Entrevistando um cidadão comum

Prólogo:

“Tiririca, o deputado federal mais votado do Brasil, está no meio de uma polêmica sobre sua escolaridade. O Ministério Público de São Paulo, estado que elegeu o artista com mais de 1,35 milhão de votos, acredita ter provas de que o artista seja analfabeto. Seu Francisco, uma espécie de padrinho de Tiririca em Itapipoca, cidade natal dele, no Ceará, diz que o artista sabe ler e escrever.” – (Fonte: http://g1.globo.com).

Neste texto o repórter Henrique faz uma entrevista com o lavrador Trajano (Trambirica) Fortunato da Silva que, igual ao seu primo Francisco Everardo Oliveira Silva passava o dia a cantarolar canções sem palavras, sempre improvisando, juntando palavras até formar uma música cantada ou qualquer trecho de canto.

Igual ao texto “Entrevista da esperança” – publicado no Recanto das Letras em 24/08/2010, esta peroração, também em forma de entrevista, é ficcional. Não há intenção deste autor em vilipendiar ou compungir quem quer que seja.

Visa este escrito, assim como tantos outros de minha autoria divertir, orientar, excitar e concitar o público leitor e eleitor à reflexão para as atitudes do futuro tendo como exemplo suas próprias ações nem sempre não positivamente pensadas.

O entrevistado Trajano (Trambirica) Fortunato da Silva é viúvo, agricultor, pai de cinco filhos, reside em Itapipoca-CE. Sobre a polêmica que envolve o deputado mais bem votado no Brasil, isto é, a alegação de que ele, seu primo, seja analfabeto, ele diz:

“Meu primo vivia de forma itinerante com a família entre os bairros Picos, Jenipapo e Olho D'Água, na periferia pobre da cidade. Certamente por não ter habitação fixa, viver se deslocando de um lugar para outro (nômade), o acusado de não ser alfabetizado não pôde frequentar uma escola, mas isso não significa que ele seja totalmente inculto.

Vale lembrar que o atual presidente de nossa sofrida República é um ex-torneiro mecânico semianalfabeto que só parou de se orgulhar de sua (dele) incúria, torpeza e rudeza após ouvir muitos conselhos de sua assessoria com vistas a minimizar seus destemperos e maus modos.

A própria atual candidata ao cargo de presidente do Brasil não consegue, em seus discursos, diferenciar as expressões "comprimentar" (forma errada de felicitar alguém - embora alguns dicionários já aceitam essa expressão como linguagem coloquial popular) de "cumprimentar" (forma correta de parabenizar alguém).

NOTA DESTE AUTOR

Tiririca aos 8 anos começou a trabalhar em circo na cidade natal, onde atuava como palhaço e a alcunha de Tiririca o acompanha desde a infância, devido à personalidade muito forte de que gozava. O apelido foi dado pela mãe, quando o filho era mal-humorado e zangado. Frase mais famosa: "Ora menino, só sendo mesmo menino, menino!".

Nessa época, as apresentações de Tiririca em barracas — espécies de pequenos circos, muito comuns no Nordeste — se tornaram cada vez mais constantes. Devido ao grande sucesso alcançado nesses espetáculos, os barraqueiros da região se cotizaram e pagaram as primeiras mil cópias do CD de estreia, que bateu índices recordes de vendagem - mais de 1,5 milhão de cópias, isso graças à exaustiva execução nas rádios da canção de estilo regional nordestino Florentina, no repertório deste.

Distribuída inicialmente pelas regiões de Juazeiro e Pernambuco, pouco tempo depois a música se tornou conhecida nacionalmente. A gravadora Sony Musica comprou o disco e o lançou nacionalmente.

INÍCIO DA ENTREVISTA COM O AGRICULTOR TRAMBIRICA FORTUNATO DA SILVA

– Qual é o seu nome verdadeiro?

– Trajano Fortunato da Silva. Não gosto do apelido “Trambirica” porque me associa com algumas travessuras que eu cometia na adolescência junto com outros amigos e o meu primo Tiririca.

