque precisa “estar mais alegre” para fazer certas coisas etc.

E TAMBÉM HÁ AQUELA HISTÓRIA DE VOCÊ SE SENTIR PARTE DE UM GRUPO.

Mas por que eu não me interessava em participar desse tipo de grupo? Exclui-me dele, e de todos os grupos que usavam a bebida e outras drogas. Meu interesse pela Cultura vem daí. O Carnaval talvez tenha sido o responsável por meu primeiro momento de conhecimento das manifestações culturais, uma festa de rua, com suas escolas de samba, os “Piratas de Jaguaribe”, as tribos indígenas...

MAS, FORA ESSA PARTE MAIS POPULAR, QUE DE RESTO INFLUENCIOU TODOS NÓS, QUEM FOI A PESSOA QUE LHE INICIOU EM OUTROS NÍVEIS DO CONHECIMENTO SOBRE AS MANIFESTAÇÕES CULTURAIS? QUAIS AS CIRCUNSTÂNCIAS QUE LHE LEVARAM A ESSA PESSOA?

Nós éramos seis irmãos, e meu irmão mais velho, que morreu recentemente, Osias Gomes Coutinho, sempre foi um cara muito inteligente e estudioso. Estudava no CEFET, na época chamada de “Escola Técnica”, terminando edificações. Ele foi nossa ponte entre a modernidade do estudo, do conhecimento, e a favela, que era nosso ambiente, nossa vida ainda em estado vegetativo. Assim, ele tinha muitos contatos e amigos e os levava a nossa casa. Mas tinha vergonha de levar as pessoas a nossa casa, uma casa de palha. Entre os amigos dele, todos tinham casas bonitas, moravam na parte alta do bairro e todos queriam conhecer a casa dele. Entre eles, havia Hermano Cananéia, que também morreu cedo, mas que era filho do desembargador Simeão Cananéia. E ele me viu desenhando, me viu escrevendo, me viu tocando. É claro que nos anos de 1960 e 70 eu manifestava as expressões iniciais de minhas artes. Mas ele ficou interessado em meus talentos, me provocando a fazer mais coisas. Foi ele quem me emprestou um livro de Aldous Huxley, “O macaco e a essência”. Folheei o livro, vi alguma coisa dele, mas na época ele era um livro muito difícil pra mim. Mas, é com Hermano que se inicia meu processo de conhecimento sobre as artes, não só teórico, mas também prático. Ele me dava materiais de pintura, me incentivava a ir mais longe. Porque eu usava caneta esferográfica e desenhava em papel de enrolar pães. E então passei a freqüentar a casa dele, que era outro ambiente, onde conheci Bethoven, que era alguém que curtia outras músicas, de outras linhas... Enfim, isso foi se ampliando na minha vida, na minha cabeça. Só que, voltando a Osias, meu irmão conhecia professores que gostavam de música erudita, de óperas etc. Ele comprou uma daquelas radiolas pequeninihas e começou a trazer para casa discos da coleção Grande Compositores da Música Universal em publicações da Abril Cultural. Depois, ele trouxe uma coleção de óperas, que saiu logo depois; óperas de Verdi e Wagner, coisas que eu achava muito esquisito e ainda acho até hoje. Gosto de escutar algumas, mas acho feio vê-las encenadas. E então esse meu universo de interesse e atividades artísticas, até então particular, pessoal, começou a ser provocado e conhecido pelas pessoas que freqüentavam minha casa. Meu irmão entrou num coral da escola, começou a cantar, e ficou sendo o cara que levava a vida na base da Cultura; ele lia muito, terminou Direito, Letras, ia fazer Matemática... Ele tinha uma base muito boa.

MAS INFELIZMENTE, AO CONTRÁRIO DE VOCÊ, ELE TAMBÉM GOSTAVA DE TOMAR UMAS. COMO TAMBÉM O MEU PAI, QUE MORREU CEDO, AOS 46 ANOS, IDADE QUE TENHO HOJE.

