Salvador Picuinha, entrevista o lobista Canastrildo Bezerra.

Direto da redação da Algazarra Brasil

Salvador Picuinha: Hoje eu tenho a honra de receber, um dos maiores ícones de Brasília. O ruralista, comendador, cafeicultor, apicultor, sindicalista, compadre de deputado, lobista e meu amigo... Canastrildo Bezerra.

Canastrildo B.: A honra é minha Salvador. Agora, acrescente ai: Usineiro, comentarista, astrólogo, presidente de clube de futebol e futuro Ministro.

Salvador Picuinha: Nossa, que surpresa! O senhor já recebeu o convite?

Canastrildo B.: Não. Mas é assim que o lobby funciona.

Salvador Picuinha: Comendador _ eu sei que é desta maneira que o Sr. gosta de ser chamado _ Como esta o clímax nos bastidores de Brasília.

Canastrildo B.: Ruim, meu filho. Depois do caos dos mensaleiros, quarenta inocentes injustamente acusados, querem propor uma tal de delação premiada.

Salvador Picuinha: Mas, comendador. Existem muitos indícios, provas fundamentadas, gravações; isso não basta?

Canastrildo B.: Sou lobista, vivo da política de boa vizinhança.

Salvador Picuinha: Sei que você conhece o sistema e porventura manteve diversos contatos. Como é possível, o seu nome não ter sido citado entre tantos envolvidos.

Canastrildo B.: Tentaram. Um desafeto político, através de um jornalista, que era primo de um assistente de delegado, casado com a sobrinha do desafeto.

Salvador Picuinha: O que houve?

Canastrildo B.: Eles pegaram uma frase, numa conversa de dois minutos com um afilhado político; onde eu disse: _ A bomba vai estourar. Pronto. Pressionaram, cutucaram, desistiram.

Salvador Picuinha: Na atual conjectura, essa frase não lhe soa, suspeita?

Canastrildo B.: Coisas do momento. Era mês de junho. Na minha terra, tem festa o mês inteiro. Agora, imagine se eu tivesse dito: _ Bote nas virgens. Tava a desgraça feita, me acusavam por lavagem de dinheiro ou facilitação a prostituição.

Salvador Picuinha: O senhor também é um bom humorista.

Comendador, trocando em miúdos, o Calheiros; sai ou não sai?

Canastrildo B.: Outra injustiça! Mas como já disse o Lula, tem que valer a lei da chibata e cortar na carne; doa a quem doer.

Salvador Picuinha: Com voto secreto?

Canastrildo B.: Vergonhoso, mas é valido.

Fui vitima dessa situação, o tal do jornalista, mancomunado com meu desafeto político; estampou na capa de um jornal “Bezerra envolvida na fraude”. Pura maldade. O povo tem pouca leitura, não conseguiu entender e deu trabalho para explicar.

Salvador Picuinha: Comendador, sua aposta. Pizza ou champagne?

Canastrildo B.: Está difícil definir. Tem um furdúncio nos gabinetes, mas seja lá qual for, vou lhe dizer; para um dos lados não será fácil digerir.

Salvador Picuinha: Encerro, deixando-lhe o meu abraço e meu eterno agradecimento.

Qualquer fato aqui citado é mera coincidência, fruto da imaginação deste autor, os personagens lúdicos ilustram apenas uma mente conturbada, pois isto realmente não aconteceu no Brasil... Acredite se quiser.

Sandro Colibri
Enviado por Sandro Colibri em 06/09/2007
Reeditado em 17/09/2007
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