– Travessuras? Como assim?

– Iguais as que fazem todos os moleques entre os doze e dezessete anos. Pular cercas para furtar goiabas, mangas, cajus e outras frutas. Trambique é algo desonesto ou fraudulento e eu não sou um golpista como o apelido sugere.

– Então senhor Trajano o que o achou da vitória de seu primo nessa eleição próxima passada?

– Ah! Sabe aquela música intitulada “Cansei de ser palhaço” cantada pelo sertanejo Eduardo Costa? Essa canção contém erros gramaticais terríveis, mas o povão gosta exatamente dela por essa enxurrada de lapsos crassos. Os erros mais gritantes são a mistura de pronomes pessoais. Ela diz mais ou menos assim:

“...Eu chorei, te busquei, te gritei fiquei desesperado.

E sem ter você do meu lado perdi a minha direção.

Sou a presa perseguindo o caçador e tentando te provar o meu amor

Vivi de ilusão. Passou, acabou, terminou.

Cansei de ser palhaço nossa história foi um mau pedaço

que eu não quero nunca mais pra mim. Eu cansei, implorei, te avisei

Cheguei no meu limite. Essa história linda não existe.

Eu agora vou cuidar de mim...”.

Claro que os problemas de ordem afetiva que meu primo enfrentou fizeram-no cansar de ser palhaço. Acho que ele se filiou a um partido exatamente para se cuidar. Por ter chegado ao seu (dele) limite de tolerância ele ficou muito alegre quando descobriu que no Brasil o correto é rir e fazer rir e não chorar e gritar tentando um amor impossível vivendo de ilusões.

– Essa sua resposta está ótima! O senhor é agricultor mesmo? Qual é o seu grau de instrução?

– Sim. Sou agricultor, mas não pego mais na enxada. Agora sou proprietário de terras e, apesar de ter pouco estudo, sou autodidata. Faço igual ao meu amigo advogado doutor Henrique. Muito do que sei devo ao meu estimado amigo. Ele também tem pouca instrução, mas sabe o suficiente para ensinar aos menos esclarecidos iguais a mim.

Ele me ensinou a comer pouco e dormir apenas o suficiente para repor as energias. Disse para eu fazer igual a ele, isto é, ler muito! Leio livros, revistas e escuto a “Voz do Brasil” todos os dias. Ouço outros noticiosos pelo rádio e televisão. Sou um homem bem informado e isso, diz o meu amigo Henrique, é o que falta à maioria dos brasileiros independente da formação cultural e financeira de cada um.

NOTA DESTE AUTOR

A Voz do Brasil é um noticiário radiofônico público, que vai ao ar diariamente em praticamente todas as emissoras de rádio aberto do Brasil, às 19h:00min, horário de Brasília. A Voz do Brasil faz parte da história de radiodifusão brasileira, além de ser o programa mais antigo do rádio.

O programa é de veiculação obrigatória em todas as rádios do país, por determinação do Código Brasileiro de Telecomunicações. Algumas rádios, todavia, aparadas por liminares, estão desobrigadas de sua transmissão.

É o caso da maioria das rádios da cidade de São Paulo e algumas rádios de Curitiba, em que sua transmissão ocorre às 23 horas ou outros horários. Todas as rádios do Rio Grande do Sul tinham liminar para colocarem a atração na hora que desejarem. Muitas preferiam das 04h00min até às 05h00min.

Essa liminar foi encerrada no dia 14 de maio, e agora é somente algumas emissoras de São Paulo mantém horários alternativos. Com isso, algumas emissoras gaúchas transmitem seus programas das 19 horas apenas pela internet, caso das emissoras do Grupo RBS e da Rádio Pop Rock. Por alguns dias, a Guaíba FM foi aparada por liminar separada para readequar a programação. No dia 2 de junho, a Voz do Brasil voltou às 19 horas também na Guaíba.

– Mas o senhor entendeu ser correta a decisão de seu primo entrar para a política?