Meu irmão foi um dos que se juntou com a turma da cachaça, mesmo porque essa galera de escola gosta muito de tomar umas. No enterro dele estava lá grande parte desse pessoal.

MAS, NÓS SABEMOS QUE VOCÊ SE RELACIONOU, A PARTIR DE UM PERÍODO NESSA TRAJETÓRIA DE SUA FORMAÇÃO INTELECTUAL, COM PESSOAS COMO ELBA RAMALHO, COMO ZÉ RAMALHO, COM QUEM VOCÊ TRABALHOU, CONVIVEU... COMO COMEÇOU ESSES RELACIONAMENTOS? QUAL A PRIMEIRA DESSAS PESSOAS, QUE HOJE ESTÃO AÍ FAZENDO SUCESSO NACIONAL E ATÉ INTERNACIONAL, COM QUEM VOCÊ SE RELACIONOU, TRABALHOU, TOCOU?

Fui estudar. Senti necessidade de estudar, ampliar um pouco esses conhecimentos básicos. Sempre fui autodidata, sempre gostei muito de aprender coisas sozinho...

VOCÊ FREQÜENTOU A ESCOLA ATÉ QUE SÉRIE?

Fui para o Colégio Estadual de Jaguaribe, onde conheci os hoje jornalistas Silvio Osias e Walter Galvão, mas a escola não me motivou. Passei no exame de admissão, que existia naquela época para aqueles que queriam passar da quarta série para o primeiro ano ginasial, ou primeiro ano do primeiro grau (hoje Fundamental I). O poeta Águia Mendes não passou! Ele foi estudar numa escola particular, no Afonso Pereira, e eu fiquei no Estadual de Jaguaribe. Mas não me interessei pela escola formal. Voltaria a ela quatro anos depois, fazendo o Supletivo do primeiro grau, passando em todas as provas, menos na prova de Matemática. E fiz supletivo do segundo grau; passei em todas as provas, menos na prova de Matemática. Aí, desisti. Fui estudar Música, que é Matemática pura, na Escola de Música Antenor Navarro. Mas antes fui estudar na COEX, Coordenadoria de Extensão Artística da UFPB. Foi Hermano Cananéia que me levou a estudar lá. Ele estudava artes plásticas lá e eu fui estudar Música. Mas não gostei da professora.

APESAR DE VOCÊ TER DITO NO INÍCIO QUE DESENHAVA, TOCAVA E ESCREVIA, VOCÊ INICIALMENTE ENVEREDOU MAIS PELOS CAMINHOS DA MÚSICA.

Naquela época não havia cursos de Informática, mas havia Datilografia. Tínhamos que ter um curso de Datilografia para poder arranjar um emprego melhor. Então fui estudar Datilografia, motivado por minha mãe, que queria que eu fizesse como meu irmão Osias, que passava em qualquer concurso. Mas não tinha jeito. Quem não é do ramo não se estabelece. Fui por outro caminho: fui estudar Música com a professora Rosinete Ferrer. Mas ela era muito burguesa, com o nariz empinado demais... Não gosto de pessoas assim e não sou aquele tipo que gosta de bate-boca. Nunca faço isso. Quando noto que não pode haver diálogo com alguém, prefiro cair fora. Então fui para a Escola de Música Antenor Navarro, ali na Avenida Duque de Caxias, e foi lá que eu me conheci, me encontrei, encontrei os afins, os parceiros, as parceiras... Porque a Antenor Navarro era uma escola que tinha professores como o maestro Pedro Santos, conhecido como o cara que colaborou com o desenvolvimento cultural na cidade de João Pessoa, e não apenas na área de Música. Ele era um paraense, que tinha vindo de uma escola de música no Ceará, convidado pelo professor Gerardo Parente para trabalhar em João Pessoa. Porque ele mexia com Teatro, com Cinema, regia corais, dirigiu a Orquestra Sinfônica numa certa época e trabalhava como professor na Antenor Navarro. Junto com ele havia uma professora chamada Maria Alix, justamente quem me deu a régua e o compasso, como disse Gilberto Gil. Porque os professores chegam à sala de aula e dizem que há a música erudita, há a música clássica de Mozart, Bethoven e existem outras músicas como a música erudita experimental, a música contemporânea, representadas por nomes como Stravinsky, Debussi, Veber etc., nomes que a professora dizia tão estranhos quanto outros; todos estrangeiros, basicamente europeus. E então a professora Maria Alix me passou informações sobre a evolução da Música, o que para mim foi fantástico! Nunca nenhum de meus professores havia feito isso, mas ela fez, e eu adorei a primeira aula dela. A primeira impressão foi a que ficou. Ela me pegou de surpresa, e então fui aluno dela até ter que sair da escola para atender a um convite para ir ao Rio de Janeiro. Eu estudava Teoria e Solfejo com ela e estudava violão com Vital Farias. Mas eu não gostava das aulas de Vital porque ele conversava muito. Mas depois eu entendi que ele era na verdade um grande conversador, e então fui ser violeiro dele em alguns shows que ele apresentou a partir dali. Isso no final de 1973. Como aluno de Vital, de Maria Alix, fui me carregando de conhecimentos fundamentais a criação do grupo Jaguaribe Carne, em 1974. O grupo teve sua primeira atuação num festival no mesmo ano, promovido pelo grêmio do Liceu Paraibano.

