JOSÉ TADEU DA SILVA - PRESIDENTE DO CREA-SP

A engenharia administrativa que transformou o CREA-SP

Empreendedorismo e investimento pesado em informatização: em dois mandatos, presidente José Tadeu da Silva promove uma verdadeira revolução administrativa na entidade

Entre milhares de atividades e ofícios, incluindo os trabalhos informais praticados no Brasil, poucas profissões são devidamente regulamentadas. Entretanto, nem sempre a simples criação de um conselho de classe ou um regimento é suficiente para garantir credibilidade, notoriedade e respeito aos profissionais envolvidos junto à sociedade e opinião pública. É preciso bem mais do que isso, e as ideias expostas no papel devem ser vividas na prática, ou seja, fazer com que os direitos e deveres inerentes à categoria sejam plenamente respeitados. Nesse aspecto, palavras como motivação, empreendedorismo e responsabilidade perdem a conotação de meros vocábulos e se tornam sinônimas de arregaçar as mangas e dar a cara à tapa.

Em 2006, ao assumir a presidência do CREA-SP – Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado de São Paulo pela primeira vez, o engenheiro e advogado José Tadeu da Silva sabia do tamanho do desafio para colocar a casa em ordem; pois, o quadro administrativo que se configurava numa das maiores autarquias públicas do País beirava o caos, a começar pelas contas a pagar referentes a compromissos assumidos por administrações anteriores. Além disso, o sistema arcaico de fiscalização usado pela entidade necessitava urgentemente de modernização, enquanto que os funcionários careciam de uma injeção de ânimo para o desempenho de suas funções. Com muito diálogo, promessas de benefícios e investimentos pesados na informatização do sistema operacional, em pouco tempo José Tadeu, que se confessa um militante classista dos mais fervorosos, conseguiu reverter toda aquela situação aparentemente irreversível. De aproximadamente R$ 60 milhões, a receita anual do CREA-SP saltou para quase R$ 160 milhões, e ao patrimônio físico da entidade somaram-se novas sedes regionais e imóveis em regiões nobres da capital paulista. Desde então, fechar o ano com superávit virou, quase, uma rotina. Milagre? Não, trabalho e competência administrativa, tanto que o presidente chegou a ser premiado pelo IBVG – Instituto Brasileiro de Verificação de Gestão, pela eficácia de sua administração; e recebeu da Câmara Municipal de São Paulo o título de “Cidadão Paulistano” – ele é mineiro de Ouro Fino, mas carrega no coração a satisfação de ajudar a construir a maior metrópole do País.

Casado e pai de quatro filhos, o engenheiro civil se desdobra para cumprir as responsabilidades à frente do CREA-SP e administrar sua empresa, a Nova Engenharia, especializada em consultoria técnica, avaliações e perícias. E mais: ele preside também a FEBRAE – Federação Brasileira das Associações de Engenheiros, e o IPEAMA – Instituto Paulista dos Profissionais da Engenharia, Arquitetura e Agronomia Maçons. Frequentes ainda são os convites para palestrar em instituições de ensino e conferências promovidas por entidades de classes, ocasião em que compartilha um pouco de sua experiência profissional, alicerçada por uma grande gama de conhecimento que envolve toda a área.

Nesse último ano como presidente do CREA-SP – as eleições acontecem em novembro e, por questões estatutárias, ele não pode concorrer a um terceiro mandato, José Tadeu garante que irá se dedicar com o mesmo afinco e empenho de quando iniciou sua primeira gestão, há seis anos. Quanto ao futuro, marcado por incógnitas, como a de ser ou não candidato à presidência do CONFEA – Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, apenas uma certeza: “Pretendo continuar trabalhando na minha empresa e atuando na política classista, coisa que faço há mais de 25 anos”, afirma nessa entrevista exclusiva, em que ele fala também de sua projeção profissional, das dificuldades enfrentadas para fazer funcionar adequadamente a máquina administrativa do CREA-SP, da importância dos Técnicos Industriais, e da verve ecológica que corre como sangue em suas veias, tão latente quanto a própria paixão nutrida pela engenharia.

JDM - Como o senhor entrou para o CREA-SP?

