Izabelle Valladares entrevista Norbert Heinz

Izabelle Valladares entrevista o escritor e biólogo Norbert Heinz

Biólogo, mestrando em Biologia Evolutiva pela UNICENTRO – PR. Já participou de várias antologias da Editora Litteris, da Câmara Brasileira de Jovens Escritores, da Editora Pragmatha, do Pontes Culturais além de publicar poemas no Caderno Literário (Editora Pragmata) e em jornais da região.

Norbert, como foi a sua descoberta pela poesia?

R: Foi algo surpreendente até mesmo para mim. Lembro-me que nas aulas de português, quando havia redações, eu sempre recebia elogios das professoras. Por mais que eu tivesse inúmeros erros na escrita, as idéias e o desfecho das minhas redações eram totalmente diferentes do restante da turma. Sempre tive uma certa facilidade para escrever. A poesia foi apenas uma conseqüência dessa facilidade.

Sua opção profissional é a Biologia, que trabalha com certezas, análises e convicções e a literatura, é estimulada pela fantasia e criatividade, em que ponto, este contraste pode ser positivo ou negativo para seu futuro profissional?

R: Ai esta uma pergunta que ainda não sei a resposta toda. Meses atrás me cercava de incertezas, mas hoje procuro acreditar mais nas minhas decisões. Ser biólogo é uma decisão irreversível. Escrever é necessidade biológica!

Por isso respondo-lhe: ser biólogo e escritor (ainda que amador) é viver todos os desafios que se pode imaginar. É você deixar uma crônica de Rubem Braga de lado e ler um artigo sobre as provas da Evolução. É você estar em meio a uma prova de Parasitologia e se perguntar: “e agora José? José, para onde?”. É você estar concentrado nos afazeres de um laboratório e pensar: será este meu cemitério de elefantes?

O único ponto positivo deste contraste é que não dou a mínima para os ponto negativos! E digo mais: nada em Biologia faz sentido sem a luz da IMAGINAÇÂO!

Suas poesias recebem títulos surpreendentes e conseguem ser ao mesmo tempo polêmicas e cheias de sensibilidade, fale dessa sua veia e da publicação.

R: Para ser bem sincero, creio que só agora defini uma veia literária. Até então tudo era experimentação. Mas os títulos surpreendentes continuam. A polêmica e a sensibilidade também. Essa veia tenta captar a inter-relação homem-tecnologia (o que a torna extremamente ampla!). Em certos aspectos tenho obtido sucesso, mas ainda tem muito a construir, muito a definir, muito a questionar. Um exemplo do sucesso é a composição e diagramação do livro Coevolução.

E assim como a nossa tecnologia evolui, confesso que amanhã pode não ser mais essa a minha veia...

Quanto à publicação, é difícil ser premiado em concursos literários sem que o texto pertença a um padrão literário. Por outro lado, entendo que meus textos ainda são imaturos...

Quando foi aprovado por unanimidade pela ARTPOP, que é uma academia de artes, que é considerada vanguardista e que tem reconhecimento internacional, não só de artistas mas de entidades políticas e não-governamentais, qual o pensamento que lhe veio?

R: Estava um tanto apreensivo. Foi numa época que estava cogitando abandonar a literatura. Foram votos de confiança que me deram novo ânimo. Sinto apenas por ainda não ter tido a oportunidade de visitar a academia...

Como participante de diversas, antologias, como você vê a divulgação do seu Nome no mercado literário?

R: Divulgar cultura no Brasil custa caro! Muito caro! Acredito que ainda preciso de mais um tempo para começar a ter um Nome. É claro que isso depende das oportunidades que aparecerem e das condições financeiras. Perdi, por questões financeiras, algumas oportunidades que já poderiam ter me dado esse Nome. Mas na literatura, uma andorinha faz verão e um raio cai muitas vezes num único lugar...

Você tem algum projeto que gostaria de colocar em prática que seja de incentivo a cultura?

R: Sim. Vários. Um deles, que é a Revista Bacamarte esta se concretizando. Nossa região (Guarapuava-PR) não tem uma revista literária que divulgue os artistas locais. A Bacamarte será um revista livre das correntes acadêmicas. Cada um dos participantes terá vez e voz para publicar sua arte, sem qualquer restrição. A revista será distribuída impressa e terá uma versão digital, gratuita na internet.

Como foi para você, ser um dos ganhadores do prêmio Personalidades, 2010?

R: Foi melhor do que eu esperava. Teve uma repercussão muito positiva. Ter sido premiado esta abrindo algumas portas que com certeza ajudarão em futuras publicações.

Izabelle Valladares Mattos
Enviado por Izabelle Valladares Mattos em 06/03/2011
Código do texto: T2831680
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