O GATO DELINQUENTE

445 -Fale-me sobre os anos.

-Oh! anos que se passaram, e se tornaram ausentes!

Quantas saudades tenho, do gatinho delinqüente!

446 -E sobre esse tal gatinho?

-Era um gatinho lindo, traquinas que só se vendo;

fazia as brincadeiras, como se fosse entendendo!

447 -Gostas de gatos? Possuístes muitos?

-Da contagem não me lembro, mas muita tristeza encerra;

quantos foram envenenados, por gente de grande guerra!

448 -Sentimental que és, por certo muito sofrestes?

-O meu maior sentimento, era nada poder fazer,

ver o animal agonizante, demorando pra morrer!

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449 -Vamos falar de alegria, mestre.

-Ah! meu aluno, eu gostaria, de um homem alegre ser,

Mas até aqui a vida teve, só tristeza a me ofender!

450 -Esqueça as tristezas, vamos alegrar o leitor!

-Pois bem, partimos para esta então;

citarei até piadas, de humor na compreensão!

451 -Cite um versinho bem humorado.

-Das coisas que eu acho graça, quando não há confusão,

é ver alguém escorregar, num pedaço de sabão!

452 -Que confusão pode haver?

-Vindo alguém a cair, pode-se machucar,

do riso passo à tristeza, eu começo a chorar!

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453 -E coisas pitorescas?

-Quando um dia eu caminhava, numa estrada no sertão,

vi um sujeito agachado, numa certa obrigação!

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