FOI AÍ ENTÃO QUE VOCÊ CONHECEU OUTRAS PESSOAS LIGADA A MÚSICA.

Exatamente. Em 1970 participei de meu primeiro festival de música, uma participação decisiva. Minhas aulas de Datilografia foi que me levaram ao festival. Lá havia outro aluno, um cara já mais velho, ligado a Imprensa na cidade de João Pessoa, que gostava também de escrever e desenhar, de fazer logotipos... Ele sempre participava de concursos de logotipos. Nunca ganhou nenhum, mas sempre participava. E ele era meu colega nas aulas de Datilografia da professora Tecla Maria de Santana, que também escrevia. E foi esse meu colega que me disse que iria haver um festival de Música, me convidando para fazer uma música junto com ele. Porque ele também tocava, e a professora Tecla também entrou nessa história. Então, peguei uma letra que ela escreveu, outra dele e musiquei. Fiz dois sambas! Imagine: eu fazendo sambas!

(Risos)

“Alô, alô juventude”, da professora Tecla Maria de Santana, e “Brasil, conte comigo”, de Zé Carlos de Sousa. Inscrevemos as músicas, fomos selecionados e na primeira eliminatória fomos para a final. Só que em 1974 vivíamos a ditadura militar no Brasil, com o general Garrastazu Médici como nosso presidente, e nós chegamos com essa proposta de conclamar a juventude revolucionária para abraçar o Brasil, que era um slogan da ditadura militar. E aquilo foi uma provocação, no mal sentido, porque paralelo a isso havia os grandes festivas acontecendo no eixo Rio/São Paulo, que estavam explodindo com Geraldo Vandré, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé... Estávamos todos nos primeiros grandes momentos da música popular brasileira. E em João Pessoa existiam pessoas que reproduziam a estética do Tropicalismo e suas canções de protesto, músicas regionais etc., pessoas como o jornalista Carlos Aranha, Cleodato Porto, Cátia de França, Vital Farias, Luiz Ramalho etc., sendo eles os grande ganhadores de festivais. E aí chegam os coitados como a gente, que vão de alguma maneira trazer a mensagem do começo, de quem está chegando e que não estava entendendo bem o que era tudo aquilo, tudo muito importante pra gente que estava começando. Naquele momento compreendi que ali seria a minha grande escola sobre o que era a música popular brasileira, realmente o que é um festival, sua função e importância, que é exatamente o primeiro passo desse entendimento e de participações nos processos de profissionalização que começam nesses pequenos momentos, em contatos com as pessoas que já têm experiências de outros festivais, de outros carnavais. Naquele momento, Carlos Aranha foi o cara mais importante de todos; porque ele tinha aquela perspectiva tropicalista do trabalho com Música. Ele e o grupo dele conseguiram, naquele festival, fazer uma coisa que ninguém esperava. Porque não havia em festivais anteriores músicas como as que a gente levou, músicas essas que seriam classificadas e iriam para a final. E a música do grupo tropicalista foi desclassificada!

