ENTREVISTA A LITTERA-LU

por

António Correia

As pessoas têm acompanhado, com grande alegria e satisfação, os valiosos textos — principalmente gramaticais — elaborados e subscritos pelo correcantista angolano Littera-Lu, o qual, ao sentir de muitos leitores e autores do Recanto das Letras, é um destacado cuidador do idioma.

Como eternos amantes da língua portuguesa, vimos, com os textos desse nobre correcantista angolano, a aprender algumas “coisas” interessantes sobre nosso idioma falado e escrito em Angola.

(Vide David Fares, “AO RECANTISTA LITTERA LU”, Código do Texto: T4607275, datado de 11/12/2013.)

Littera, 22 anos, é professor em Luanda e está a revelar-se um autor de sucesso no Recanto das Letras. Os seus textos – principalmente gramaticais – são objetos de conversa e troca de ideias em vários meios.

Littera-Lu tem vários livros escritos. Infelizmente, sem que as editoras correspondam minimamente à relevância dessas obras.

Se Littera-Lu as publica ou não, só nos pode dizer que não, nas presentes condições.

ANTÓNIO CORREIA: Como está?

LITTERA-LU: Graças a Deus gozo de boa saúde e, enquanto ela existir, estarei procurando prestar algum serviço à Educação angolana.

A.C.: Por que escreveu a obra “A Língua Portuguesa nos nossos Meios de Comunicação Social”?

L.L.: Escrevia-a em defesa da Língua. Este livro procede à recolha e correção de erros verificados em Angola (na comunicação social) na escrita e na fala.

Quanto a jornais, nesta recolha surgem exemplos do "Jornal de Angola", do «Folha 8» e do «Angolense», que na anterior tinham escapado ao castigo. Aparecem também editoras e universidades.

A.C.: Não a escreveu para os jornalistas?

L.L.: NÃO ESCREVO LIVROS PARA ELES, JORNALISTAS INCOMPETENTES, MALFORMADOS (EXCLUO TODOS OS DEMAIS); ESCREVO-O DE ELES.

A.C.: Há quem diga que Angola fala um bom português.

L.L.: Deixe lá falar.

A.C.: Um jornal, entre uma forma gramatical e outra, popular, deve escolher qual?

L.L.: Naturalmente, a gramatical. Mas o jornalismo angolano, sempre maravilhoso, opta sempre pelo “surreal”.

A.C.: Está bem o jornalismo angolano em se tratando de conhecimento da língua?

L.L.: Não, ainda não. Quem lê jornais em Angola está condenado. Condenado a desaprender. Evacuam-se lugares e não pessoas, por exemplo. No Jornal de Angola, de 6.8.12, todavia, li: «Os corpos da vítimas mortais foram transladados para a morgue do Hospital Josina Machel, em Luanda, enquanto 18 dos 29 feridos FORAM EVACUADOS para o Hospital Provincial do Kwanza-Norte, em Ndanlatando, devido à gravidade dos ferimentos».

Os locais são – ou podem ser – EVACUADOS («com o alarme, toda a plateia EVACUOU o cinema», «razões de segurança determinaram a EVACUAÇÃO da embaixada»), mas as pessoas são de preferência retiradas, transportadas, realojadas num determinado sítio.

Daí que teria sido preferível dizer-se «Enquanto 18 dos 29 feridos foram «deslocados», «desalojados» ou «transportados para...». Sim, porque no exemplo referido, é inadequado o uso de verbo evacuar («esvaziar») referindo-se a pessoas. Os lugares é que são «esvaziados», logo, «evacuados».

"Evacuar um prédio", por exemplo, é desocupá-lo, deixando-o vazio, enfim, fazer que todas as pessoas saiam dele.

A.C.: A Rádio Nacional de Angola (RNA) está bem de jornalistas?

L.L.: A Rádio Nacional de Angola, da qual dependem todas as Emissoras Regionais e Províncias, formando assim a poderosa força que é a Comunicação Social, não está bem de jornalistas.

Dia desses, ouvimos de um jornalista da rádio em causa: “Caló Pascoal tem mais de dois CDs no mercado”.

Que português é esse? O certo é dois CD, três CD, etc. As siglas, como muito bem observa, não se pluralizam com s; pluralizam com o determinante: «os CD».

A.C.: Qual seria critério para termos bons jornalistas (em se tratando de conhecimento da língua, evidentemente)?

