Análise do documentário Raquel de Queiroz

Carlos Rony Recla Rm 19472 – 7º semestre de Letras

Literatura Brasileira – Professora Raquel Rocha

Análise do documentário de Raquel de Queiroz

Por meio da projeção de um documentário de cerca de 38 minutos foi possível alcançar uma perspectiva mais ampla acerca da autora Raquel de Queiroz, a primeira mulher a entrar na Academia Brasileira de Letras. A relevância desta experiência patenteia-se por meio de uma e aproximação com a obra por meio das declarações da própria autora.

A introdução do documentário que mostra uma parte da descrição construída pelo romance, O Quinze, que retrata uma das maiores secas já vivenciadas pelo nordeste é a própria sensação de desolação e abandono que se poderia vivenciar naquela situação uma sinestesia causticante é oferecida pela simples reprodução do poderoso processo descritivo da escritora.

Uma verdadeira experimentação com o texto formal mas o documentário oportuniza também uma intimidade a partir da narrativa de coisas simples e de grande significância para a compreensão da autora e de sua obra.Uma obra como O Quinze só poderia sair das mãos de uma autora que engajou-se com as questões sociais. Assim como no documentário de Graciliano Ramos encontramos alguém que se aproximou do comunismo em razão com o descontentamento com as relações estabelecidas pelo Estado de poder, porém não aceitariam de bom grado a interferência do partido comunista nas suas obras tentando estabelecer uma escravidão intelectual.

Vale ressaltar a ascendência vocacional da escritora que mantinha parentesco com José de Alencar e que na qualidade de criança cresceu num ambiente de intenso intelectualismo. Fato que marcaria seu estilo e gosto pela literatura por toda a sua vida.

Destacou-se a relação menos feminista de uma pioneira na literatura enquanto mulher que reconheceu que sua condição, palavra que põe em evidencia o machismo reinante de nossa cultura, não impedia um relacionamento pautado na igualdade com os demais escritores. Isto não poderia ser diferente em razão da evolução intelectual em que se encontra os escritores daquele “quilate” como Graciliano Ramos e José Oympio e José Lins Rego.

Um fato de grande relevância é a relação que ela possuía com o presidente General Castelo Branco que demonstra a diferença substancial com o escritor Graciliano Ramos que não detinha uma relação amistosa com o governo. De igual importância encontrasse a declaração de fé, ou melhor, da ausência de fé, de Raquel de Queiroz onde ela confessa a necessidade que as pessoas têm de possuir uma expressão individual da fé que proporcione uma ancoragem em momentos de intenso abandono social.

Conclui-se que a experiência de um documentário em uma aula de literatura é de grande valia na construção dos valores. Esta experiência permite a releitura de uma obra a partir da apreensão de valores intratextuais é ainda mais significativo quando a autora é Raquel de Queiroz.

Rony Recla
Enviado por Rony Recla em 20/05/2012
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