JOSÉ TADEU DA SILVA - Eu sempre sonhei em ser engenheiro civil, e entendo que minhas outras formações, como advogado e técnico contábil, são complementares para melhorar o meu desempenho na engenharia. Durante o período em que estudava em Campinas, fiz estágios em empresas, construtoras, prefeituras, enfim, sempre procurei buscar conhecimentos e me aperfeiçoar na área da engenharia e construção civil. No CREA-SP, eu comecei a trabalhar como assessor do presidente – na época, João Abukater Neto que, aliás, formou-se na minha turma. Em 18 anos de trabalho, praticamente conheci tudo aqui e acredito ter realizado um bom trabalho, e assim me tornei presidente e estou no último ano do meu segundo mandato.

Qual é a avaliação que o senhor faz do CREA-SP da época em que assumiu a presidência?

Eu assumi a presidência do CREA-SP num momento bastante conturbado, principalmente em relação à questão financeira. Em virtude das anuidades, que representam 60% da arrecadação, a receita é sempre maior nos primeiros meses do ano; daí a necessidade de se administrar bem esse dinheiro durante o ano todo. Acontece que, em 2006, houve uma antecipação no vencimento desses pagamentos para dezembro do ano anterior, justamente para saldar os compromissos assumidos. Apesar do corte de gastos para pagar, inclusive, os custeios da máquina administrativa, como os salários dos funcionários, eu tive que trabalhar com uma receita de aproximadamente R$ 53 milhões, ou seja, R$ 7 milhões a menos que o orçamento anual na época. A diferença praticamente já havia sido comprometida anteriormente.

A princípio, essa situação chegou a desanimá-lo? Efetivamente, qual foi a sua primeira medida como presidente?

Não digo que desanimou, pois eu sabia que teria uma pedreira pela frente. Eu chamei todos os envolvidos, como conselheiros, inspetores e funcionários, e coloquei a eles que pretendia fazer o máximo possível para tirar o CREA-SP daquela situação. A projeção mostrava que eu iria chegar ao final do primeiro ano de mandato no vermelho e, por isso, procurei ser bastante austero na administração no sentido de pelo menos zerar as contas. Felizmente, conseguimos fechar o ano com um superávit de R$ 11 milhões. No ano seguinte, a casa estava arrumada.

Como o senhor conseguiu fazer isso em tão pouco tempo?

Cumprindo o papel para o qual o CREA-SP foi criado, que é a fiscalização do exercício profissional. Ao cumprir bem essa missão, automaticamente os resultados aparecem, porque cada R$ 1 aplicado em fiscalização gera uma receita de R$ 4. Apesar de ser uma entidade sem fins lucrativos, o CREA-SP precisa gerar receita para se autossustentar e manter sua funcionalidade. Mesmo com todas as dificuldades do início, eu apostei na melhoria da fiscalização investindo pesado na informatização de todo o sistema, já que o processo envolvia muito papel, o que também gerava custo, e os equipamentos estavam muito obsoletos. A empresa responsável pelo servidor de informática, por exemplo, recusou-se a renovar o contrato de manutenção pela dificuldade em conseguir peças de reposição para os equipamentos. Tive que comprar tudo novo e, em pleno funcionamento, as coisas começaram a melhorar. Para aprimorar a fiscalização, realizamos também a compra de 150 veículos, equipando e informatizando cada um deles com GPS, rastreador e fornecendo Palm Tops aos fiscais – agora chamados de “agentes orientadores”. Assim, eles abandonaram o talão com via de carbono e caneta e passaram a ter acesso, pela internet, ao nosso banco de dados para saber se tal profissional fiscalizado estava devidamente habilitado para exercer a profissão. Consequentemente, essa informatização gerou mais receita. Para se ter uma ideia, o número de emissão de ART – Anotação de Responsabilidade Técnica, que girava em torno de 25 a 30 mil por mês, saltou para quase 100 mil. No ano passado batemos o recorde, com mais de 1 milhão de ARTs recolhidas. Não se trata somente de uma questão numérica, mas principalmente do mérito da fiscalização, dever que antes o CREA-SP não conseguia cumprir com tamanha eficiência.

Mas ainda há empresas não habilitadas e falsos profissionais atuando clandestinamente?

Sim, em toda atividade existe alguém exercendo ilegalmente a profissão: médico que não é médico, advogado que não é advogado, engenheiro que não é engenheiro. Todos os conselhos profissionais têm esse tipo de problema, mas aquele que exerce uma atividade regulamentada sem estar devidamente habilitado é um contraventor penal e deve sofrer as penalidades previstas em lei.

Atualmente, o CREA-SP está do jeito que o senhor esperava ou gostaria que estivesse?