L.L.: Tome-se, por exemplo, o Brasil. Um sujeito, para ser funcionário do Banco do Brasil, tem de estudar meses ou anos a fio, porque o exame de admissão à instituição não é fácil. Um sujeito, para ser policial rodoviário federal, agora, tem de ter diploma superior. Um sujeito, para ser delegado, tem de ser diplomado em Direito e passar por concurso. E, paradoxal e incompreensivelmente, o sujeito que quer ser jornalista em Angola não precisa ter absolutamente nada; basta ser um indivíduo um tanto popular, cheio de vontade (às vezes esperto) sem necessariamente conhecer a própria língua (O SEU INTRUMENTO DE TRABALHO, evidentemente). Essas coisas me indignam, porque o pobre e incansável do professor luta para dar formação e informação às crianças e, de repente, aparece um sujeito que mal sabe falar e acaba alcançando um cargo de tamanha responsabilidade. É desanimador, porque o telespetador tende a raciocinar mais ou menos assim: Ora, se ele, que é analfabeto, pôde, por que é que eu tenho que ralar, estudando, se também posso, matreiramente, conseguir?

Se o jornalismo televisivo angolano fosse um pouquinho exigente, muitos locutores de TV não teriam chegado a empunhar um microfone.

A.C.: Errar é humano. Não acha?

L.L.: Errar é humano. Também é humano reconhecer o erro e corrigi-lo.

Todo o ser humano tem realmente o direito de errar. Ninguém é perfeito. Mas usar dois CDs por dois CD já é loucura.

A. C.: Há quem defenda que o mais importante é o entendimento.

L. L.: Faço minhas as palavras do jornalista Francisco Belard do jornal português “Expresso”, num artigo intitulado «Português e os mestres»: Se, em ciências como a Geografia, não aceitamos a ideia de que a China tem fronteiras com o México, e em História, ciência «não exata», recusamos a data de 1842 para a Revolução Francesa (tal como em Aritmética negamos que 3 vezes 9 sejam 28), como é que em Português, ou em Língua Portuguesa, aceitamos tamanha flutuação e tanta imprecisão?

A.C.: O senhor tem alguma coisa contra os jornalistas?

L.L.: Faço minhas as palavras de Sacconi, num post: As pessoas podem estar a pensar que tenho alguma coisa contra os jornalistas. Nada! Eu tenho é muita coisa contra todos aqueles que prestam desserviço à Educação, contra todos aqueles que prestam desserviço ao Ensino, contra todos aqueles que prestam desserviço ao país. Jornalistas ou não. Os profissionais que exercem cargo ou função de responsabilidade devem ter conhecimento ou preparo compatível, caso contrário estão no lugar errado, escolheram a profissão errada. Devem buscar outros rumos. Para não prejudicarem os outros, para não irem de encontro aos anseios dos professores, esses abnegados, que é educar (formar e informar), a fim de que as pessoas possam, bem-formadas, melhor servir o país. Que, em suma, somos todos nós. Só por isso…

A.C.: Como falam os nossos políticos?

L.L.: Mal. Diz-se, por exemplo, IMEDIATO e não "de imediato". Talvez melhor: imediatamente. [Tornou-se um modismo e pode ser substituído com vantagem por outras expressões de sentido equivalente: desde logo, logo, a seguir, etc...]

Repare, agora, como fala um de nossos políticos:

Qualquer cidadão que detiver em flagrante delito um outro deve “de imediato” encaminhar o caso às autoridades e não por si fazer justiça.

A.A.: Uma casa que está encostada a outra por uma das paredes laterais chama-se geminada ou germinada?

LL.: A casa é GEMINADA (do latim geminare = duplicar) e não GEMINADA que vem de germinar, nascer, brotar.

A. C.: Afinal, não é bom morar em casa germinada?

L.L.: Certamente. É perigoso à beça!... Em casa germinada deve haver germes em todo canto… Prefira morar em outro tipo de casa, bem mais saudável: na geminada. É esta que vem de gémea, e não aquela, que vem de germe. O povo, todavia, criou a casa germinada e acredita piamente que mora nela…, servindo-me de um argumento de Luiz Antonio Sacconi.

A.C: Um individuo que é muito amigo de outro diz-se que é amicíssimo ou amiguíssimo?

LL.: A forma correta e mais frequente é amicíssimo e provém do superlativo latino amicissimu.

A forma amiguíssimo, menos usada, é formada a partir da palava amigo.

A.C.: Sendo anciãos, anciãs e anciões plurais validos, também o será corrimãos e corrimões?

L.L.: Certamente. Estas diferentes formas devem-se a influências regionais, por esquecimento ou ignorância da etimologia das palavras e por analogia com outros plurais, como sucede, por exemplo, em corrimões (correr + mão), composto que se esqueceu um dos componentes, mão (plural mãos).

(Vide António Afonso Borregana, “Gramática Universal da Língua Portuguesa”, p. 278.)

A.C.: Qual seria, a seu ver, o salário dos que ensinam Português?