QUEM FAZIA PARTE DO GRUPO TROPICALISTA COM ARANHA?

Cleodato Porto, Roberto Soares, Sérgio Botelho, Washington Rocha, que eram pessoas do agito do movimento estudantil na época e faziam parte desse grupo que discutia a cultura da cidade, mas numa perspectiva mais de evolução. Vital Farias, que também participava dessa história de se envolver em festivais, um dia me chamou para acompanhá-lo ao Rio de Janeiro. Topei em ir com ele, desde que ele fosse conversar com minha mãe sobre o assunto. Minha mãe não entendeu direito essa história d’eu ir pro Rio de Janeiro. Ela já conhecia mais ou menos Vital Farias, porque de vez em quando ele ia lá em casa; e então fomos para o Rio em dezembro de 1974. Saímos de João Pessoa num ônibus da Itapemirim e fomos para o Rio, deixando para trás toda uma ebulição, toda efervescência daquela época, que obviamente não se encerrou naquela participação bombástica e intempestiva que Carlos Aranha promoveu dentro do festival, por conta da classificação de nossas músicas, politicamente comprometedoras. Porque naquela fase queríamos fazer músicas que discutissem as questões da liberdade contra a ditadura, que tivessem posicionamentos políticos definidos. E eu tinha 16 anos no meio disso tudo! Entre 1970 e 1974, que foi quando eu saí de João Pessoa com Vital Farias para ir ao Rio de Janeiro, ocorre minha maturação em quatro anos fundamentais para a minha existência profissional e, obviamente, para a minha decisão pessoal, onde até então sequer uma namorada eu tinha! Sempre fui meio por fora, meio arredio... Eu só lia e comia chocolate. E tomava guaraná Sanhauá, grande ícone, uma das grandes referências culturais do grupo Jaguaribe Carne. Então, de 70 à 74 aconteceram vários festivais, e eu dentro de todos eles. O festival que “criou” o Jaguaribe Carne foi o festival de 1974, promovido pelo grêmio do Liceu Paraibano. Até então eu participava dos festivais sozinho. Paulo Ró, meu irmão, ainda não tocava. Então me inscrevi no festival e minha música foi selecionada. Para tocá-la montei uma banda, formada por Paulo Batera (Bateria), Baby (contrabaixo), Fernando Pintassilgo (flauta), eu e Paulo Ró.

ENTÃO, QUANDO VOCÊ FOI PARA O RIO O JAGUARIBE CARNE JÁ TINHA SIDO FUNDADO.

Tínhamos lançado sua pedra fundamental, mas Paulo Ró não era o Jaguaribe Carne ainda. Ele era muito novo. Na época o Jaguaribe Carne tinha outro nome: “Tom de Feira”. Não sei exatamente porque botei esse nome, mas era esse. Chegando ao Rio de Janeiro procuramos Cátia de França. Ela morava lá e estava casada com uma amiga. Foi ela que nos deu a primeira guarida e nos apresentou ao produtor e diretor de uma peça que estava acontecendo num Teatro lá. O nome dela era Luiz Mendonça, um cara de Pernambuco, que tinha uma experiência muito grande na área de teatro popular, de cultura popular. Ele tinha feito parte daquele grupo que discutia os métodos de ensino-aprendizagem de Paulo Freire, junto com Jomar Muniz de Brito, Emílio Borba Filho, todo aquele pessoal das décadas de 1950 e 60, representantes da cultura pernambucana. E Luiz estava montando um repertório baseado no teatro nordestino. Ele passou a vida inteira montando peças como “Canção de fogo”, “Lampião no inferno”, “Viva o cordão encarnado”... Só trabalhava essa temática e então entramos nessa linha. Eu adorei ter feito esse trabalho. (CONTINUA)