Não. Eu sou uma pessoa incomodada, do tipo: se está bom eu quero que esteja ótimo, se está ótimo eu quero que esteja excelente, e se está excelente eu quero que esteja extraordinário. Durante esses dois mandatos, o orçamento saltou de R$ 60 milhões para quase R$ 160 milhões anuais, e mais de R$ 100 milhões de superávit. Ou seja, em seis anos praticamente triplicamos a receita. Hoje, os funcionários do CREA-SP, que somam mais de 700, recebem 13º, 14º e 15º salários, além de diversos benefícios. Aumentamos também nossas inspetorias, adquirimos imóveis no interior, como um prédio de cinco andares em São José dos Campos e outro em Campinas; e aqui em São Paulo, além dos prédios que já tínhamos como esse da Faria Lima e da Nestor Pestana, compramos um imóvel na Avenida Rebouças, inauguraremos em julho outro magnífico na Avenida Angélica para as Sessões Plenárias, e pretendemos construir a nova sede na Barra Funda. Eu não invento números e não estou contando papo. Todos os dados podem ser verificados com precisão junto ao Tribunal de Contas, ao Ministério Público e ao Conselho Federal.

Além dessa necessidade de informatizar o CREA-SP que o senhor citou anteriormente, quais as maiores dificuldades enfrentadas durante seus mandatos?

Há dois aspectos na administração pública que atrapalham muito o nosso trabalho: o primeiro é a Lei das Licitações, que é um empecilho para obtermos uma performance melhor ainda. A gente realiza todo o processo licitatório, e no final das contas acaba comprando o pior produto por um preço mais caro. Eu não sou contra a lei, mas sua aplicação torna muito lenta uma coisa que poderia ser resolvida de maneira mais rápida. Ela também determina que somos obrigados a aplicar o dinheiro do CREA-SP somente em bancos oficiais – Banco do Brasil ou Caixa Econômica Federal, e não em outras instituições financeiras, mesmo que os rendimentos sejam maiores. Outro aspecto é em relação ao quadro de funcionários, que são admitidos por meio de concursos públicos. Eu sempre fui contra qualquer tipo de apadrinhamento, até mesmo quando exerci um mandato como vereador em Mogi Guaçu entre 2001 e 2004, mas o grande problema é que, às vezes, pode haver funcionário que não esteja trabalhando bem e que, por ser concursado, não pode ser demitido. Ao assumir a presidência, além do problema do concurso público, havia ainda a questão do TAC – Termo de Ajuste de Conduta, pelo qual eu teria que demitir praticamente a metade dos funcionários não concursados. Uns sempre traziam atestado médico, outros nem vinham; enfim, era uma situação caótica. Como não havia tido um acerto na administração anterior, eu enfrentei alguns embates judiciais para resolver essa situação. Felizmente não precisei demitir, mas tive que mudar essa realidade, e de uma forma muito simples: implantando a política de resultado. Eu disse a eles: “Se o CREA-SP caminhar bem, terei condições de oferecer coisas boas a vocês; agora, se caminhar mal, vocês não terão muitos benefícios e eu não poderei atender às suas reivindicações”. Todos acreditaram na minha palavra, e hoje eles trabalham alegres e satisfeitos. Além dos benefícios que eu citei anteriormente, o Sindicato pediu 4% de aumento, mas a categoria obteve 10%, mais do que o dobro.

O que representa para o CREA-SP a criação do CAU – Conselho dos Arquitetos e Urbanistas, cuja lei já foi sancionada e a transição deve acontecer em breve?

Nós nos posicionamos contrariamente à saída dos arquitetos. Queríamos que ficassem conosco, pois com as várias modalidades da engenharia juntas a nossa força seria maior, ao passo que ao ser pulverizado serão criados conselhos pequenos e sem condição de fiscalizar o exercício da profissão. Por outro lado, temos também que entender que eles conseguiram que a lei fosse sancionada, e nem por isso vamos ficar brigando, até mesmo porque, fazendo uso daquela passagem bíblica “o que Deus uniu o homem não separa”, de certa forma os arquitetos e urbanistas estarão sempre unidos a nós. Haverá sim um conselho diferente, mas no exercício profissional diante da sociedade uns estarão envolvidos no trabalho dos outros – engenheiros civis com arquitetos e vice-versa.

Mas isso pode abrir precedentes para que outros grupos sigam o mesmo caminho?