– Claro que o meu entender não mudará em nada o fato. Ocorre que o “slogan” dele foi sincero e muito claro. Ele não enganou ninguém. Sem nada prometer, dizia: "O que faz um deputado federal? Na realidade eu não sei. Mas vote em mim que eu te conto". Às vezes Tiririca dizia sorridente: "Vote no Tiririca, pior do que está não fica". Ele é um palhaço! Isso é verdadeiro, mas é homem de bem.

Você acha que um palhaço a mais ou a menos fará alguma diferença entre tantos outros problemas políticos e sociais que têm a conivência e a benevolência da sociedade e das autoridades?

Isso é Brasil meu amigo. Acorde! Você acha que o Brasil pode ficar pior do que está no que diz respeito a corrupção e a violência? Não creio. Veja a ficha dos nossos representantes mais graúdos. Com esses exemplos absconsos os peixes miúdos têm como justificar suas atitudes e desvios de conduta.

Repito: pesquise, ouça, leia e veja os noticiosos; faça um exame criterioso das fichas dos nossos políticos. A máquina pública funciona na base do nepotismo e da corrupção banalizadas! Faça uma análise do cargo mais alto ao mais baixo e tire suas conclusões.

Ora, essa safadeza ostensiva dos políticos faz do Brasil um imenso prostíbulo onde há sempre uma vaga no Senado ou Câmara dos Deputados para qualquer despreparado ou mais um palhaço desprovido de amor-próprio, ilógico e sem compromisso com a lisura dos seus atos insanos.

Nós sabemos que o Presidente da Câmara dos Deputados é o segundo na linha de sucessão do presidente da República. Imagine se o Tiririca um dia for o Presidente da Câmara dos Deputados... Hehehehe... kkkkkkkkkkkkkkk... (rindo, gargalhando e cofiando o cavanhaque).

NOTA DESTE AUTOR

A Câmara dos Deputados do Brasil, assim como o Senado Federal, faz parte do Poder Legislativo da União. São 513 deputados, que através do voto proporcional, são eleitos e exercem seus cargos por quatro anos.

À Câmara dos Deputados compete privativamente: eleger os membros do Conselho da República e autorizar a abertura de processo contra o presidente da República e seus ministros. Juntamente com o Senado forma o Congresso Nacional, cabendo a esta instituição: a aprovação, alteração e revogação de Leis; autorização ao Presidente para a declaração de guerra; sustar atos do Poder Executivo; julgar as contas do Presidente da República; dentre outras funções, enumeradas no capítulo I, título IV, da Constituição Federal de 1988.

Segundo o artigo 80 da Constituição brasileira o presidente da Câmara dos Deputados é o segundo na linha de sucessão do presidente da República, logo após o vice-presidente, sendo chamado em caso de impedimento ou vacância de ambos os cargos.

Isso ocorre para dar a maior legitimidade possível a decisão, pois os deputados são considerados representantes do povo e os senadores representantes dos estados. Após esse assumem o presidente do Senado Federal e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF).

– O senhor votou no seu primo Tiririca? Se não quiser responder...

– Não. Não fiz isso porque acredito que o voto por protesto seja um erro inominável. Ademais, o meu voto seria uma contribuição com a sacanagem da qual foi e será vítima o primo que tantas risadas me faz dar com sua voz esganiçada e peruca ridícula.

Ele será alvo de riso não pelas piadas que contará no plenário, mas sim pelos erros de sua (dele) fala. Vocês da mídia e os demais colegas dele, humoristas, escreverão matérias de sobra esculachando-o impiedosamente.

Se ele for diplomado no cargo que o povão erradamente o aprovou o primo provará que não tem amor-próprio exercendo a função de forma atabalhoada, mas sofrerá em seu interior porque a tolerância e a vergonha são intrínsecas ao seu espírito de menino travesso e anarquista benquisto.

– O senhor acha que os eleitores erraram ao elegerem o Tiririca?

