TEHILIM CELTIC ROCK - CÂNTICOS CELTAS

Musicalidade celta e composições em inglês: mistura que tem dado tempero para banda cristã brasileira

A estrada trilhada ainda é curta – menos de cinco anos –, mas os frutos parecem vir em abundância para a banda cristã Tehilim Celtic Rock, pioneira no gênero rock céltico, estilo que incorpora características da cultura celta – referência no mundo espiritual – com as batidas do folk ocidental. Apesar da expressão hebraica, sinônimo de oração cantada – ou, simplesmente, louvores – e das composições em inglês, a banda, idealizada pelo casal César Ricky e Jackie Mendes, é genuinamente brasileira e conta com três álbuns em sua discografia – o debutante Celtic Inspirational Rock, Grace (2009) e Shine in the Darkness (2010) – esse último objeto de um documentário, com embasamento bíblico, produzido pela Cia dos Profetas. “Foi uma coisa muito legal, tanto que quando recebi o vídeo me senti muito honrado e animado”, comemora o músico que compartilha mais detalhes sobre a formação e os propósitos da banda nessa breve entrevista.

JDM - Como surgiu o grupo e o que motivou essa fusão de elementos da cultura celta com a ocidental, especialmente a brasileira?

CÉSAR RICKY - Nossa ideia veio do sentido puro do verbo, ou, fazer da sua oração a sua música, a súplica da alma. Tehilim, que é também o nome do livro de Salmos em hebraico, veio a mim num período bastante ocasional, quando eu estava fazendo um voto com Deus. Como somos muitos influenciados por bandas irlandesas que fazem essa fusão com o rock e o pop, a exemplo da música celta na Europa, ficamos apaixonados pelo estilo e procuramos estudar e aprender cada vez mais. Não temos a pretensão de sermos a "banda que tem a música diferente"; trata-se apenas de nossa influência musical e cultural. Não gosto de espiritualizar metas no que diz respeito a propósitos, mas que sejamos nós mesmos, pois foi assim que Deus nos criou.

Como você define o som da banda?

Logo de cara, a influência da música celta vai saltar aos ouvidos de quem ouvir o Tehilim Celtic Rock pela primeira vez, mas nosso repertório é bastante interessante e diversificado: músicas celtas tradicionais, hard rock com bastante virtuosismo, country, folk dançante e algumas coisas medievais. O legal é que você sabe que é sempre a mesma banda tocando, sem virar aquela salada musical. Setenta por cento do repertório é instrumental e, apesar da parte cantada ser em inglês, isso nunca foi uma barreira para nós.

Além de você e sua esposa, quem são os demais integrantes do grupo? Todos pertencem à mesma igreja?

Cada um é de uma denominação diferente, e eu faço questão que seja assim para mostrar que somos um corpo. Os músicos que nos acompanham são o Danilo Lisboa na bateria, Daniel Jonathan no baixo, e o Xandão Boaventura nos teclados.

Como você avalia a receptividade por parte do público, especialmente o evangélico?

Ficamos satisfeitos quando igrejas e ministérios gostam de nossa música, mas nos sentimos muito mais felizes quando pessoas comuns, muitas vezes sem nenhuma direção espiritual, sentem paz ouvindo nossas composições. Acho que esse segundo quesito faz mais sentido, quando a música toca na alma do indivíduo comum, sem qualquer ligação confessional.

No que o álbum Shine in the Darkness difere dos anteriores?

Ele tem a pegada meio nervosa do segundo disco, mas também traz algumas experimentações do primeiro. Eu resolvi soltar mais a voz para ver no que dava; por isso é o nosso trabalho mais cantado. E o principal: a cura de nossa segunda filha, Esther, que teve que passar por uma cirurgia aos 29 dias de vida, serviu de inspiração para as composições do álbum. Afinal, como diz o próprio título, os milagres do Senhor nos fazem ver o quanto devemos brilhar para sair da escuridão.

Fonte: Revista Eclésia - Edição 145

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José Donizetti Morbidelli
Enviado por José Donizetti Morbidelli em 10/11/2010
Reeditado em 12/03/2012
Código do texto: T2608061
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