Pode, porque à medida que saíram os arquitetos amanhã podem surgir outros conselhos, pulverizando ainda mais e enfraquecendo a área tecnológica. Para São Paulo não é um grande problema, mas para outros estados essa saída diminui substancialmente a arrecadação e, assim, o poder de fiscalização.

Prestes a sediar a próxima Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, o Brasil ainda sofre pela falta de mão-de-obra especializada na área tecnológica. Em sua opinião, como o setor deve se comportar nos próximos anos?

Nós precisamos formar, no mínimo, 300 a 400 mil profissionais nos próximos quatro ou cinco anos, e atualmente não conseguimos nem a metade disso – a média anual de formandos no Brasil é de 30 mil. Com a exploração do pré-sal, temos a projeção de nos tornarmos a quinta maior potência do mundo, mas precisamos também melhorar nossa infraestrutura e a qualidade do ensino, jogar pesado na formação educacional e na requalificação do conhecimento. Nós fundamos aqui o CREA-SP Jovem, com o intuito de estimular os jovens a participarem do sistema profissional, facilitando a entrada no mercado de trabalho. Com isso, temos sido contatados pelo mundo todo, e recebemos uma proposta de um país interessado em levar esses recém-formados para o exterior para que eles possam aprender e ser moldados de acordo com o espírito das empresas estrangeiras; eles ficariam lá por um ou dois anos e retornariam para nos ajudar a atender nossa demanda interna. Com empreendedorismo, geração de trabalho e inclusão social, as futuras gerações irão mudar essa situação. O grande segredo é o conhecimento e o aperfeiçoamento profissional, e é por isso que esse século está sendo chamado de a “era do conhecimento”.

Quantos profissionais registrados têm atualmente o CREA-SP?

Em torno de 250 a 300 mil profissionais, que pagam em dia suas anuidades. Nesse período, nós melhoramos também a situação dos inadimplentes e a questão da dívida ativa.

Desse montante, quantos são, aproximadamente, Técnicos Industriais?

Cerca de 50 mil profissionais da área técnica, o equivalente a mais ou menos 20% do total.

E quando o senhor assumiu a presidência, o número era muito inferior?

Na época, os que mantinham os pagamentos em dia eram aproximadamente 180 mil profissionais, incluindo os de nível técnico.

Quais foram os grandes benefícios, ou conquistas, que a sua gestão trouxe para a categoria, especialmente para os Técnicos Industriais?

Eu costumo ser muito legalista em minhas ações, democrático ao ponto de ouvir todo mundo, de aceitar sugestões e críticas, tanto que, ao longo desses anos, os profissionais e entidades de classes têm sentido em mim esse binômio de legalidade e transparência. Desfruto de uma confiança muito grande em relação a todos, ou seja, todo mundo sabe o que o presidente está pensando. E eu sempre expressei o caminho, o objetivo e a meta, a qual defendia antes mesmo de me tornar presidente: qualquer categoria tem que estar sempre organizada, unida, para que, junto com o CREA-SP, possa buscar o reconhecimento da sociedade no que tange à valorização do exercício de suas respectivas profissões. Resumindo: eu sempre procurei ter o melhor relacionamento possível com profissionais, instituições de ensino, entidades que organizam, articulam e integram a categoria, como o SINTEC-SP – Sindicato dos Técnicos Industriais de Nível Médio do Estado de São Paulo. Eu também tive condições de colaborar com as entidades no aprimoramento e aperfeiçoamento técnico e cultural – por lei, parte dos recursos do CREA-SP pode ser destinada à promoção de cursos e ações de aperfeiçoamento técnico e cultural dos profissionais registrados no sistema. Com isso, obviamente eles estarão melhores preparados para o exercício profissional, e nós estaremos devolvendo parte do que eles próprios pagaram em forma de oportunidades e qualificação, principalmente na área tecnológica, que está constantemente inovando. Portanto, o profissional que não busca o aperfeiçoamento dentro de sua área pode se tornar obsoleto.

Como o senhor vê a atuação e a liderança do Wilson Wanderlei Vieira, como presidente do SINTEC-SP e da FENTEC?