– Sim! O erro foi grosseiro e só servirá para envergonhar os brasileiros diante do cenário político internacional. Achamos graça com a eleição de alguns candidatos com nomes esdrúxulos, mas não nos esqueçamos que esses despreparados irão nos representar.

Demos, pelo voto, uma procuração para sermos representados por incompetentes em algo muito sério. Observe que muitos outros despreparados aparecem na lista de candidatos a deputados estaduais e federais. Citarei apenas os que me lembro:

Joaquim do Arroz (PTdoB)

Rychewlly (PSOL)

Manoel do Gás (PV)

Voluntário de Vidas (PSDB)

Já entre os muitos candidatos a deputado federal aparecem:

"Ananci do PSDB"

"Alexandre O Grande" (PRTB)

"Tonhão" (PTN)

"Gisely Soares" (PRB)

"Joãozinho Unimagem da Parnaíba" (PMDB)

"Mororó" (PDT)

"Jorge Master" (PSOL)

"Zé Filho Paim" (PTB)

"Professor PHD" (PTC)

"Robywood" (PTC)

"Tomaz Pontual" (PHS)

Na entrevista que o senhor fez com o candidato Jeguemala Lupara da Silva – Referindo-se ao texto “Entrevista da esperança” – vimos que havia candidatos médicos, professores, carteiros, bombeiros, padeiros, policiais, cabeleireiros, ex-militares, outros ex-atletas e um sem-número de desconhecidos que, em suas aparições televisivas, de poucos segundos, só conseguem dizer seus nomes bizarros, partidos e números, sem apresentar nenhuma proposta!

Iguais ao meu primo Tiririca eles buscam um lugar (emprego) tranquilo onde possam ganhar e morar bem sem trabalhar representando bem o povo.

Em seu “blog” Jorge Seadi escreveu:

“A idéia não é má. Um partido pequeno quase sem chances de colocar um candidato no Congresso apela para uma manobra marqueteira e lança como candidato uma figura diferente, exótica. A campanha às vezes se baseia no desconhecimento do eleitorado e na franqueza do candidato que diz “quero ser deputado para ajudar minha família” e apresenta um slogan “pior do que está não vai ficar”.

E o resultado é que Tiririca foi o mais votado nesta eleição e o segundo maior votado de toda a história do Brasil. Elegeu-se no maior colégio eleitoral do país.

Assim, o Clarín, jornal de Buenos Aires, Argentina, analisa a eleição brasileira para a câmara federal e o senado.

E o jornal ainda fez referência a alguns “nomes estranhos” como os ex-jogadores de futebol Romário e Bebeto, que se elegeram respectivamente como deputado federal e estadual. Mas diz que ser famoso na mídia não significa eleição garantida como o caso da Mulher Melão, que fez pouco mais de 1600 votos, ou da ex-prostituta carioca Gabriela Leite que, com o slogan “puta deputada”, não chegou a 1300 votos.”.

– No seu entender como poderia ser resolvido esse protesto ou deboche nacional?

– Dando uma olhada no site do TSE - Tribunal Superior Eleitoral me deparei com alguns nomes de candidatos prá lá de engraçados e hilários. Resolvi dar uma garimpada e resolvi dar um “print screen” em alguns candidatos a Deputado Federal.

Alguns dos candidatos usam nomes de pessoas famosas, frutas, profissões, religiões entre outros. Imaginei como seria a propaganda eleitoral gratuita deste ano, dei muitas risadas. Você sabe quais foram os dez candidatos de nomes ou apelidos mais exóticos? Foram eles: “Obama Brasil”, “Binladen”, “Tetraneto do Zumbi do Palmare”, “Dona Hilda Sem Escola”, “Josué Topa Tudo”, “O Plolitizador do Brasil”, “Apóstolos Grego”, “Dep. Federal”, “Maluco Beleza” e “Pé Vermelho”.

Pelos nomes acima você percebe onde está o erro. No TSE! Ora, se o órgão maior que norteia, pelo menos assim entendo, todo o processo eleitoral e político no Brasil aceita essa esculhambação... Quem poderá acreditar que haverá solução para toda essa desordem institucionalizada. O brasileiro não tem jeito. É anarquista e debochado por índole!