L.L.: Faço minhas as palavras do gramático Napoleão Mendes de Almeida, numa entrevista da década de 1990: Há também a questão da remuneração dos professores: os que ensinam Português não podem ter o mesmo salário dos que ensinam Desenho, por exemplo. Que trabalho tem um professor de Desenho? Num relance ele dá a nota para o aluno. O professor de Português tem que ler palavra por palavra, para ver se o aluno não trocou um c por dois s, um g por j. E ao voltar à sala de aula ele tem que chamar os alunos um por um para explicar os erros. O de António vai servir de esclarecimento para Benedito, todos se aproveitam dos erros de todos, mas esse trabalho tem que ser bem remunerado.

A.C.: Aquele que ainda não teve o prepúcio “amputado” é kiungueiro?

L.L.: Não. Quem ainda não teve o prepúcio “amputado”, é apenas incircuncidado.

A.C.: E a forma kiungueiro? Existe ou não?

L.L.: As palavras ‘kiungueiro’ ou ‘kiunga’ são usadas, em Angola, para se referir àqueles que não tiveram o prepúcio “amputado”. É provável que tenha proveniência de uma de nossas línguas.

A.C.: Circuncidar ou circuncisar)

L.L.:A forma correta é circuncidar.

Tem origem no latim circumcidare.

A.C.: O particípio do verbo é circuncidado ou circuncisado?

L.L.: Note-se que o particípio é circuncidado e não circuncisado.

A confusão tem origem no nome circuncisão.

A.C.: Quem nasce em Benguela pode, também, ser chamado de benguelista?

L.L.: Não. Quem nasce em Benguela, além ser um eterno lutador, é apenas benguelense.

A.C.: Que diz das pessoas que se dizem benguelistas?

L.L.: Quem se diz benguelista, que tome cuidado com os luandenses: eles podem ter aí mais um motivo para gozações!

A.C.: As mulheres têm rival ou inreval?

L.L.: RIVAL realmente existe, em todos os lugares; já “inreval” não existe em lugar nenhum.

As luandenses usam o termo "inreval" para designar uma «adversária ou uma concorrente na disputa do mesmo homem».

A.C.: COMO SÓI DIZER-SE é o quê, afinal?

L.L.: Escreve-se «como sói dizer-se» e é um arcaísmo equivalente a «como

costuma/é costume dizer-se».

A.C.: Como vê as atividades do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa?

L.L.: O Ciberdúvidas é um instrumento que descobrimos e conhecemos há vários anos, e ao qual recorremos com proveito, sempre que uma dúvida a respeito da língua (seja morfológica, sintática ou a nível de locuções) nos surge no nosso percurso de escrita e/ou de revisão de texto.

A.C.: O senhor também consulta o Ciberdúvidas?

L.L.: Sim. Quem nunca teve dúvidas sobre a grafia de uma palavra, sobre a conjugação de um verbo, sobre qual a palavra adequada para um determinado contexto, ou ainda sobre este ou aquele aspeto do novo Acordo Ortográfico?

Não, não precisa de se incomodar de me dar resposta imediata! Responda-me daqui a três ou quatro dias…

A.C.: Seria pior se as pessoas consultassem o serviço ABL Responde da Academia Brasileira de Letras, em vez de consultarem o Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, não seria?

L.L.: Aí seria o máximo da indelicadeza e da deselegância.

A.C.: Porquê?

L.L.: EM 2008, uma funcionária da editora do Prof. Luiz Antonio Sacconi escreveu à entidade para saber qual seria a grafia de certas palavras, a partir do ano que vem, já que a escrita de algumas palavras ainda oferece dúvida. A resposta veio de uma forma e, mais tarde, tudo aquilo que eles responderam já não valia mais. Depois, um dos seus leitores o deu uma informação que o deixou ainda mais preocupado. Esse leitor escreveu à Academia Brasileira de Letras (ABL) perguntando se na frase «Passam-se os dias» rapidamente o verbo é intransitivo e a partícula é expletiva. Sacconi adiantou: o verbo PASSAR aí é intransitivo, e o SE é palavra expletiva (Sacconi não gosta do termo “partícula” nesse caso). Eis a resposta que a ABL conseguiu dar-lhe: «O se não é partícula expletiva porque passam os dias pode ter um sujeito: (eles) e seu sentido não é o mesmo de passam-se os dias. O verbo é transitivo direto e está na voz passiva sintética. O se é pronome apassivador. os dias é o sujeito da oração». Essa resposta nos leva a crer que se alguém perguntar à ABL se na frase «Acabaram-se as férias» existe pronome apassivador e verbo transitivo direto, ela responderá que sim. Sim, porque não há diferença nenhuma estrutural entre a frase «Passaram-se os dias» e «Acabaram-se as férias». Em ambos os casos existem verbos intransitivos e palavras expletivas.