Eu conheço a luta do Wilson há 30 anos, desde quando ele fundou a ATESP – Associação Profissional dos Técnicos Industriais do Estado de São Paulo. Na época, os Técnicos Industriais eram muito discriminados, e ele sempre foi um grande líder, um batalhador, um militante aguerrido, uma pessoa muito correta e implacável na defesa da categoria. Ele conseguiu fazer com que os profissionais de nível técnico fossem devidamente respeitados – e hoje tem técnico que é conselheiro do CONFEA. Não é um líder à toa, ele tem prestígio porque realmente é um idealista e por quem eu tenho um grande respeito e admiração. E tem feito um excelente trabalho não somente em São Paulo, na presidência do SINTEC-SP, como também a nível nacional pela FENTEC – Federação Nacional dos Técnicos Industriais, e representando muito bem a categoria no exterior por meio de sua atuação na FLATIC – Federación Latinoamericana de Trabajadores de las Industrias y la Construcción.

Num âmbito geral existe alguma divergência entre os engenheiros e os profissionais de nível técnico?

Há alguns anos havia esse receio de que o técnico fosse tomar o lugar do engenheiro ou do arquiteto. Muitos técnicos foram meus alunos quando dei aula no curso de edificações, e sempre os tive comigo quando trabalhava com construções residenciais e industriais. Eu nunca vi o técnico como um concorrente, mas um profissional para somar ao meu trabalho. Aliás, nos países desenvolvidos há necessidade de se ter sete técnicos para cada engenheiro na equipe. É isso que eu sempre tenho frisado aqui no CREA-SP, e temos quebrado esse ranço respeitando sempre as atribuições de cada profissional, independente de categoria. Hoje, o convívio é bem diferente do que acontecia há 20 anos, e há técnicos que compõem o nosso conselho e a própria diretoria. Temos realizado um trabalho de forma a mostrar que somos profissionais e não concorrentes. O importante é que as equipes sejam formadas por pessoas competentes, bem aprimoradas e com conhecimentos.

Quais são seus objetivos após o término do mandato?

Eu poderia ser conselheiro ou membro da diretoria aqui no CREA-SP, mas acho que no final do ano estarei mesmo concluindo meu papel assumido com as entidades e lideranças que me elegeram. Pretendo continuar trabalhando na minha empresa e atuando na política classista, coisa que faço há mais de 25 anos. Estive recentemente num evento da ONU – Organização das Nações Unidas, e devo participar da reunião anual do Consumo Sustentável e Desenvolvimento (CSD-19), em maio. No ano que vem teremos o Rio+20, em comemoração aos 20 anos da Eco-92, e eu quero fazer um grande trabalho. Ou seja, falar sobre os problemas do planeta, como a questão ambiental, ecologia, coisas que gosto muito.

E o senhor não pretende se candidatar à presidência do CONFEA?

Pois é, as eleições para o CONFEA acontecem também no final do ano, e logo se inicia o processo eleitoral. Devem surgir muitos com pretensão de serem candidatos. Eu tenho sido procurado e incentivado em função da repercussão do meu trabalho realizado no CREA-SP, mas isso é algo que ainda tem que madurar. Não sou candidato, mas pode haver essa possibilidade. Há outros nomes bem credenciados, e eu vou aguardar o momento certo para tomar minha decisão. Se eu decidir por não disputar, certamente irei apoiar o nome indicado por São Paulo.

E quanto ao seu eventual sucessor no CREA-SP, o senhor tem algum nome de preferência?

Tenho muitos amigos, vários líderes, e digo que as entidades de classes que têm os votos para garantir uma eleição sempre indicam um candidato. São vários os nomes, e eu vou apoiar o que as associações indicarem; afinal, meu compromisso é com elas. Não irei impor nada, mas é importante que todas as associações se juntem para manter a unidade no momento em que um nome for indicado. Se souberem escolher alguém em condição de unificar, todos sairão ganhando. Então, o que elas indicarem, será também o meu candidato.

O senhor quer fazer alguma consideração final?

Nós temos uma profissão regulamentada, e devemos trabalhar muito para fortalecer esse sistema profissional, combatendo a ação daqueles que não dispõem de conhecimentos e colocam em risco a sociedade. Assim, podemos garantir nosso privilégio e oferecer à população um bom exercício profissional, com qualidade, segurança, técnica e economia. Sempre militei e trabalhei nessa linha, buscando a valorização da profissão e do sistema, que tem que funcionar bem, não somente no Estado de São Paulo como também em todo o território nacional.

Fonte: SINTEC-SP em Revista - Edição 150

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José Donizetti Morbidelli
Enviado por José Donizetti Morbidelli em 10/05/2011
Reeditado em 20/05/2011
Código do texto: T2960598
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