Falam em sabatinar meu primo para saber se ele é analfabeto. Por que não fizeram isso antes de aceitar a candidatura dele e dos demais despreparados para representarem a sociedade? No mínimo vejo aqui uma culpa solidária.

Aliás não é demais afirmar que a responsabilidade solidária exsurge da CULPA IN ELIGENDO e da CULPA IN VIGILANDO. Repito: as leis estão erradas e o TSE tem culpa corroborada pela sociedade debochada, anarquista, negligente e protestante.

EXPLICAÇÃO DESTE AUTOR:

Culpa in eligendo - Modalidade em que se caracteriza pela má escolha do preposto (representante da sociedade). (Vide negligência).

Culpa in vigilando - Decorre da falta de atenção ou cuidado com o procedimento de outrem que estava sob a guarda ou responsabilidade do agente. Aqui reporto-me à sociedade que não vigia os atos de seus representantes.

CONCLUSÃO

Preciso encerrar este texto fazendo uma transcrição de parte do texto de Eliane Brum - Jornalista, escritora e documentarista – que escreveu sobre a “Câmara dos Deputados contra A tropa de Elite”. Neste texto ela escreve que Tropa de Elite é um “filme da vida real que ninguém merece assistir. Ou merece?”.

Escreveu, ainda, em seu magnífico e esclarecedor texto:

“É fácil repetir que são os mais pobres e com menos acesso à educação dos rincões esquecidos que votam mal. Se perguntar a um cidadão urbano e com curso superior – ou a si próprio – o que seu deputado ou senador anda fazendo, que projetos propôs (SIC), como votou nas questões importantes, que empresas financiaram a sua campanha, será que a resposta é de um eleitor esclarecido? Você tem estas respostas?

Acho que somos muito complacentes com nós mesmos. Achamos que não precisamos acompanhar e participar da educação escolar dos filhos (até a educação dentro de casa muitos delegam com as mais variadas justificativas), que não temos de nos organizar para reclamar por melhorias no nosso bairro, que não cabe a nós reivindicar um transporte decente ou um sistema de saúde que não deixe pessoas com câncer esperando um exame por meses.

Há quem discurse sobre o aquecimento global, mas acha que pode continuar com a torneira aberta, deixar a TV ligada enquanto vai fazer outra coisa e não reciclar lixo por preguiça. E, óbvio, se votou acredita que já fez toda a obrigação: não vai perder tempo fiscalizando seu candidato e cobrando o que ele deixou de fazer ou fez errado.”. – (Eliane Brum – Jornalista, escritora e documentarista).

Pronto! Não creio poder este incipiente projeto de escritor de meia-tigela dizer algo mais substancioso sobre os fatos elencados nesta entrevista com um agricultor esclarecido. Estes candidatos despreparados eleitos no pleito próximo passado nos farão rir, mas afundarão mais ainda o Poder Legislativo já tão desmoralizado.

A Câmara que, junto com o Senado, vem protagonizando uma série interminável de escândalos de corrupção e impunidade acusa o cineasta José Padilha de tentar transformá-la em “piada” quando tentou filmar algumas cenas do filme “Tropa de Elite 2” dentro daquela casa que entendemos ser o plenário do povo brasileiro.

Ora, se a casa é do povo e esse mesmo povo irá assistir ao filme ficção que se baseia na realidade... Qual a real causa dessa proibição? Não posso filmar dentro de minha própria casa? Faça um rápido teste. Quantos escândalos você lembra nestes últimos quatro anos? E quantos projetos importantes para o destino do país debatidos e votados pela Câmara você recorda de imediato?

Ah! O nobre leitor não se lembra? Que pena! Eu sei. É triste. Por isso e muito mais vamos aplaudir ou repudiar o voto por deboche? Eu repilo veementemente embora saiba que não resolverei o problema, mas faço a minha parte como ser racional após combinar os sentimentos, que os julgo positivos, e a razão por mais doida que seja.