A. C.: O que é o Ciberdúvidas ( http://ciberduvidas.sapo.pt/)?

L. L.: É, segundo o seu co-fundador e responsável editorial (in “Diário de Notícias”, de 21 de março de 2005), «um sítio na Internet totalmente dedicado à Língua Portuguesa. Assenta num consultório, como não há outro em todo o espaço da lusofonia – pela pluralidade e diversidade dos seus especialistas (portugueses, brasileiros e africanos, tanto da corrente normativa como da não-normativa), mas também pela sua actualização diária...»

A. C.: A internet torna realmente mais fácil dirimir as dúvidas da língua ao acessar a sítio Ciberdúvidas da Língua Portuguesa?

L. L.: Às vezes, aqui em Angola, internet é sinónimo de problema (internet tupiniquim), pois constantemente chegam reclamações em igual sentido nas redes sociais.

A.C.: Alguém já disse, certa vez: Estou a “manteigar” o pão. Acertou?

L.L.: Só conheço "amanteigar", que pode significar «pôr manteiga no pão».

A.C.: Hoje, muita gente diz: O Fulano está a “caloriar”. É correto isso?

L.L.: Não conheço o verbo "caloriar". Em português-padrão, o verbo usual é "transpirar".

A.C.: É pejorativo tratar alguém de “quilombo”, em vez de “albino”?

L.L.: "Albino" é o termo corrente, usado em todos os países de língua portuguesa. "Quilombo" é um regionalismo angolano.

Em Angola, o termo mais usado para designar um albino é quilombo. A mesma palavra que, no Brasil, significa local de escravos fugidos. Também dizem albino, mas quilombo é o mais comum.» (Vide blogue "Diário da África" (_HYPERLINK "http://www.diariodaafrica.com/2008/08/albinos-em-frica.html" \t "_blank"_http://www.diariodaafrica.com_)).

A.C.: Estamos bem de escritores em se tratando de conhecimento da língua?

L.L.: Tomo de novo a liberdade de fazer minhas as palavras de Napoleão Mendes de Almeida, numa entrevista da década de 1990: Autores como Alexandre Herculano e Eça de Queirós, além de possuir uma prosa atraente, obrigam o leitor a ir ao dicionário pelo menos duas vezes por página. Isso é um ótimo sinal. No outro extremo está o escritor que se lê por 100 ou 200 páginas sem deparar com uma palavra que não se conheça, e que escreve com períodos de gago, aquele que tem dois pontos finais em cada linha. Períodos curtos não têm graça. Neles não há concatenação, não há subordinação das orações. Escritores desse tipo não conhecem as conjunções ou têm medo de usá-las porque não sabem usar o verbo de acordo com elas.

A.C.: Diz que me do livro “Ensaboado & Enxaguado – Língua Portuguesa e Etiqueta”, de José Carlos de Almeida?

L.L.: À abrangente bibliografia sobre os erros mais frequentes da língua portuguesa publicada no Brasil e em Portugal, junta-se a primeira contribuição de Angola nesta área sob o título Ensaboado & Enxaguado – Língua Portuguesa & Etiqueta, de José Carlos de Almeida.

Na parte central do livro, são expostos os erros de português mais frequentes sob a forma de pergunta e resposta, com a particularidade de o corpus apresentado refletir as práticas dos falantes angolanos: «suar o nariz ou assoar o nariz», «caloriar ou transpirar», «posto de luz ou poste de luz».

A.C.: O que diz do título “Ensaboado & Enxaguado”?

L.L.: O título, explica o autor algures, vem do uso errado do verbo ENSABOAR com o sentido de «tirar o sabão», que é, na verdade, o significado do verbo ENXAGUAR.

A.C.: Podia dizer o ponto negativo de tal livro?

L.L.: A bibliografia referenciada pelo autor está aquém do que é esperado neste tipo de obras, até por uma questão de informação a quantos querem saber mais e consultar outras referências sobre a língua portuguesa.

A.C.: Angola não assinou o Acordo Ortográfico de 1990. Que acha?

L.L.: Tomo a liberdade de fazer minhas as palavras da linguista Amélia Mingas, numa entrevista ao jornal Cultura – jornal angolano de Artes e Letras: «Como é que o vamos assinar quando as nossas variações não estão lá dentro?»

Quando digo que esse Acordo deveria em verdade chamar-se Desacordo, encho-me de razão.

A.C.: Existe nenhuma norma do português falado em Angola?

L.L.: A linguista Amélia Mingas, a quem atrás me referi, diz: “Não existe nenhuma norma do português falado em Angola, existe a necessidade, cada vez mais premente, de os Angolanos formados em Linguística se reunirem e verem as características da língua portuguesa falada em Angola.”

Obs.:

1.ª Esta entrevista foi escrita ao abrigo do Acordo Ortográfico de 1990.

2.ª ANTÓNIO CORREIA é jornalista desportivo da TV Zimbo, linguista, classicologista e autor do prefácio da obra “A Língua Portuguesa nos nossos Meios de Comunicação Social”, da autoria de Littera-Lu.